DEU NO X

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

ARAEL COSTA – JOÃO PESSOA-PB

Boa tarde, caro Berto

Como estamos nos aproximando de um final de semana que promete ser bastante chuvoso (pelo menos por aqui, na velha Paraíba de guerra), e, consequentemente, com queda temperatura, acredito que a Chupicleide vai necessitar de um reforço de sua verba de esbórnia.

Notadamente a parte destinada ao conhaque de São João da Barra, que ingerido com algumas cocadas de maracujá, a ajudarão a suportar as inclemências do tempo.

Talvez dê, até, para uma tripa de porco assada.

Respeitosamente, o súdito Arael

R. Meu caro, a nossa secretária de redação, a insaciável Chupicleide, está aqui relinchando de alegria com a sua generosa doação, que já está na conta desta gazeta escrota.

Ela também adorou a sua sugestão de encher o rabo com o tradicional Conhaque de Alcatrão de São João da Barra.

Hoje essa sujeitinha vai se esbaldar até acabar o estoque do Bar dos Três Cacetes.

Só vai sair de lá bebinha!!!

Gratíssimo pela força, meu caro.

A generosidade de vocês é muito importante para mantermos esse jornaleco avuando pelos ares.

Chupicleide está mandando um xêro e uma música pra você ouvir.

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Prezado Editodos,

hoje o Cabaré do Berto vai receber o escritor sergipano Antônio Saracura que iniciou sua história plantando sementes na terra para depois plantá-las na literatura.

O cabra aposentou a enxada para se tornar jornalista, analista de sistemas, economista, passando por empresas como Rhodia, Petrobras, Telebras, mas danou-se a publicar romances e nessa linha vieram Os Tabaréus do Sítio Saracura, Meninos que não queriam ser Padres, Minha Querida Aracaju Aflita, Tambores da da Terra Vermelha (livro de contos), Os curadores de cobra e gente (cordel) e Pássaros do Entardecer…. cabra bom da peste.

Até hoje o único Saracura que eu conhecia era o João Saracura da música Abrigo de Vagabundo do grande Adoniran Barbosa. Então, esse será o segundo…

Por favor, divulgue no jornal mais lido da Terra que esse encontro será das 19h30 às 20h30.

Para participar, basta clicar aqui.

Abraços

R. O recado está dado, nobre gerente cabarezeiro.

Teremos hoje mais uma sexta-feira movimentada e rica de literatura, conversas e encantos.

Será uma grande alegria conhecermos o talentoso escritor sergipano Antônio Saracura.

Às sete e meia da noite de hoje estaremos todos lá!

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A PALAVRA DO EDITOR

UM FUBÂNICO NA ABL

Recebi ontem um telefonema do estimado amigo José Paulo Cavalcanti, informando que estava vindo aqui em Apipucos, o bairro onde moro, pra falar comigo.

Disse que já estava a caminho, bem perto, e chegaria em poucos minutos.

Pediu que eu o esperasse no térreo do edifício pois não podia demorar e estava vindo apenas pra me entregar um envelope.

Respondi que estava às ordens e desliguei o celular cheio de curiosidade.

José Paulo é um dos maiores juristas brasileiros da atualidade, intelectual de grande renome tanto no Brasil quanto no exterior e também colunista desta gazeta escrota.

Ele foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em novembro do ano passado.

Fiz uma postagem sobre o assunto na minha coluna (clique aqui para ler).

Ele chegou com a esposa, Dona Maria Lectícia (ambos são da Academia Pernambucana de Letras), e me passou um envelope, dizendo que não podia demorar pois tinha que entregar mais alguns outros.

Resumindo: era um convite pra participarmos, eu e Aline, de sua posse na ABL, que vai acontecer no mês de julho próximo. 

Fiquei ancho que só a peste!

E informei que iríamos com muito gosto e prazer.

Já mandei ajeitar o terno e a gravata.

Gratíssimo pela gentileza e pela consideração, meu caro amigo Imortal.

Você é um cabra arretado e que mora na minha estima!!!

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

CONVERSAS DE ½ MINUTO (19)

Mais conversas da terrinha, em livro que estou escrevendo (título da coluna).

* * *

CRAVEIRO LOPES, presidente de Portugal. Em 24/06/1957, visitando o Recife, o general e sua mulher, Berta Lopes, foram recebidos, em jantar, no Palácio do Campo das Princesas. Entre convidados o presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek. E Cid Feijó Sampaio, que poucos meses depois seria eleito governador de Pernambuco. Dando-se então diálogo que fez sucesso, nos jornais locais. Quando sua mulher, dona Dulce, impressionada com o belo colar da portuguesa, e só por querer ser simpática, perguntou

– Diamante?

E dona Berta

– De amante? Não, senhora, de Craveiro.

* * *

RENATINHO MAIA, empresário. Ligou para o restaurante–Café Inn, no estuário do Tejo,

– Presumo que estejam abertos, hoje.

– Claro. Se não estivéssemos, ninguém atenderia o telefone.

* * *

SILVIO MEIRA, gênio. Queria conhecer o Metro de Lisboa. Primeiro mundo, todos sabem. Não se diz Metrô, como o da França. Mas Metro, mesma pronúncia da medida de distância. História curiosa se deu quando ia ser inaugurado, em 1959. A direção contratou o grande poeta português Alexandre O’Neil para fazer seu slogan. Acertaram o preço, que foi pago. E O’Neil escreveu – Vá de Metro, Satanás. Que nunca foi usado, claro. Voltando a Silvio, na Praça Camões, precisava saber como poderia chegar lá. E perguntou, a um patrício que passava,

– Sabes onde fica o Metro?

– Sei, lá embaixo.

E foi embora.

* * *

MARCOS BORGES, professor titular de computação (no Rio). Saiu do Hotel do Chiado e perguntou, ao motorista de taxi,

– Podemos ir à Fundação Calouste Gulbenkian?

– Vamos.

Não disseram mais nada, o taxi logo chegou na Fundação e não havia ninguém por lá.

– Está fechada, o senhor sabia disso?

– Claro, hoje é terça-feira.

– E por que não disse antes?

– Porque o senhor não perguntou.

* * *

ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA, da Universidade de Brown (Estados Unidos). Num restaurante da Madeira, famílias reunidas, perguntou ao escritor Baptista Bastos

– Dá-me licença que tire uma foto do casal?

– Claro, mas deixe-me pôr um ar inteligente na face.

– Não se preocupe, eu depois retoco a foto.

* * *

ZIRA DE SANTIAGO, baronesa. Por ocasião da morte de dona do Carmo

– Pêsames, Lectícia.

– Obrigado.

– Soube que sua mãe foi incinerada (no Brasil seria cremada).