RLIPPI CARTOONS

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

PENINHA

Na reunião do Cabaré do Berto realizada na última sexta-feira, nós tivemos a grata satisfação de conhecer um colunista do Jornal da Besta Fubana, o Peninha.

Nascido como José Eduardo, mas adotado pelos amigos como Peninha, graças ao jeito parecido com famoso primo do Pato Donald, aquele que tem os cabelos desregrados.

A coluna do Peninha é a primeira a ser publicada diariamente pelo nosso Editodos Luiz Berto que conta com ajuda fundamental da explorada secretaria da redação, Chupicleide.

Peninha não escreve textos, mas – assim como a coluna do “pariceiro” Severino Souto – a transmissão da mensagem é plena.

Eu sempre tive a curiosidade de saber mais sobre Peninha. Minha curiosidade se apoiava no acervo musical que ele construiu ao longo de tanto tempo porque ele começou sua coleção desde os 14 anos de idade. Tem de tudo no acervo de Peninha e ele fala com uma propriedade incrível sobre músicas, e músicos, e diga-se melhor do muitos críticos que a gente vê por aí.

A reunião foi tão gratificante que varamos o horário previsto: a gente divulga que vamos conversar das 19h30 às 20h30 e, geralmente, esticamos até 21h, mas na última sexta, dispensei atendimento aos alunos e acabamos perto das 21h30.

Duas horas de um bom papo, de um aprendizado interessante.

Minha admiração por Peninha cresceu bastante com seu depoimento de vida. Por um bom tempo, Peninha passou por uma situação crítica de vida e em janeiro de 1981 resolveu dar um basta. Isso significa que ele teve forças suficientes para vencer e venceu. “Cheguei, vi e venci”. Simples assim.

Convido todos que leem o JBF para participar de nossas reuniões. Sempre às sextas-feiras, sempre às 19h30.

Vale para todos: quem participa, que nunca participou… dá uma olhada lá e contribua.

A proposta é falarmos de cultura e aqui se inclui tudo como poesias, poetas, músicas, músicos, cordéis e cordelistas, artes, etc. mas, também tem causos, piadas, etc.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO X

DEU NO X

DEU NO JORNAL

ONDE, ONDE?

Com mais de 180 pessoas, a constrangedora foto oficial da comitiva do petista Lula, ministros, governadores e aspones na China mais parecia um “Onde está Wally?” tupiniquim.

* * *

Não é “Onde está Wally?”

Eu acho que a pergunta deveria ser outra:

“Onde está quem paga tudo isto?”

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

SÉRGIO – SÃO PAULO

O partido português Chega, de direita, convocou uma manifestação em 25 de abril contra o presidente Lula. Em publicação nas redes sociais, a legenda de André Ventura divulgou neste sábado (15) uma chamada para o ato: “Lugar de ladrão é na prisão”.

Lula fará um discurso no Parlamento de Portugal, mas não na sessão principal. Após pressão de parlamentares da direita, ficou decidido que o petista participará de sessão solene que não fosse a principal.

A data ainda não foi anunciada. O presidente chegará ao país dia 21 e permanecerá até o dia 25, quando seguirá para Madri.

Em publicação no Twitter, André Ventura, líder do Chega, afirmou: “Já temos corrupção a mais em Portugal, não precisamos de importá-la!”

 

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

WELLINTON MALTA – FORTALEZA-CE

A SAFADEZA É ANTIGA

Lí há pouco tempo um livro interessante, que recomendo, o titulo é Historia do Brasil Para Ocupados, de Luciano Figueiredo, editora Leya Brasil.

O autor faz uma varredura na nossa historia desde Pedro Alvares Cabral até Getulio Vargas, me chamou atenção a história de um português chamado Pero Borges.

Este cidadão ocupava em 1543 o cargo de corregedor da justiça na cidade de Elvas, na região do Alentejo.

Na construção de um aqueduto, ele foi denunciado a por desvio de dinheiro público (meteu a mão, roubou) no valor de 114 mil reais da coroa Portuguesa, em 1547 a sentença saiu, ele foi condenado a devolver o dinheiro roubado e 3 anos sem poder ocupar cargo publico. O dinheiro foi confiscado da renda de uma fazenda que ele tinha em Portugal.

Em 1548, em plena vigência da sua condenação, D. João III, o nomeou para ser ouvidor geral do Brasil, cargo equivalente a Ministro da Justiça. Diante do clamor, alegaram que a condenação dele havia sido em Portugal, e não no Brasil, trocando em miúdos, em Portugal ele era ladrão, no Brasil não.

Este cidadão veio para o Brasil, e exerceu o cargo durante alguns anos, como se nada tivesse acontecido, e como diria uma ex-empregada que trabalhou na minha casa “Esgravatando os dentes e rindo da nossa cara”.

Quando vejo gente que foi denunciada condenada, presa, e hoje tem alto cargo na politica, e no governo, acabo acreditando que essa coisa de se proteger pessoas corruptas no nosso País vem de longe, é herança cultural. Na frente do que assistimos hoje no país, chego à conclusão de que Pero Borges era um cheira cola batedor de carteira.

E segue o baile…

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Gaiaku Luíza

Luiza Franquelina da Rocha nasceu em 25/8/1909, em Cachoeira, BA. Mais conhecida como Gaiaku Luíza de Oyá, a denominação para Mãe- de-Santo na religião do Candomblé. Seu Terreiro “Roça do Ventura” foi tombado como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia em 2006. Inspirou Dorival Caymmi a compor o samba O que é que a baiana tem? e estabeleceu um “padrão” da baiana quituteira mantido até hoje em Salvador.

Nascida e criada numa família descendente de africanos escravizados e dirigentes de terreiros do Candomblé. Diz-se que nasceu predestinada a ser uma dirigente religiosa. Porém, só veio a saber disso mais tarde, quando foi sacramentada, em 1945, aos 36 anos. Se casou em 1936 com o alfaiate Aristóteles, que a abandou pouco depois após o falecimento da primeira filha. Grávida da segunda filha, e sem condições de se manter, voltou a Cachoeira e foi acolhida pela mãe. Pouco depois foi iniciada na nação Ketu e mais tarde foi confirmado que seu santo de guia era da nação Jeje.

Em meados de 1938 vendia acarajé em seu tabuleiro no centro de Salvador e teve um encontro com Dorival Caymmi, um jovem de 25 anos, que pediu para fotografá-la. No ano seguinte Caymmi gravou a música – O que é que a baiana tem? – descrevendo o modo como Gaiaku Luiza se vestia. A música foi apresentada em 1939 no filme Banana da terra, estrelado por Carmen Miranda vestida paramentada como baiana e gravada no mesmo ano nos EUA, constituindo-se num sucesso internacional que projetou Caymmi e estabeleceu o padrão do vestuário da baiana.

Eles nunca mais se encontraram, até que em 2005 ela tomou coragem, telefonou para Caymmi e tiveram um breve diálogo, que não prosperou: “Olha, a baiana de 1938 ainda está viva”. Quem? A do acarajé?”, perguntou Caymmi já idoso e desligou o telefone. Em 1944 foi iniciada na nação Jeje-Mai e recebeu o cargo de Gaiaku no ano seguinte. Em 1952 fundou o Terreiro “Humpame Ayono Huntoloji’, em Salvador, no Parque São Bartolomeu, e passou a trabalhar formando novas mães-de-santo. Em 1963 adquiriu um sítio em Cachoeira, para onde transferiu seu Terreiro e permaneceu até 20/6/2005, quando veio falecer aos 94 anos.

No ano seguinte Marcos Carvalho lançou sua biografia Gaiaku Luiza e a trajetória do Jeje-Mahi na Bahia, pela Editora Pallas, no Rio de Janeiro, enfocando seu aspecto religioso. Em 2013 Nívea Alves dos Santos apresentou a dissertação (Mestrado na área de Estudos Étnicos e Africanos) na UFBA-Universidade Federal da Bahia, intitulada “Entre ventos e tempestades: os caminhos de uma Gaiaku de Oiá” e disponível  clicando aqui. Em 2018 a dissertação foi transformada em livro, lançado pela Editora da UFBA.

No “Livro do Registro Especial dos Espaços Destinados a Práticas Culturais e Coletivas” da Bahia, seu Terreiro se apresenta como um verdadeiro celeiro de resistência cultural e religiosa e Gaiaku Luiza é vista como “uma das mais prestigiadas mães-de-santo do Recôncavo Baiano e uma das mais importantes e emblemáticas sacerdotisas da história das religiões de matrizes africanas no Brasil e nome fundamental para a resistência do Candomblé Jeje no Brasil nas últimas décadas”. Em 2013 ela inspirou o samba-enredo da Escola de Samba Acadêmicos do Sossego: “De Luiza D’oyá a Carmem Miranda. O que é que a baiana tem?”