DEU NO X

O VIDENTE ZECA NOSTRADAMINHO JÁ VIU O FUTURO

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Francamente, fiquei com pena do talentoso compositor e cantor carioca.

Segundo apurou o Departamento de Relações Exteriores do JBF, ele já  atualizou o passaporte e vai mesmo embora do Brasil depois das próximas eleições presidenciais.

A única dúvida que ele tem é se irá fixar residência em Cuba, na Venezuela ou na Coréia do Norte.

Enquanto isto, Zeca Nostradaminho está tentando controlar a depressão tomando  13 gotas por dia de cada um desses valiosos medicamentos:

DEU NO X

JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

O NASCER DE UMA ESTRELA

A crônica abaixo é da pena sensível de Teresa Oliveira, escritora lançando sua primeira obra, advogada, ativista da causa autista no RN, humanista e funcionária do Tribunal de Justiça da Paraíba.

Será parte das quarenta e cinco crônicas alicerçadas na saudade da autora no livro “Gentil, verás que um filho teu não foge à luta”, contando a história do pai dela, Dr. Gentil Oliveira, médico e político potiguar, assassinado em 1989.

O livro será lançado no dia 27/Maio/2022, conforme informações que estão no final desta postagem.

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O INÍCIO DO INÍCIO – Teresa Oliveira

O quarto era iluminado por um abajur de renda francesa. Entre a mobília, toda em estilo Luiz XV, reinava soberana uma penteadeira cheia de significados. Sobre ela ficava o talco usado pela minha avó Elita, cujo cheiro ainda familiar, me causa uma das melhores saudades olfativas. Fecho os olhos e sinto!

Alta, magra, elegante e de uma fidalguia peculiar à sua figura, assim era ela, a mãe do meu pai.

Nas minhas doces e ternas lembranças, eis que ela aparece magnífica. Ao acariciar os meus cabelos, não titubeava em lamentar a velhice e a impossibilidade de me ver adulta.

Chamava-me carinhosamente de “mulher bonita”; pois, segundo ela, eu era dona de traços afilados e rosto de boneca.

Tantas vezes vejo-me nela, seja na luta, na coragem, na forma de enfrentar a vida, sem medo e sem melindres, seja na velha penteadeira herdada por mim e guardada com o zelo dos objetos, senão santos, com significados inenarráveis.

Felipe Alves de Oliveira e Elita de Paiva Barreto viveram uma história de amor ímpar, e não é segredo para ninguém: eles são para mim uma fonte inesgotável de inspiração. Eles eram os pais de Dr. Gentil.

Meu avô era agricultor, homem calmo, prudente, paciente e muito trabalhador. Com suas mãos calejadas pela labuta diária construiu as cercas do velho Sítio Carnaubau, manuseando o arame farpado com a mesma maestria que um poeta manuseia uma caneta.

Da união vieram cinco filhos. Todos nascidos no sítio. No entanto, tão logo precisavam estudar, eram enviados para a cidade com esse fim.

De Alexandria à Natal, de Natal à Recife, os irmãos desbravaram o mundo e venceram na vida.

Hoje, conversando com o primogênito, Francisco Paiva de Oliveira, gozando ele de saúde e lucidez no auge dos oitenta e tantos anos, senti a alegria de um homem se orgulhando em relembrar o passado de lutas, conquistas, lágrimas e vitórias.

Definiu a mãe como uma mulher justa, que, sem meias palavras ou meias verdades, lhes ensinou o valor do trabalho honesto na vida de qualquer ser humano.

Em relação ao pai, Chico Paiva relembrou o esforço e a luta de um agricultor nunca admitindo seus filhos segurando sequer o cabo de uma enxada. Meu avô agricultor sonhou plantar grande. Colheu grande.

Naquela época, onde só os filhos de famílias tradicionais tinham condições de estudar na capital, filho de agricultor ser doutor era um desacato.

Pois bem, o filho mais velho abriu os caminhos e cuidou dos demais. Fez o serviço completo, incluindo até o caçula.

Quando fala no assunto, Chico Paiva se vê emocionado e diz que tinha meu pai como um filho.

Francisco fixou residência no Recife, vivendo na Veneza Brasileira até os dias atuais.

Com o peito estufado de orgulho, me disse que o meu pai passou no primeiro vestibular na melhor faculdade de Medicina do Nordeste.

Perguntei o que ele sentia quando se lembrava do irmão caçula e, com a voz ainda embargada pela saudade, respondeu-me: “Ele era inteligente, tinhoso, gostava de política e tinha uma bondade imensa. Me obedeceu em quase tudo, só me faltou com respeito quando teimou em morrer antes de mim.”

As últimas palavras precederam um soluço. O meu.

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DEU NO X

DEU NO JORNAL

GENTE BESTA E MATO É O QUE MAIS TEM NO MUNDO

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Eu acho que o descondenado pelo SPTF não deve se preocupar, senhor jornalisteiro Lauro Jardim, expoente do Globosta.

Ainda existe muita gente idiota neste país e Lapa de Mentiroso tem bastante seguidores nas chamadas mídias digitais.

Muitos mesmo.

Veja a comparação nas tabelas abaixo.

No Instagram Lula tem 4,5 milhões de seguidores.

Contra 19,6 milhões de Bolsonaro.

Já no Twitter, Lula tem 3,3 milhões de seguidores.

Contra 7,6 milhões de Bolsonaro.

Resumindo: são muitos milhões de idiotas seguindo o maior ladrão de toda a história brasileira.

Tem gente que não se manca mesmo.

Esse povo acredita piamente em tudo que Lapa de Corrupto diz.

Acreditam até, imagine, quando ele diz que “não é nada meu”.

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A CANJICA DA VOVÓ

Milho nascendo em fileira

Hoje, próximo de uma data significativa, resolvi dar uma volta no tempo, e relembrar um pouco das boas coisas vividas no sertão – então adolescente, sempre passando as férias escolares na cada da minha Avó, figura que, se fosse minha mãe, não faria nenhuma diferença. As duas, Avó e Mãe, eram quase que a mesma pessoa.

Meu Avô, homem de poucas letras, conhecia apenas o mundo em volta de si mesmo. Tudo se resumia ao redor do que ele via e conhecia. Nunca ouvira falar de escola ou de estudar. Mas, a sensibilidade divina adquirida, compreendia e aceitava que o mundo, para outros, ia além das manhãs, tarde e noites nas Queimadas (povoado onde todos convivemos). Ele sabia que existia um mundo além daquele onde vivia. Admitia e aceitava.

Mas, nós, os netos por vezes nos cercávamos da crença que, pelo menos nos meses das férias, o mundo era aquele ali, onde vivíamos e do qual usufruíamos só coisas boas que hoje são apenas saudades.

E nunca deixamos de aceitar que ali tínhamos muito que aprender. E fazíamos isso com prazer e sem cerimônia.

Cedo entendemos que, para semear alguma coisa, precisávamos preparar a terra. Limpar a terra. Preparar a terra para o momento oportuno de semear. Tantas e tantas linhas, tantos e tantos roçados preparávamos com as nossas enxadas e com a nossa coragem. O fruto de tudo, com certeza, viria depois.

Semear o milho, para nós, era como sentir muito cedo o cheiro da canjica com coco e aquelas borbulhas de algo que nos ligaria cada vez mais à terra e aos nosso costumes – para alguns, efêmeros e passageiros prazeres. Para nós, parte da nossa própria vida e razão de existir.

Semear o milho na terra preparada, e, vê-lo crescer até “embonecar”.

Milho “embonecando

Avistada a “boneca”, o objetivo se imaginava mais próximo. E era verdade. Os resultados positivos de tantos dias trabalhados na terra, sol a sol, agora estavam por vir. Com certeza.

Enxadas à mão, a manutenção da limpeza das ervas daninhas era uma constante – que ali significava também com uma vigília ao crescimento e desenvolvimento daquelas espigas verdinhas do milho mole até atingir o amarelecimento da secagem.

Milho em espiga verdinha

Quem planta, colhe.

Quem plantar e cuidar, vai ter boa safra. No milho, e na vida.

É o milho verde que vai servir para alguma coisa. Para canjica e pamonha, por exemplo. É o filho bem orientado que vai seguir o bom caminho – esse, é o bom fruto que proporcionará a boa colheita.

Colhido, o milho verde vai à ralação.

Ralado, vai à preparação para a canjica ou para a pamonha – duas coisas que satisfazem aos que sabem o que isso significa. Desde o semear, passando por todos os demais caminhos, até o consumir – se possível com um “pozinho” de canela.

Ralação do milho verde

A ralação precede ao cozimento. Não é algo fácil. É preciso saber o que está fazendo, para não correr o risco de desperdiçar tudo que foi feito e ter que voltar à estaca zero.

Tantas espigas raladas produzirão uma quantidade xis de milho ralado que, passado por uma separação (uma “peneiragem”) produzirá um líquido que será levado ao fogo, com o acréscimo de adoçante e/ou coco ralado – sem que esse acréscimo seja algo obrigatório.

Canjica de milho verde

Podemos afirmar sem medo de errar, que tanto a canjica quanto a pamonha são duas especiarias entre as mais desejadas que a culinária sertaneja produz a partir do milho verde. O cuscuz, outra maravilha produzida com o milho, entra num estágio mais adiante – com o milho seco e moído.

Pamonha à moda sertaneja

Comer uma canjica de milho verde um dia após a sua feitura é algo divino, quase sempre à disposição daqueles que vivem na roça e trabalharam o milho a partir da sua colheita. Produzindo de forma positiva em todas as suas etapas.

Quem, como eu, viveu essa preparação da terra para o plantio do milho até o sentar à mesa para o usufruto do que foi produzido, com certeza não terá lido aqui nada que surpreenda. Mas, servirá para, entre outras coisas, matar a saudade.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

AFONSO NINA – MANAUS-AM

Há um tempão, quando vi o vídeo do Luiz Berto com o Orlando Tejo e o Canindé, tive vontade de dividir um copo com os dois.

Com Orlando talvez mais tarde dê certo.

E com o Luiz Berto?

Ainda continua fazendo do Bar Largura a voz do Recife falando para o mundo?

R. Meu caro, você tá certo: um dia iremos dividir um copo com Orlando Tejo lá na amplidão do infinito.

Meu amigo encantou-se e me deixou aqui numa saudade danada.

Por enquanto, por ordem do Dr. Sérgio Azevedo, meu cardiologista, estou em abstinência compulsória. Mês que vem se completam seis anos nessa pisada.

Quanto ao Bar Largura, continua funcionando normalmente, “desde o Século XX”, conforme consta na placa.

A mesma freguesia cativa e distinta.

Eu passo em frente dele quase todo dia.

Meu peito chega fica assuspirando de tanta saudade.

A propósito do Bar Largura, recomendo a você a leitura de uma postagem que fiz aqui em fevereiro do ano passado.

Nela eu falo sobre este magnífico e encantado recanto do Recife.

Para ler, basta clicar em cima do meu belo fucinho na imagem abaixo:

Apareça sempre e mande as ordens, meu caro.

Um abraço pra toda a comunidade fubânica daí dessa bela Manaus.

E, pra fechar a postagem, aí vai o vídeo a que você se referiu logo na abertura de sua mensagem.

Trata-se do trecho de um documentário do cineasta paraibano Vladimir Carvalho sobre a grande obra de Orlando Tejo, o livro Zé Limeira, O Poeta do Absurdo.

Foi gravado nos anos 80, na minha casa, quando eu morava em Brasília.

WELLINGTON VICENTE - GLOSAS AO VENTO

PÁSSARO LIVRE

Ninguém consegue prender
A alma do cantador.

Mote do poeta Abel Araújo

Nasceu pra viver voando
Ou atravessando rios
Enfrentando desafios
Nas pelejas porfiando
Ninguém sabe desde quando
Este pássaro voador
Vive igualzinho um condor
Sendo e gostando de ser
Ninguém consegue prender
A alma do cantador

São marinheiros da rima
Em cada porto um poema
Em cada estrofe um esquema
Parindo uma obra-prima
A viola é sua lima
E como mestre escultor
Põe contornos numa dor
E a transforma em prazer
Ninguém consegue prender
A alma do cantador.

Seu canto não tem Fronteira
E nem respeita Divisa
O seu verso mobiliza
O pessoal da ribeira
Mas também canta na feira,
Na morada do doutor,
Pregando o mesmo teor
Eternizando o dizer:
– Ninguém consegue prender
A alma do cantador!

DEU NO X

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Zalina Rolim

Maria Zalina Rolim Xavier de Toledo nasceu em 20/7/1869, em Botucatu, SP. Poeta, escritora, professora e tradutora. Foi pioneira da educação infantil, na condição de inspetora do Jardim da Infância anexo à Escola Normal Caetano de Campos, em fins do século XIX. Colaboradora ativa da Revista do Jardim da Infância (1896), teve atuação destacada na pedagogia e literatura infantil.

Filha de Maria Cândida do Amaral Gurgel e do juiz José Rolim de Oliveira Ayres, tradicional família paulista. Teve os primeiros estudos em Itapeva e desde criança teve aulas particulares de português, francês, italiano e inglês com o conhecido prof. João Köpke, do qual teve influências em sua atividade pedagógica. Devido a profissão do pai, morou em diversas cidades do interior paulista. A vocação de professora foi se aprimorando desde os 15 anos, quando passou a dedicar-se à alfabetização das crianças numa fazenda em São Roque, onde a família morava.

Em seguida, passou a fazer versos, recebendo estímulos do pai, que a colocou em contato com as obras de Ezequiel Freire e Narcisa Amália entre outros. A partir dos 20 anos passou a colaborar com os jornais A Provincia de São Paulo (O Estado de São Paulo) e Correio Paulistano. Em 1893 seu pai foi designado presidente do Tribunal de Justiça do Estado, passando a residir na Capital. Aí ela se entrosou com a elite cultural paulistana e no mesmo ano publicou sua primeira coletânea de poesias – O Coração – recebendo elogios de Olavo Bilac, Artur Azevedo e Vicente de Carvalho.

Por esta época, a capital paulista passava por grandes transformações econômicas e sociais, com a expansão do café e chegada dos imigrantes para suprir a mão-de-obra escrava. Tais mudanças tiveram reflexo na Educação, que passou a formar professores melhor qualificados. Neste surto de desenvolvimento, a Escola Normal passa por uma significativa reforma sob a orientação do prof. Antônio Caetano de Campos, contando com a colaboração de Guilhermina Loureiro de Andrade e Miss Márcia Brown. Assim, a Escola Normal criou o Jardim da Infância que, além de atender as crianças, serviria também para treinar as novas professoras. Foi nesse ambiente que ela pode aplicar seu talento de professora.

Com seus conhecimentos de línguas, traduziu diversas obras utilizadas no Jardim da Infância. Sua colaboração na Revista do Jardim da Infância permitiu a publicação de várias adaptações, traduções e produções originais destinadas às crianças. Na ocasião, atendendo o pedido do prof. João Köpke, publicou o Livro das Crianças, em 1897, distribuído nas escolas públicas. O livro incluía poesias, cantigas e histórias, contando com ilustrações, cujo objetivo era despertar o interesse das crianças pela leitura. Nos anos seguintes colaborou nas revistas Educação e Mensageira: Revista Literária Dedicada à Mulher Brasileira, dirigida por Presciliana Duarte de Almeida. Assim, passou a integrar o “movimento feminista” que se iniciava.

Em 1900 casou-se com José Xavier de Toledo, ministro do Tribunal de Justiça, e escreveu mais um livro de poesias – Livro da saudade -, em 1903, que não foi publicado. Ao ficar viúva em 1918, afastou-se da vida social e literária, vindo a falecer em 24/6/1961, aos 92 anos. Hoje seu nome é lembrado na denominação da Escola Estadual de Primeiro e Segundo graus da Vila Matilde; da Biblioteca Pública Infanto-Juvenil da Vila Mariana e de uma rua na Vila Ede. Foi também homenageada pelo Centro Professorado Paulista, em 1944, e recebeu o título de Mestra do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no Instituto de Educação Caetano de Campos, em 1954.