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AJUDA ÀS CUSTAS DO SACRIFÍCIO DO POVO BRASILEIRO

Leonardo Coutinho

Alberto Fernández e Lula se cumprimentam, durante a visita do argentino a Brasília esta semana

Alberto Fernández e Lula se cumprimentam, durante a visita do argentino a Brasília esta semana

O presidente argentino Alberto Fernández esteve em Brasília para uma missão de vida ou morte. A Argentina quebrou. Quebrou mesmo. A Argentina, aliás, sempre flerta com a bancarrota. Mas com Fernández, a economia se esfarelou de vez. As reservas do país estão sob sangria e já atingiram o nível mais baixo dos últimos sete anos. Com uma inflação que já supera a 100% por ano (e não para de subir) e uma seca histórica que reduziu drasticamente a produção do agronegócio – a principal fonte de dólares para o país. Ele voltou para casa com uma promessa de seu homólogo brasileiro de que fará “todo e qualquer sacrifício para ajudar a Argentina”.

Lula pode dizer isso, pois foi eleito para representar o povo brasileiro. Mas quando Lula o diz, ignora o fato de que o sacrifício não será feito por ele, mas pelo povo que o elegeu. Em seu terceiro mandato, Lula reproduz o vício de governar o Brasil como se o país fosse seu. Como se o Brasil fosse o PT.

A Argentina está na iminência de não ter dólares para pagar importações. Alguns economistas estimam que as reservas líquidas do Banco Central da República Argentina estejam por volta de US$ 2 bilhões. Para um país, isso não é nada. Em termos objetivos, é o mesmo que estar no cheque especial.

Como em um tango, não é de hoje que a economia e a política da Argentina dão um passo para a frente, um para o lado e dois para trás. Depois de cada suspiro, o país dá uma estagnada e depois piora ainda mais. Nessa dança infinita, que imita os passos de um dos símbolos nacionais, os argentinos colecionam dívidas monumentais e calotes.

Quando Lula fala em “sacrifício para ajudar”, ele está prevendo que os contribuintes brasileiros terão que assumir a conta que certamente jamais será quitada pelos vizinhos do sul. Em seu pronunciamento, Lula citou os Brics – cujo banco de desenvolvimento é presidido por Dilma Rousseff – e o indefectível BNDES, que durante o petismo foi a peça-chave para o envio de bilhões para ditaduras amigas na África, América Latina e Caribe. Dinheiro que não só financiou obras, como serviu para alimentar o maior caso de suborno internacional da história.

O governo Lula desenha uma linha de crédito para Argentina poder usar para importação de bens brasileiros. O plano é dar um cartão pré-pago, cujo limite pode ser bilionário, para Fernández comprar no Brasil o que a Argentina está na iminência de não mais poder pagar aos fornecedores que já acumulam boletos não pagos por Fernández.

A China já fez isso durante os governos de Cristina Kirchner, Mauricio Macri e no de Fernández. A dinheirama virou fumaça no irremediável populismo argentino. As contas impagáveis transformaram a Argentina em uma escrava da dívida.

O “sacrifício” brasileiro é líquido e certo. A ideia de conceder crédito para um país importar produtos brasileiros é boa. Estimula a indústria e o agro locais, gerando empregos e riqueza no Brasil. Mas na prática, quando esses recursos são entregues a caloteiros, o resultado é uma tragédia na qual os benefícios obtidos pelas operações são anulados pelo prejuízo que recai sobre o Tesouro e consequentemente sobre os mais necessitados.

O emprego do BNDES para a concessão de crédito para os argentinos é ainda mais esdrúxulo considerando que, em março, o BNDES anunciou que planeja contrair empréstimos com a China que somam R$ 6,5 bilhões. Ou seja, o mesmo BNDES que está se encalacrando com a China será a fonte de um empréstimo que possivelmente jamais será pago pelos argentinos.

O sacrifício vai ser grande. E saiba de uma coisa: é apenas o começo.

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LIVRO REVELA “QUEM É JANJA”

Revista Oeste

livro janja

A primeira-dama Janja e o presidente Lula, durante o relançamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, realizada no Palácio do Itamaraty – 04/05/2023

Gosto por holofotes e controladora. Essas são algumas informações que constam no livro Janja. A militante que se tornou primeira-dama, de Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo. Ambos também são autores de Todas as mulheres dos presidentes, que conta a história de 34 primeiras-damas brasileiras. A obra vai ser lançada na quinta-feira 11, mas foi obtida com antecedência pelo jornal Folha de S.Paulo.

Dividido em nove capítulos, o livro traça um perfil de Janja, da época da militância na juventude, quando se filiou ao PT aos 17 anos, aos primeiros meses do terceiro mandato de Lula. Além de entrevistas e de pesquisa dos autores, o livro cita reportagens da imprensa e publicações da primeira-dama nas redes sociais.

No prefácio, os autores afirmam que não se trata de uma biografia completa da socióloga, mas que a proposta é “revelar quem é Janja” para além da imagem “que o PT construiu para ela”. Eles citam pedidos de entrevistas declinados e “rígido controle de acesso” à primeira-dama.

Livro conta como Janja conheceu Lula

Em um determinado trecho, o livro descreve o momento em que Janja conheceu Lula, entre fevereiro e março de 1994, numa edição das Caravanas da Cidadania no Sul do Brasil. Na ocasião, Janja era ligada ao diretório do PT de Ponta Grossa, no Paraná, e morava na cidade com o historiador Marco Aurélio Monteiro Pereira, com quem se relacionou, sem casar formalmente, por mais de uma década.

Janja e Lula também se encontraram algumas vezes, durante o período em que ela trabalhou em Itaipu. Os autores registram palestra do petista, em 2011, que ela organizou para a turma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia, da Escola Superior de Guerra, da qual fazia parte.

Namoro com o petista

A relação romântica teria começado após um jogo de futebol organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em São Paulo, em dezembro de 2017. No ano seguinte, Janja acompanhou Lula como sua namorada numa caravana pelo Sul do país — a pedido do petista a “equipe estava proibida de fazer menção ao assunto”.

Lula foi preso em abril daquele ano. Conforme o livro, Janja esteve no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, no dia em que ele se entregou à Polícia Federal (PF) para se despedir do namorado.

Janja se tornou figura presente na vigília montada em frente à sede da Superintendência da PF em Curitiba e manteve perfil discreto. O namoro se tornou público em maio de 2019, quando Janja já tinha visitado o petista na cadeia cinco vezes — a primeira teria ocorrido em 18 de abril.

Os encontros com parentes aconteciam às quintas-feiras e duravam, em média, uma hora. Parte do horário da família foi cedido à namorada.

Gosto por holofotes

A obra fala em atritos da primeira-dama com o PT por conta de sua exposição — e diz que em dezembro de 2020 Janja “começou a dar sinais de que não iria seguir aquele roteiro de discrição por muito tempo”.

Naquele mês, Janja acompanhou Lula em viagem a Cuba, onde ele participaria das gravações de um documentário — o Brasil vivia a segunda onda da pandemia. “A divulgação da viagem era tudo o que o PT não queria”, diz o livro. “Janja, no entanto, publicou cinco posts.”

Em outra passagem, o livro diz que “Janja não gostou” de não ter aparecido em registros do encontro de Lula com o presidente da França, Emmanuel Macron, no fim de 2021, “por decisão da assessoria do petista”. A responsável pela assessoria chegou a ser demitida.

A participação ativa da primeira-dama na campanha causou estranhamento entre lideranças do partido, “ciosas do controle do entorno de Lula”.

O livro narra uma visita de Lula a uma feira de agricultura familiar em Natal. Nela, o petista foi “agarrado por vários militantes”, o que fez com que Janja se irritasse e pedisse que a visita fosse interrompida, “deixando correligionários contrariados”. “A partir do incidente, o acesso a Lula tornou-se mais controlado”, observa o livro.

Interferência no governo

Em outro capítulo, o livro conta que Janja discordou do ministro da Defesa, José Múcio, e foi contra a possibilidade de o Exército atuar via Garantia da Lei e da Ordem na contenção dos atos do 8 de janeiro, em Brasília.

Janja estava ao lado de Lula, quando o petista falou ao telefone e ouviu do ministro a sugestão. A primeira-dama reagiu: “GLO não, GLO é golpe, é golpe”. Lula decidiu decretar intervenção na segurança do Distrito Federal.

ALEXANDRE GARCIA

SEM BOLSONARO, CÚPULA DA DIREITA ADIA EVENTO EM LISBOA

Bolsonaro

Ex-presidente Bolsonaro após ida à Polícia Federal por caso do passaporte

Na sexta-feira (5), fui ao parlamento em Lisboa, e a bancada do Chega me participou que, com a ausência de Bolsonaro – já que tiraram o passaporte dele –, está adiado um encontro mundial com a cúpula da direita no mundo, no próximo fim de semana, em Lisboa. Estava marcado para o próximo fim de semana, dias 13 e 14 de maio.

Vem gente da Itália, da Hungria, do mundo inteiro. Estão esperando que o Bolsonaro receba o passaporte de volta. E me perguntaram por que ele está sem o documento. Eu disse: “Não sei”.

Uma que foi o Supremo, e o ex-presidente não é mais subordinado ao Supremo. Ele não tem mais foro privilegiado. Devia ser um juiz de primeira instância, se houvesse motivo. Mas uma questão administrativa como cartão de vacina não é motivo para tirar passaporte, mesmo porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de decretar o fim da pandemia. São coisas estranhas, e eles já sabem que no Brasil há insegurança jurídica neste momento, e que a gente não pode confiar na Constituição, na pobre Constituição brasileira.

Estou esperando manifestação de Bernardo Cabral, relator da Constituição na Constituinte; do Nelson Jobim, que foi presidente do Supremo, relator da Comissão de Sistematização. Eles bem que poderiam dizer alguma coisa para a gente entender.

Eu cobri a Constituinte. Sei o que escreveram. A Constituição é explícita, ela não é implícita. Ficam essas dúvidas.

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Tragédia anunciada: 14 mortos na região yanomami

Uma denúncia foi feita no Plenário da Assembleia de Mato Grosso pelo deputado coronel Davi, que mostrou a nota de uma contratação pelo Conselho Indigenista Missionário, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de dois ônibus para levar índios para invadirem uma fazenda.

Imaginem: chegam os ônibus, índios descem e invadem uma fazenda. Estou falando nisso porque está começando uma CPI das ONGs da Amazônia. Quem sabe incluam essas coisas.

Aliás, já há 14 mortos já na região yanomami. E o pior é que foi previsto. O governo, depois de fazer aquele barulho publicitário para a retirada dos garimpeiros, impediu a retirada logisticamente. O governo queimou a casa, obrigando-os a sair, e queimou os aviões e helicópteros. Retirou alguns, mas dizem que havia 20.000.

Está acontecendo o que estava previsto. Eles diziam: “Vamos ter que passar por aldeias indígenas. Pode haver confronto”. Morreu um agente de saúde que é de etnia indígena e mais 13 do lado garimpeiro. Provavelmente o último corpo encontrado foi de uma mulher estrangulada.

Todo mundo sabe que boa parte dos garimpeiros estão lá com a família: com mulher, com filho, com criança morando. Parece que quem calculou essa logística tem que ser responsabilizado por essas mortes.

* * *

Parlamentares europeus questionam as vacinas

O Financial Times está mostrando que a Pfizer quer cobrar dos países europeus metade do preço de 70 milhões de doses da vacina Pfizer que foram canceladas, porque eles não querem mais. E os parlamentares da Europa – eu soube disso no parlamento aqui em Lisboa – querem saber dos contratos de vacina, o que dizem os contratos, a questão dos efeitos adversos… Há tantos casos ocorrendo aí. Querem saber sobre a eficácia das vacinas, também.

São questões que agora a gente tem que fazer. A OMS declarou que não tem mais pandemia. Passado esse tempo, vamos discutir quem nos enganou, quem nos levou para caminhos errados, para caminhos tortos.

* * *

Réus do 8/1: Supremo tem desafio grande pela frente

A Procuradoria Geral da República denunciou 1.390 pessoas, das quais 239 por execução e 1.150 por incitação ao 8 de janeiro. Já há 550 réus, com voto discordante de André Mendonça e Nunes Marques.

O André Mendonça disse que quem quebrou alguma coisa deve responder por crime contra o patrimônio público. Agora, “incitação” incorre em liberdade de expressão, liberdade de opinião, que são garantidas pela Constituição.

E outra coisa: não tem prova, não há individualização das condutas e nem obediência ao devido processo legal. É julgamento por lote. Terão que encontrar prova para cada um, testemunha para cada um, advogado de cada um, depoimento de cada um. São 1.390 pessoas.

Eu não sei como é que o Supremo vai sair dessa. Parece um tribunal de primeira instância, criminal, e com um trabalho enorme pela frente. Encheram os ônibus lá na frente do quartel e simplesmente levaram as pessoas. Sim, tem que identificar quem jogou o relógio no chão, quem não jogou, quem quebrou patrimônio público e quem não quebrou. Teve gente que entrou e limpou. Mas essa é uma discussão também para a CPMI, que agora tem que começar.

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MIRIAM LEITÃO MANIPULA INFORMAÇÕES

Leandro Ruschel

Mais manipulação e desinformação na coluna da Míriam Leitão (codinome “Amélia”, quando militava pelo PCdoB).

Ela apresenta um dado, no mínimo questionável, para apresentar o Brasil como um país fora da curva em termos de mortes por COVID, com o claro objetivo de responsabilizar o ex-presidente pelo fato.

“11% dos mortos do mundo com 2,7% da população”, diz a militante de redação.

Só há um problema: esses dados são distorcidos por conta das estatísticas chinesas e indianas. Os dois países representam 36% da população mundial.

A China é uma ditadura comunista e não há imprensa livre no país, com um regime notório por manipular estatísticas oficiais. Logo, não sabemos e nunca saberemos quantas pessoas morreram por lá.

Oficialmente, foram apenas 5.272 mortes, ou 4 por milhão de habitantes. NINGUÉM acredita nesse número.

A Índia é um país paupérrimo e há um consenso sobre apresentar um número de mortos oficiais muito abaixo da realidade.

É preciso comparar com países ocidentais com dados mais confiáveis.

EUA, por exemplo, com gastos de saúde muito maiores que o brasileiro, apresentou 3.470 mortes por milhão de habitantes. O Brasil ficou com 3.259. O Chile, considerado pelos “especialistas” que a militância de redação adora como modelo no enfrentamento à pandemia por sua agressividade na campanha de vacinação, apresenta mais mortes por milhão que o Brasil, alcançando o número de 3.350.

A militância de redação quer ver aprovado o PL da Censura para poder mentir, sem ser questionada nas redes sociais.

A manipulação dos números da COVID, para alimentar a mentira do “genocídio” brasileiro, é só mais um exemplo disso.

Na verdade, ninguém é maior responsável por mortes por COVID e outras doenças do que aqueles que saquearam o país em bilionários escândalos de corrupção; dinheiro que faz muita falta no Sistema de Saúde.

“Amélia” e outros militantes de redação fizeram campanha para essa turma e seguem passando pano para o desgoverno autoritário.

XICO COM X, BIZERRA COM I

O INADIÁVEL CARINHO DE UM NETO

É inerente ao ser humano o comodismo de adiar. Mas algumas coisas não devem ser adiadas e não há quem me faça adiá-las: alegrias, sorrisos, abraços, por exemplo, não podem ficar para depois. Muito menos guardados, a não ser no lado de dentro do peito.

NO ADIAR, SOU MESTRE

Eu sou Mestre em adiamentos. Quantas vezes já adiei a ida ao médico porque a dor diminuiu. Outras vezes tantas deixei para outro dia a visita à farmácia para comprar aquele medicamento receitado pela dermatologista. O deixar de fumar adiei diversas vezes, quase tantas quanto posterguei o início daquele regime que só fazia ressaltar em mim o maldito ‘efeito sanfona’. No dia de aparar a barba eu sempre encontro razões e motivos para deixar para o dia seguinte. Outro adiamento que se repete ano após ano é o de dar início a declaração do imposto de renda: juntar a papelada, buscar a calculadora e começar a sessão de tortura. Normalmente fica para a última semana antes do prazo fatal. Fazer o que? O leão é voraz e não aceita desculpas.

BEIJO, SORRISO E ABRAÇO

Agora tem uma coisa que nunca adio: o encontro com três menininhos lindos que me chamam de Vovô. Aí para encontrá-los eu deixo para trás até o jogo do Sport que está passando na TV. Um beijo de Bê, um sorriso de Vini e um abraço de Léo valem mais que um gol de Wagner Love ou uma taça a duras penas conquistada. Muito mais. Troféu sem comparação.

RLIPPI CARTOONS

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

POEMAS CURTOS DE MÁRIO QUINTANA

Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Relógio

O mais feroz dos animais domésticos
é o relógio de parede:
conheço um que já devorou
três gerações da minha família.

Envelhecer

Antes todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm
A casa é acolhedora, os livros poucos,
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.

Como perdoar aos inimigos

Perdoas… és cristão… bem o compreendo…
E é mais cômodo, em suma.
Não desculpas, porém, coisa nenhuma,
Que eles bem sabem o que estão fazendo…

Da condição Humana

Se variam na casca, idêntico é o miolo.
Julguem-se embora de diversa trama:
Ninguém mais se parece a um verdadeiro tolo
Que o mais sutil dos sábios quando ama.

O Gato

O gato chega à porta do quarto onde escrevo.
Entrepara… hesita… avança…

Fita-me.
Fitamo-nos.

Olho nos olhos…
Quase com terror!

Como duas criaturas incomunicáveis e solitárias
Que fossem feitas cada uma por um Deus diferente.

Mário Quintana (1906 – 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Mestre da palavra, do humor e da síntese poética, em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras (ABL) pela obra total. Em 1981, foi agraciado com o prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano. Sua biografia é tão singela quanto seus poemas: não casou, não teve filhos, viveu boa parte da vida em quartos de hotéis, passeava pelas ruas de Porto Alegre como qualquer anônimo e da cidade constituiu uma figura lendária. Faleceu na capital gaúcha no dia 5 de maio de 1994, aos 87 anos, em decorrência de problemas cardíacos e respiratórios, deixando uma inestimável e singular contribuição para a literatura brasileira.