BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ ALVES FERREIRA – SÃO PAULO-SP

O que fazer com um imbecil?

Ignorar, fazer vistas muito grossas ao seu proceder?

Ou se revoltar por suas atitudes?

Não é proibido ser rico, levar uma vida nababesca – se o indivíduo assim considerar ou querer e poder – mas, esfregar no rosto da sociedade sua mente doentia é motivo para ser excluído dela e, o melhor lugar é onde tal individuo deve ser colocado: na realidade!

Milionários inúteis existem aos montes ao longo de nossa vida; com dinheiro, sem dinheiro, com aparência ou simplesmente um Beto Rockfeller da novela.

Falamos do empresário Thiago Brennand, 42 anos, hoje uma idade quase juvenil para padrões atuais de vida; no passado seria um idoso em perspectiva, agora é uma pessoa na idade que pode ser dobrada ou ter mais alcance maior que nossos pais.

Infelizmente, poder e querer são inerentes ao ser humano.

Alguns podem chegar ao seu destino com honra.

Outros, se perdem pelo que tem em conta corrente e esquecem a moral; valorizam o que possuem em materialidade próxima, deixando de lado o que poderia aumentar em sua vida impessoal.

Deixou a realidade, entrou na realidade!

Abraço!

Inté!

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

CHEGUEI – ANDANDO NO CAMINHO ILUMINADO POR DEUS

Eu hoje aos 80

Minha Santa Avó me disse: “30 de abril de 1943 foi uma sexta-feira. Não havia parteira, muito menos carro ou cavalo para levar a parturiente até ao hospital mais próximo – esse, também não existia. Só na capital. A solução encontrada, foi ela mesma (a Avó) criar coragem e fazer o parto, pois o maior trabalho seria mesmo da Mãe”.

O pai trabalhando. Não havia charutos. Também não havia preparos, nem água para o primeiro e necessário banho. Tia Maria assumiu como “Auxiliar de Parteira” e teve que botar a sela no jumento, e ir ao açude buscar um caminho d´água. Tudo fora do contexto.

A tesoura usada para o corte do cordão umbilical, por falta de uso, estava enferrujada e sem corte. Nunca alguém pensara em fraldas ou berço – e isso talvez explique a minha paixão por redes.

– Força muié, mais força, a cabeça está aparecendo!

Era o comecinho da tarde do dia 30. Afastados dali por alguns metros, o barulho dos chocalhos pendurados nos bodes e o gluglu fora de motivo e propósito do peru, denunciavam que, no chiqueiro algo estranho estava acontecendo – e não era nenhuma “Revolução dos Bichos”.

– Nasceu, é um menino!

Tia Maria chegara com o caminho d´água. Nem precisou esquentar no fogo, pois o sol abrasador entre a casa e o açude se encarregara disso. Enquanto a Avó “amolava” o lume da tesoura na pedra de amolar para cortar o cordão, Tia Maria despejava gotas de Anasseptol na bacia, em seguida, a água.

Vovó cortou o cordão umbilical. Isso, imagino, explica minha paixão edipiana por ela.

A tarde caminhava para sua metade e, ainda que sem motivos, os chocalhos voltaram a fazer barulho, o galo cantou, ainda que não fosse madrugada e, um pouco distante dali, o Vem-vem cantou, provavelmente dando graças à Deus.

Anos depois, vim saber que, 30 de abril é o “Dia Internacional do Jazz”.

Dez anos depois disso, mais precisamente em 1953, a mudança para a capital. Sem eira nem beira ou algum parente que pudesse nos receber por alguns dias (provavelmente muitos), erguemos uma palhoça na praia do Pirambu, num local onde ninguém frequentava. Ficamos nos alimentando de siri.

A vida continuou e o sofrimento amainou. Papai começou a trabalhar. Um amigo nos cedeu uma casa em construção e ali moramos por uns cinco anos. No bairro Bela Vista.

Matriculado no Grupo Municipal São Geraldo. Quatro anos no primário, mais um ano para o Exame de Admissão ao Ginasial no Liceu do Ceará. Quatro anos no ginasial e mais três no científico. O Exército e um convite inusitado do Comandante (Coronel Celestino Nunes de Oliveira) para fazer o CPOR. Não aceitei, pois já tinha destino definido como objetivo.

Primeiro trabalho na Organização Silveira Alencar e em seguida na The Western Telegraph Co. Ltd. O dia 31 de março de 1964 mudou tudo. Desmanchado um namoro de mais de cinco anos e a mudança em 1969 para o Rio de Janeiro.

Árbitro de Futebol, em 70, experimentei pela primeira vez pisar no gramado do Maracanã, para apitar o jogo Fluminense 2 x 2 Olaria pelo campeonato juvenil.

Em 1973, o casamento. Em 1978, nascia Ana Karina, a primeira filha, hoje com 45 anos. Em 1983 a separação no casamento. Trabalhos na Marcovan, na Federal de Seguros, na Cosigua e, finalmente na Reser, quando encerrei meu ciclo carioca e, em 1987 mudei para São Luís. Antes, em 1981, a graduação em Jornalismo.

No mesmo ano de 1987, a mudança para São Luís e um novo relacionamento familiar com Edna Maria. Três filhos: Anna Paula (Jornalista), Érica Luíza (Enfermeira) e João Felipe (Nutricionista e Fisicultor).

Hoje, aposentado, segurando forte na mão de Deus, vivendo com os mesmos valores encaminhados pelos avós e pais, estou aqui com vocês. Parece que a missão ainda não foi concluída. Deus é quem vai decidir, como sempre decidiu tudo que a mim diz respeito.

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JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Hipólita Jacinta

Hipólita Jacinta Teixeira de Mello nasceu em 1748, em Prados (MG). Proprietária rural e uma das poucas mulheres, junto com Bárbara Heliodora, a ter participação ativa na Inconfidência Mineira. Financiou parte do movimento separatista, atuou como “pombo correio” de seus integrantes e cedeu sua casa para as reuniões preparatórias da insurreição.

Filha de portugueses e esposa do inconfidente e coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, foi descrita como uma mulher culta e de fino trato. O casal não teve filhos, mas ela adotou duas crianças: um menino abandonado na porteira de sua fazenda e outro, que veio a ser padre e deputado provincial no período 1866-67. Foi madrinha de diversas crianças pobres na região e deixou, em testamento, certa quantidade de ouro para os pobres que viviam na “Freguesia dos Prados”.

Alertou os inconfidentes com informações sobre o traidor Joaquim Silvério dos Reis, além de enviar diversos bilhetes sigilosos sobre Tiradentes e sua prisão no Rio de Janeiro. Enviou ao padre Carlos Correia de Toledo e Mello o bilhete: “Dou-vos parte, com certeza, de que se acham presos, no Rio de Janeiro, Joaquim Silvério dos Reis e o alferes Tiradentes, para que vos sirva ou se ponham em cautela; e quem não é capaz para as coisas, não se meta nelas; e mais vale morrer com honra que viver com desonra.”, demonstrando coragem e seu envolvimento no levante. Além de se arriscar na distribuição de bilhetes entre os insurgentes, destruiu documentos comprometedores após a derrocada do movimento.

Ao perceber o fracasso do movimento, tentou alertar o coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, aconselhando-o a se precaver e preparar uma reação. Com a derrocada do movimento, seguido pela Devassa, a Coroa Portuguesa sequestrou todos seus bens e o marido foi sentenciado ao degredo perpétuo em Moçambique. Na esperança de obter o perdão da Coroa, mandou fazer um cacho de banana em ouro maciço e mandou de presente à Maria I de Portugal. Mas o presente foi interceptado pelo então governador da Capitania de Minas Gerais. Após um longo processo judicial, que durou até 1808, ela conseguiu reaver boa parte de seu patrimônio e veio a falecer em 27/4/1828 e foi sepultada na Igreja Matriz de Prados. Em 1999 foi condecorada postumamente pelo Governo de Minas Gerais com a Medalha da Inconfidência.

No ano 2000 a cidade de Prados prestou-lhe homenagem com um monumento na forma de uma pirâmide na Praça Dr. Viviano Caldas, trazendo a reprodução de trechos de um bilhete aos inconfidentes. Em julho de 2022 o Caminhão-Museu do Projeto República da UFMG esteve em Prados, onde foi realizado o evento “Hipólita Jacinta, a mulher que estava lá”, com a presença da ministra do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia, da cantora Zélia Duncan, da roteirista Antonia Pellegrino e da historiadora Heloisa Starling, coordenadora do Projeto República.

O esquecimento a que foi relegado as mulheres de dois inconfidentes -Bárbara Heliodora era esposa de Alvarenga Peixoto- fez com que elas ficassem apenas nas notas de rodapé dos livros de história. No caso de Hipólita, tal realidade foi amenizada em abril de 1999, quando o então governador de Minas Gerais Itamar Franco concedeu-lhe postumamente a medalha da Inconfidência, maior honraria do Estado. Na ocasião, a procuradora do Estado Carmen Lúcia discursou: “Dona Hipólita segue como exemplo na ‘doidice’ de um mundo no qual a igualdade humanizadora ainda é luta contra tantas cruéis formas de desigualdade”.

Sua memória ainda se encontra viva na cidade de Prados não apenas no monumento localizado na praça central. Em 2000, o então prefeito Paulo de Carvalho Vale deixou registrado parte da história da cidade e de Dona Hipólita no livro De Prados, da Ponta do Morro para a Liberdade, publicado pela Editora Armazém de Ideias. Em abril de 2023 ela foi a primeira mulher a entrar no “Panteão dos Inconfidentes” (Museu da Inconfidência, ência”, em Ouro Preto).

Jornal da Band antecipa a notícia que saiu ontem na Folha de São Paulo (29/4/2023. Pg. B6)

O jornalista diz que ela foi mais importante no movimento que seu marido, o inconfidente Francisco Antonio de Oliveira.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

ALEXANDRE PÉ DE SERRA – JOÃO PESSOA-PA

No lugar Errado?

Eu me lembro que os festejos juninos, o São João como se diz mesmo eram festejados na zona Rural. Eita como me lembro. A Autenticidade estava e morava lá naquele cantinho real e feliz. Com o passar do tempo o Rei do Baião, sim ele sim “Luiz Gonzaga” com seu grito de liberdade, com sua insistência nordestina e principalmente com seu talento foi mudando esse conceito de só puder fazer forró no ” Quintal “.

Urbanizou o forró, foi colocando o mesmo em palcos, nas luzes dos olhos dos quem faziam os Eventos .

E mais do que isso, o mestre Luiz Gonzaga foi descobrindo e ajudando esses seus “seguidores”, mostrando para seu público, para seus ouvintes que seu Reinado continuaria.

E mudou mesmo esse cenário. O forró já estava nos grandes palcos, nas capitais, nos Eventos nacionais etc.

Porém…. Os que se diziam seus seguidores tirando só o anjo sem asas e sim com a sanfona Dominguinhos. Não continuaram seu legado de ser humano, de gratidão do que Luiz fez com eles .

Viraram as costas para o que estavam fazendo o mesmo forró que esses estavam fazendo .

O orgulho, ingratidão e o individualismo já estava de morada no caráter dos seus pseudos Discípulos.

Por não levar adiante o exemplo do Rei do Baião. O futuro promissor da nossa cultura popular nordestina foi ficando no beco da Saudade, no ostracismo .

E hoje o Forró, os artistas que se dizem seguidores de você Gonzaga, volta a cantar seu orgulho, sua mermice nos Quintais das zonas rurais… e longe dos principais palcos que vossa alteza O rei do Baião deixou.

O lugar do forró está errado .

O lugar do forró é nos grandes palcos, grandes centros.

Lugar do forró é na primeira prateleira. .

Alexandre Pé de Serra: Cantor, Poeta, Compositor, Empreendedor, Enfermeiro

FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES - SEM OXENTES NEM MAIS OU MENOS

FALSOS BRILHANTES

Acho uma graça enorme quando vejo alguém, por necessidade de afirmação, ausência de autoavaliação ou cretinice grossa, autointitular-se de doutor, cientista ou coisa semelhante, antes da consagração dos seus pares, colegas e sociedade. Outro dia, numa solenidade de finzinho de tarde, um jovem, recém-despido dos cueiros do terceiro grau, proclamava-se cientista para uma plateia de sessentões, como se estes fossem um bando de abestados, sem qualquer lastro técnico, nem passado de estudos científicos. Diante da indagação de um dos presentes – Qual a definição de cientista? –, o jovem quase se enrosca todo, o riso se explicitando, de forma disfarçada, nos “olhares sérios” de todos os presentes.

Certamente o douto jovem, notabilizado por autoconsagração, desconhecia a definição de cientista de Yves Coppens, prefaciador do muito oportuno livro Penso, Logo Me Engano, de Jean-Pierre Lentin:

“Cientista é uma pessoa como qualquer outra, apenas dotada, no mais das vezes, de qualidades de curiosidade e de um espírito lógico que sua atividade de pesquisa só faz desenvolver, mas também carregada, às vezes, de defeitos de amor-próprio e de um espírito narcísico que sua obrigação de pesquisar só faz exacerbar.”

Em outras palavras: por menosprezar uma humildade sincera e desvalorizar as ferroadas de uma sempre saudável autocrítica, alguns deságuam num besteirol atlântico, de luminosidade pirilâmpica, que só brilha por trás, arrotando bosteiras (besteiras fétidas) de tamanhos os mais diversos.

No livro-vacina do Lentin acima citado, que retrata magnificamente a história do besteirol científico desde os tempos pré-socráticos, uma maquiavélica experiência é narrada. Um gozador grupo de professores do Instituto de Pesquisas sobre o Ensino da Matemática de Grenoble, França, propôs a quinze turmas de um curso primário e secundário local dois problemas de cálculo: O primeiro: “Num barco estão 26 carneiros e 10 cabras. Qual a idade do capitão?” O segundo: “Numa classe, há 12 meninas e 13 meninos, qual a idade da professora?” Os resultados são terríveis: apenas 10% dos alunos do curso primário responderam que o problema era de solução impossível.

Abismados, os professores decidiram ir mais longe. Entregaram os dois “problemas de cálculo” a professores de matemática que, no Instituto, faziam estágio. A desgraceira também foi geral! Muitos dos estagiários, desesperados por não encontrarem uma resposta cientificamente à altura dos seus conhecimentos, recorreram aos núcleos de processamento de dados, ficando todos com-puta-dor de cabeça, no frigir dos ovos.

Cientificidade e maturidade emocional são irmãs siamesas, inseparáveis.

A inesquecível pensadora francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), autora do livro O Segundo Sexo, que deveria ser lido e relido nestes tempos de estupidificantes feminicídios machistas, proclamava um alerta aos pensantes mais velhos do mundo atual:

“Para que a velhice não seja uma irrisória paródia de nossa existência anterior, só há uma solução, continuar a perseguir fins que deem um sentido à nossa vida: dedicação a indivíduos, à coletividade, a causas, trabalho social ou político, intelectual, criador, evitando que façamos um retorno sobre nós mesmos.”

O futuro mundial pertencerá aos que pensarem e agirem de uma maneira totalmente diferenciada do momento presente. O mundo contemporâneo necessita ser integralmente reinventado pelos mais diferenciados procedimentos evolucionários. A ilusão da certeza deixou inúmeros com a cara no chão, posto que, para eles, sem a certeza o mundo ficará caótico. A mão invisível de Adam Smith dará lugar ao aperto de mão invisível, pois guetos de ricos e guetos de pobres jamais servirão para o bem-estar geral de todos. E o capitalismo sempre será seu próprio e pior inimigo.

Muita gente, na atual contemporaneidade, se imagina abelha, imaginando-se rainha no cenário mundial, quando não passa de um inseto, somente batendo assas para aparecer nos cenários midiáticos. Como se existisse pensação exibicionista.

Um recado final: nunca esmoreça a capacidade de ser permanentemente um curioso, um perguntador, sempre desenvolvendo novas habilidades e despertando novos interesses. Seja sempre, a la Raul Seixas, uma metamorfose ambulante. Jamais um rabolador exibicionista BBB – Barato, Babaquara e Babão.

PS. Uma proposta para o JBF: a divulgação de um mensal RPSB – Ranking das Putarias Secas Brasileiras!!! Faria um sucesso arretado de ótimo!

DEU NO X

PENINHA - DICA MUSICAL

OS SERESTEIROS

Os vídeos desta semana são dedicados à colunista Violante Pimentel.

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Ontem ao luar (Catulo da Paixão Cearense & Pedro Alcântara)