DEU NO JORNAL

RODRIGO CONSTANTINO

SEM PUDOR

Eles chamavam todos aqueles que enxergavam alguma virtude no governo Bolsonaro de “blogueiros bolsonaristas”. Bastava não demonizar o presidente como se ele fosse a pior pessoa do planeta para ser rotulado como “vassalo” ou “capacho”. E agora eles ficam o dia todo passando pano para um sujeito como Lula!

Em seu editorial de hoje, o Estadão destaca: “Lula acerta ao ignorar a lista tríplice” para a escolha do PGR. Diz o jornal: “Declaração de Lula rejeitando lista tríplice como critério de escolha para a PGR é bom sinal. Como toda instituição, Ministério Público deve estar sujeito à lei, e não a pressões privadas”. Um argumento até defensável, mas pergunto: alguém lembra da imprensa aplaudindo isso quando foi Bolsonaro a ignorar a lista?

Eis o que disse o mesmo Estadão na época: “Presidente quebra tradição de 16 anos ao não optar por nome da lista tríplice”. O que mudou? Apenas o presidente, claro. Paulo Eduardo Martins comentou: “Quando Bolsonaro ignorou a lista tríplice, a reação foi negativa. Quando Lula faz o mesmo, a reação é de exaltação. Eis o poder de mudança do amor”. É muito amor mesmo, não é verdade?

E como fica claro, o problema maior não é escolher ou não dentro da lista, e sim a reação da imprensa, que muda totalmente de acordo com quem está no poder. Diz Paulo: “Em tempo, sempre fui crítico desse modelo de lista tríplice da PGR, que não está na lei. O presidente faz a escolha, independente do que pensa a corporação. O problema é o pessoal que cobrava respeito à lista e agora diz que é certo ignorá-la”.

O site oficial do PT condenou Bolsonaro à época também: “Desrespeito à lista tríplice é maior retrocesso em 20 anos”. O PT destacou a opinião da Associação Nacional de Procuradores da República, que divulgou nota repudiando a escolha de Bolsonaro. E ainda concluiu assim: “governos do PT se destacaram por sempre respeitar a lista elaborada pela categoria”. Ué? O que mudou?

Novamente, o PT mudar tanto assim nós até podemos compreender: é um partido político que sempre fez oposição destrutiva. Mas a grande mídia se comportar exatamente como o próprio PT? Isso é constrangedor. Fica claro que nossos maiores veículos de comunicação hoje mais parecem assessoria petista. Perderam totalmente o pudor. E eram eles que nos acusavam de partidarismo e parcialidade…

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ CRENTE – SÃO PAULO-SP

Li isto em blog americano e adorei, (a tradução pode não estar muito boa, mas o contexto é que importa).

SE VOCÊ SE OFENDE FACILMENTE, NÃO LEIA ISSO. A VERDADE PODE DOER!

Uma jovem estava prestes a terminar seu primeiro ano de faculdade. Como tantas outras de sua idade, ela se considerava muito progressista (esquerdista) e, entre outros ideais progressista, era muito a favor de impostos mais altos para apoiar mais programas de governo, ou seja, redistribuição de riqueza.

Ela estava profundamente envergonhada por seu pai ser um conservador (de direita) bastante convicto, um sentimento que ela expressou abertamente. Com base nas palestras de que participou e nas conversas ocasionais com um professor, ela sentiu que seu pai havia nutrido por anos um desejo maligno e egoísta de manter o que achava que deveria ser dele.

Um dia, ela estava desafiando o pai por sua oposição a impostos mais altos para os ricos e à necessidade de mais programas governamentais. A autoproclamada objetividade proclamada por seus professores tinha que ser a verdade e ela o indicava ao pai. Ele respondeu perguntando como ela estava indo na escola.

Surpresa, ela respondeu com altivez que tinha uma nota 4 de 5 e disse a ele que era difícil mantê-lo, insistindo que ela estava fazendo uma carga horária muito difícil e estudava constantemente, o que a deixava sem tempo para sair e festejar como outras pessoas que ela conhecia. Ela não tinha tempo nem para namorado e não tinha muitos amigos de faculdade porque passava o tempo todo estudando. Seu pai ouviu e então perguntou: “Como está sua amiga Audrey?” Ela respondeu: “Audrey mal consegue sobreviver. Tudo o que ela faz são aulas fáceis, ela nunca estuda e mal consegue uma nota 2 de 5. Ela é tão popular no campus; a faculdade para ela é uma explosão. Ela sempre é convidada para todas as festas e muitas vezes ela nem aparece para as aulas porque está de ressaca.”

O pai dela perguntou à filha: “Por que você não vai ao escritório do reitor e pede a ele para deduzir 1,0 de sua nota e dar a sua amiga que só tem um 2,0. Dessa forma, vocês duas terão uma nota 3,0 e certamente isso seria uma distribuição justa e igualitária da nota.”

A filha, visivelmente chocada com a sugestão do pai, retrucou com raiva: “Que ideia maluca, como isso seria justo! Eu trabalhei muito para conseguir minhas notas! Investi muito tempo e muito esforço e trabalho! Audrey não fez quase nada para se formar. Ela se divertiu enquanto eu trabalhava duro!”

O pai sorriu lentamente, piscou e disse gentilmente: “Bem-vindo ao lado conservador da cerca.”

Se você já se perguntou de que lado da cerca você se senta, este é um ótimo teste!

Se um conservador não gosta de armas, ele não compra uma. Se um progressista não gosta de armas, ele quer que todas as armas sejam proibidas.

Se um conservador é vegetariano, ele não come carne. Se um progressista é vegetariano, ele quer que todos os produtos à base de carne sejam banidos para todos.

Se um conservador está deprimido, ele pensa em como melhorar sua situação. Um progressista se pergunta quem vai cuidar dele.

Se um conservador não gosta de um apresentador de talk show, ele muda de canal. Os liberais exigem que aqueles de quem não gostam sejam fechados.

Se um conservador é um descrente, ele não vai à igreja. Um descrente progressista quer que qualquer menção a Deus e Jesus seja silenciada.

Se um conservador decide que precisa de assistência médica, ele sai para comprá-la ou pode escolher um emprego que a forneça. Um progressista exige que o resto de nós pague pelo dele.

Se um conservador ler isso, ele vai postar. Um progressista irá apagá-lo porque está “ofendido”.

DEU NO X

UMA PARELHA PERFEITA DE CANALHAS ESQUERDÓIDES

O governo Lula decidiu não assinar uma declaração conjunta pactuada por 55 países que denuncia os crimes de Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, durante uma reunião realizada nesta sexta-feira (3) no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Representantes do governo brasileiro chegaram a sugerir mudanças no texto final pedindo que houvesse mais espaço para diálogo com a ditadura de esquerda instalada por Ortega. A proposta, entretanto, foi considerada inadequada pelos demais países.

Países como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Alemanha e França assinaram o documento, que foi endossada até mesmo por governos latino-americanos de esquerda, como Chile, Peru e Colômbia. O presidente chileno Gabriel Boric, por exemplo, destacou o caráter ditatorial de Ortega na ONU, enquanto representantes do Brasil permaneceram em silêncio.

Segundo a constatação de peritos da ONU, o regime de Daniel Ortega praticou crimes contra a humanidade. “Violações generalizadas dos direitos humanos que equivalem a crimes contra a humanidade estão sendo cometidas contra civis pelo governo da Nicarágua por razões políticas”.

Há uma tentativa em curso para que a comunidade internacional imponha sanções a instituições e indivíduos envolvidos no cometimento dos crimes. “Os abusos – que incluem execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura, privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país – não são um fenômeno isolado, mas o produto do desmantelamento deliberado das instituições democráticas e da destruição do espaço cívico e democrático”, diz trecho do relatório assinado pelos países.

Lula da Silva ratifica complicidad con la dictadura de Daniel Ortega

Dois canalhas esquerdóides unidos pela ideologia totalitária

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

SÉRGIO – SÃO PAULO-SP

Nota para Recordar nesta segunda-feira 6 /3/23

Passaram a semana passada toda rodando nas mídias podres e lavadoras um tal de colar da Primeira Dama Michele Bolsonaro.

Não estou aqui para defender ela. Se tem irregularidade, tem que ser investigado.

Estou aqui mais por causa da pura hipocrisia desta esquerda podre.

Por isto escrevi para estes grande jornal postar com o título:

Dá um Google, seus hipocritas lulista.

Assunto: PF encontra cofre com presentes ganhados por Lula na Presidência.

Clique aqui e leia.

“Lula, lulistas e cia, acusem os seus adversários do que vocês fazem, e chame-os do que você são”

Recordar é viver, é por estes e por muitos outros motivos que querem regular a internet.

Eles sabem que se a juventude que está sendo adestrada ao lulismo der um Google, eles encontrarão muitas coisas podres do molusco da esquerda na internet.

A internet é um cofre cheio de verdades que até o TSE censurou nas eleições.

DEU NO X

MAIS UMA CAGADA DO LADRÃO DESCONDENADO

DEU NO X

ALEXANDRE GARCIA

AS QUANTIDADES DE INVASÕES EM CADA GOVERNO

Governo Bolsonaro teve três invasões de terra por ano. Lula, mais de 200

Certamente vocês conhecem José Rainha Júnior. O nome dele já vem há décadas ligado a invasões de terras no Pontal do Paranapanema, em São Paulo. José Rainha Júnior está preso em um centro de detenção provisória em São Paulo. Preso pela Polícia Civil, junto com outro diretor da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade. O outro diretor se chama Luciano Lima. A acusação é de extorsão.

No sábado (4), o juiz de custódia fez audiência de custódia com ele, verificou que nenhum direito foi desrespeitado e ele permanece preso.

Só pra gente ter isso na cabeça, a iniciativa [de denunciar] é do Ministério Público. Mas há casos em que juiz tem iniciativa. Aí é o juiz de garantia, que vai até [o momento de] receber a denúncia do Ministério Público. Ele está zelando pela garantia daquele que é acusado, que é preso. Ele não toma uma iniciativa de mandar prender por conta própria, de instaurar inquérito por conta própria. Isso é o Ministério Público que faz, como diz o Artigo 129 da Constituição.

Então o José Rainha vai ficar preso. Vai ser investigada a acusação de extorsão, de que ele teria extorquido, no mínimo, seis proprietários rurais. Mais ou menos assim: “ou paga ou a gente invade”. Tanto que muitos proprietários rurais se armaram lá diante do anúncio do “carnaval vermelho”. A polícia até aprendeu armas de alguns proprietários rurais que atiraram pra espantar os pretensos supostos invasores.

Interessante que essa acusação de extorsão eu já ouvi há muitos anos. Estava conversando com o então ministro José Dirceu em 2003, 2004 e perguntei sobre o relacionamento com José Rainha lá no Pontal do Paranapanema. E a informação que ele me deu é compatível com a acusação que ele está recebendo agora e pela qual ele foi detido.

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Governo Lula teve média alta de invasões

Por falar em invasões, eu vi aqui a estatística de que no governo Lula, que durou oito anos, foram 1.968 invasões. No governo Bolsonaro, que durou quatro anos, foram 14. Ou seja, por ano, Bolsonaro teve três invasões e meia. Por ano, no governo Lula foram 246 invasões.

Agora na invasão nessa grande empresa de papel e celulose lá na Bahia, os invasores dizem que não se come eucalipto. Mas o pior é que o eucalipto se usa para fazer o papel do livro, do jornal, do caderno. A gente aprende, a gente se educa com a celulose. Só para lembrar.

Enfim, o ministro do Desenvolvimento Agrário a Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, não quer saber de tirar o pessoal de lá via judicial. Diz que tem que haver diálogo.

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Na ONU, Lula fica do lado de ditador

É a mesma conversa de Lula em uma declaração da ONU sobre o ditador Daniel Ortega.

Mais de 55 países não concordaram e a ONU, nesse fim de semana, assinou uma denúncia de desrespeito aos direitos humanos por parte do ditador da Nicarágua. E o Brasil não assinou.

Que vergonha! Direitos humanos…

Imagina a ditadura que é: prendeu 222 presos políticos, tirou a nacionalidade deles e os expulsou do país. Tirou a nacionalidade! Foram banidos e expatriados. É muito preso político. Isso caracteriza bem uma ditadura.

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História das joias é somente barulho da imprensa

Por fim, só para lembrar, essa questão do colar de brilhantes para Michelle Bolsonaro, que ela nunca viu, nunca tocou e nunca recebeu. Está mais ou menos igual àquela história das vacinas da Índia dos irmãos Miranda, que o Brasil nunca comprou.

As joias ficaram na Receita Federal. Não foi possível botar no patrimônio do Palácio do Planalto porque a Polícia, a Receita Federal, não liberou. Agora, o que passou pela Polícia Federal (relógio, caneta, etc) foi para lá. Para aquela administração, o Gabinete de Documentação Histórica.

O que está se fazendo aí é um grande barulho, que é comandado mais ou menos como aquele consórcio que a gente conhece.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

A INFLAÇÃO REVISITADA

Editorial Gazeta do Povo

Focus inflação

Projeções para a inflação de 2023 têm subido há várias semanas, segundo o Boletim Focus, do Banco Central

Com o início do terceiro governo Lula, o problema da inflação voltou às discussões públicas. O presidente, antes mesmo de assumir, vinha assacando críticas ácidas contra a taxa de juros e o teto de gastos públicos imposto por lei aprovada no governo de Michel Temer. Após assumir a Presidência, Lula não arrefeceu suas críticas; pelo contrário, ampliou os ataques ao presidente do Banco Central (BC) quando o Conselho de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano diante de inflação prevista na faixa dos 6%.

Para sustentar suas críticas, Lula usa um argumento que, aos olhos dos leigos e de boa parte da população, parece nobre e a favor dos pobres, numa atitude para tentar mostrar ser ele o único defensor das famílias de baixa renda e daqueles excluídos do bem-estar social. A conexão entre o argumento – evidentemente nobre e humanitário – e a proposta de baixar juros na marra e estourar o teto de gastos é, porém, falsa e pode agir para explodir a inflação e massacrar financeiramente justamente os pobres e os excluídos que Lula diz defender. Embora seja fartamente debatida e analisada nos meios de imprensa, a inflação revisita os países sempre que alguma agressão à lógica econômica exacerba as causas inflacionárias por decorrência de medidas populistas ou teoricamente ilógicas.

A inflação, entendida como aumento dos preços, é doença que tem múltiplas causas e padece de uma situação dramática: muitas vezes, duas ou três variáveis que, sozinhas, não produzem efeitos elevadores de preços, quando ocorrem simultaneamente de forma combinada, fazem a inflação explodir com todos os seus efeitos maléficos sobre a sociedade em geral. Por exemplo, quando Lula diz que não vai respeitar o teto de gastos públicos enquanto houver pobres e miseráveis no Brasil, e propõe a revogação da lei que definiu tal teto (como efetivamente ocorreu na PEC fura-teto), ele não leva em conta vários aspectos e riscos, especialmente as circunstâncias em que os gastos excessivos e os déficits fiscais vão ocorrer. Uma coisa é o governo elevar déficits em um país que não tenha histórico de déficits e cuja dívida pública é inexistente ou muito baixa. Outra coisa bem diferente, e muito perigosa, é aumentar os gastos e estourar o rombo fiscal quando a dívida pública bruta é alta e já está no teto considerável limítrofe para as condições econômicas do país.

A discussão lógica e tecnicamente eficiente sobre o problema da inflação – que é um dos temas mais complexos da ciência econômica – exige conhecimento teórico, domínio da história da inflação e, principalmente, entendimento dos efeitos de cada uma das várias causas que provocam esse mal econômico. Um dos exemplos é o próprio caso brasileiro, pelo menos em quatro momentos significativos de sua história, quando a inflação atingiu níveis elevados, inibiu o crescimento econômico e causou mais pobreza e desigualdade de renda. Nunca é demais reforçar que dois dos grandes males sociais que a inflação provoca são o crescimento da pobreza e aumento da desigualdade de renda.

Os quatro momentos importantes em que a inflação se tornou a principal doença econômica perpassaram os anos 1964, 1974, 1984, 1994 e 2014; se o governo Lula seguir em sua lógica de ignorar as causas do processo inflacionário, o problema pode se repetir em 2024, perpetuando a escrita (rompida apenas em 2004) de uma crise inflacionária a cada dez anos, graças à repetição sistemática do histórico de má gestão macroeconômica, e jogando a nação de novo na mesma vala de outrora. Além disso, um mínimo de bom senso deveria levar os governantes a prestar atenção na trajetória de outros países (sobretudo na América Latina) que vêm sendo duramente atingidos pela inflação e empobrecendo sua população, como agora mesmo está ocorrendo com a Argentina.

Outro aspecto diz respeito às críticas ásperas direcionadas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, que só não encontraram terreno fértil para piorar de vez o clima e gerar sinais de crise graças a dois fatores: primeiro, o presidente e a diretoria do BC têm mandato fixo de quatro anos nos termos da lei que estabeleceu a autonomia do órgão (o mandato do presidente do BC termina no fim de 2024, portanto, dois anos após o início do atual mandato de Lula); segundo, o presidente do BC e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não seguiram na linha beligerante de Lula, seja pela falta de disposição de ambos para exasperar o conflito verbal, seja porque acreditam que Lula está desempenhando seu papel de populista e poderia não seguir a linha de irresponsabilidade fiscal e monetária que ele mesmo anuncia.

Os intrincados aspectos da inflação e as teorias publicadas nos últimos 200 anos a respeito do processo inflacionário, numa tentativa de compreender a experiência mundial a esse respeito, são de escasso domínio público, o que abre amplo leque de opções para discursos, propostas e medidas erradas e nocivas quanto ao enfrentamento do mal inflacionário, uma doença crônica que retorna sempre que medidas erradas são cometidas. As crenças erradas a respeito prejudicam o enfrentamento da inflação e a busca de crescimento econômico consistente. Por coincidência, o intelectual que mais empreendeu uma cruzada contra a ignorância e a demagogia sobre o problema inflacionário foi o economista Roberto Campos – avô do atual presidente do Banco Central –, especialmente quando foi ministro do Planejamento de 1964 a 1967, no governo Castello Branco.

Naquele fim de governo João Goulart, o Brasil tinha o desafio de enfrentar uma inflação que castigava o país justamente pelo populismo fiscal que vinha de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e do próprio Goulart, período em que o Brasil fez exatamente o que Lula pensa fazer agora: emitir moeda à vontade sem considerar os efeitos negativos que isso pode ter sobre a inflação. Roberto Campos, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1991, alertava para a compreensão errada sobre as causas da inflação. Para ele, os políticos e boa parte da população veem a inflação como o processo de remarcação de preços, e passam a culpar os empresários e produtores como malvados, ao ponto de haver perseguição e prisão de empresários, como ocorreu em 1986 com o famigerado Plano Cruzado, do presidente José Sarney, liderado pelo ministro da Fazenda, Dilson Funaro, um neófito em economia. De outro lado estão aqueles que entendem a inflação como a criação de moeda em níveis que superam a expansão monetária compatível com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e descobrem que o culpado pela inflação é o governo.

O Poder Executivo é a entidade jurídica encarregada de executar o orçamento fiscal, arrecadar tributos e administrar os gastos do governo; se ele manda no Banco Central como mera autarquia sob o comando do presidente da República e do ministro da Fazenda, a gestão do estoque de moeda em circulação e a expansão monetária são obras do governo. Logo, sendo a inflação a expansão monetária da qual a remarcação de preços é mera consequência, o culpado pela inflação é o governo. A compreensão correta do problema e a identificação das causas e seus autores são condições necessárias para o enfrentamento desse mal tão presente na vida das nações.

Não é razoável supor que um homem alçado ao terceiro mandato na Presidência da República de um país do tamanho do Brasil não tenha apreendido pelos menos os rudimentos teóricos e os efeitos práticos de medidas de política econômica. Ou é isso ou se trata de imensa irresponsabilidade sair pregando que não quer saber de teto de gastos nem de uso da taxa de juros para combater a inflação. O argumento de que se deve fazer o possível para reduzir a pobreza é aceitável, porém, desde que preservadas as condições para o crescimento econômico e o desenvolvimento social de forma sustentável, sem o que não se reduz a pobreza nem a miséria. Pelo contrário: inflação inibe o crescimento, gera desemprego, reduz o poder de compra dos salários, cria pobreza, miséria e desigualdade de renda.

No Brasil, os historiadores econômicos já produziram farto material demonstrando que a convivência de décadas com a inflação e o baixo crescimento responde, entre outras causas, pela pobreza e pela desigualdade de renda. É assim que o Brasil tem sido e, se a inflação voltar por força de medidas populistas e de irresponsabilidade macroeconômica, o país seguirá em sua triste sina de perder décadas de crescimento pífio. Não se trata de buscar o equilíbrio fiscal a qualquer custo e em qualquer circunstância, mas sim de entender em que quadro geral da economia brasileira estão sendo analisados os gastos públicos, déficits fiscais, taxa de juros e taxa de inflação, como caminho para adoção das medidas eficazes diante dos problemas econômicos e suas causas.