PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

BENEDICITE – Olavo Bilac

Bendito o que na terra o fogo fez, e o teto
E o que uniu à charrua o boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada; e o que do chão abjeto,
Fez aos beijos do sol, o oiro brotar, do trigo;

E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E o que os fios urdiu e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;

E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano,
E o que inventou o canto e o que criou a lira,
E o que domou o raio e o que alçou o aeroplano…

Mas bendito entre os mais o que no dó profundo,
Descobriu a Esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo!

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, Rio de Janeiro, (1865-1918)

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO X

RODRIGO CONSTANTINO

900 DIAS SEM ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO

Vamos aos fatos: temos 900 dias de governo Bolsonaro sem qualquer escândalo concreto de corrupção na esfera federal. E isso deve estar levando a oposição ao desespero, até porque esta oposição lulista é notória por seus esquemas de desvios de recursos públicos. Depender de figuras como Renan Calheiros como bastião da ética não deve ser nada fácil nesse cenário. Por isso tentam produzir a todo custo algum escândalo, ainda que com forte cheiro de armação.

Os valores em nosso país estão totalmente invertidos. Gente suspeita de corrupção comanda uma CPI circense que blinda, com ajuda suprema, governadores suspeitos de covidão, enquanto desvia seu foco original a cada novo vento que possa soprar contra o presidente. É um palanque eleitoral para bandidos, e o povo percebe.

Além disso, como apontou Ricardo Amorim, eis a Justiça que temos no Brasil: “onde os juízes indicados pelo réu declaram o juiz concursado parcial”. Companheiros lulistas supremos decidiram que Moro é parcial – ignorando vários outros juízes que chancelaram suas decisões em outras esferas.

É nesse contexto que surge o factoide do momento: a compra da vacina indiana. A narrativa de compra com sobrepreço não durou nem 24 horas, primeiro pois não houve compra ainda, segundo pois o preço acertado é de tabela. A narrativa é derrubada antes de ganhar força, portanto:

Talvez a oposição possa embarcar numa nova narrativa: Bolsonaro lidera um esquema global que envolve 13 países! A gente fala em tom de piada, mas vai saber! Com o gabinete paralelo do lulismo no comando da CPI, tudo é possível.

Flavia Ferronato resumiu bem: “Inauguramos no Brasil o superfaturamento de compra nao realizada, desvio de dinheiro não recebido e corrupção por pagamento de preço tabelado mundialmente… Mas o certo era comprar Pfizer, pagar adiantado e esperar a Anvisa aprovar e a empresa enviar a vacina…”

Primeiro reclamam que o presidente não tentou comprar vacina; agora reclamam que o governo quase pagou caro pelas vacinas; passam a confiar na palavra de um notório golpista; ignoram o preço tabelado para exportação da vacina; e não aceitam questionamentos sobre a qualidade das vacinas. Tem vacina contra isso?

Atacar o mensageiro é uma tática muito comum, especialmente na esquerda, para não ter de lidar com os fatos. Ocorre que quando tudo que se tem é a “palavra” de um estelionatário, aí claro que o mensageiro importa, até porque não há o fato. É esse sujeito que vai derrubar a República? Boa sorte aos que apostam nisso…

Enquanto isso, na “isentosfera”, os colegas do MBL e bajuladores da Verinha chegam ao ápice de condenar a legítima defesa do governo. Olha o nível da inversão! O presidente é acusado por um estelionatário e seu ministro vai apresentar documentos para expor a farsa e cobrar investigação. O professor diz que é intimidação, ameaça…

Aqui em Miami ninguém compraria um carro usado do tal deputado. No Brasil, nossos senadores e jornalistas lulistas resolveram tomar sua palavra como verdade revelada. É muito desejo de atacar o presidente – e muito desespero pela dificuldade da missão.

Além de Miranda, a CPI conta com os “segredos” de Witzel. O editorial do Correio da Manhã, escrito por Cláudio Magnavita, foi direto ao ponto: “A CPI da Pandemia virou, na realidade, o palco do G7, um punhado de sete senadores – alguns com um passado capaz de ofuscar os malfeitos de Witzel, todos imbuídos em crucificar as ações do Governo Federal”. Ele continua: “É patético assistir à solidariedade de Renan Calheiros e de Randolfe Rodrigues, até então em lados extremamente opostos, agindo como hienas em torno de uma presa. Fazem um balé que desafia a lógica que distorce os fatos. Os dois são mestres em enxertar entrelinhas maliciosas em suas falas. Gargalham e uivam como hienas enlouquecidas pela possibilidade do sangue presidencial”.

O circo está escancarado, assim como a tentativa de blindar o Covidão. E já que está na moda cobrar contratos de compra de vacinas, podemos pedir que o Butantan e o Governo de SP comandado por João Agripino Doria deem transparência sobre o contrato com os chineses para a compra da vacina menos eficaz de todas? Ou isso ainda é tabu?

Volto ao começo: a oposição, afundada em escândalos de corrupção, bate cabeça por não conseguir encontrar nada concreto contra o atual governo. Foi como disse o perfil Dama de Ferro no Twitter: Até agora os “crimes” do Bolsonaro são os mesmos da Dercy Gonçalves. Um desbocado na Presidência, onde já se viu?! Tragam de volta o Nine Fingers, o maior corrupto da história… ops! Só tem um problema: ele também é desbocado, além de ladrão.

Mas o Brasil vai avançar, apesar da oposição canalha, da imprensa enviesada, dos “isentões” surtados e dos pandeminions. Há muita coisa boa sendo feita, que é jogada para escanteio por quem passa o dia catando pelo em ovo na esperança de validar uma narrativa sem sentido, de que Bolsonaro é pior do que Lula. Eis um exemplo recente, entre tantos:

O Brasil tem pressa, e tem um governo com uma agenda reformista positiva. Do outro lado, há uma legião de picaretas apostando suas fichas num malandro 171. Que TUDO seja investigado! Quem não deve, não teme.

DEU NO JORNAL

BOA NOTÍCIA

* * *

Gostei dessa notícia.

Máscara só serve pra atrapalhar a respiração, embaçar os óculos, tornar a voz da gente incompreensível e encher o saco. 

Apenas o fucinho coberto e o resto do corpo exposto.

É de lascar!

Esse negócio de usar máscara é igual travesti usar absorvente:

Num serve pra nada!!!

Palmas para a Espanha!

DEU NO X

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A LAIVA (“LIVE”) DA BOSTA

Bolotas caprinas

Inicio essa “laive” (arre égua!) lhes informando que não sei merda nenhuma sobre algumas bostas, entre as quais incluo onze tipos, provavelmente de urubus, corvos, cancão, besouro mangangá, potó, cafutes e lagartas.

Desaprovo totalmente a “live”, mas peço aos que estão nas janelinhas virtuais, que só perguntem alguma bosta sobre qualquer tipo de merda, se tiver Mestrado e Doutorado no assunto, auferido e avalizado por alguma das duas turmas do colegiado. Caso contrário, uma manifestação pelas primeiras instâncias pode virar suspeita e ser anulada monocraticamente. Como tem acontecido na maioria dos casos.

Vão à merda!

Agora, vamos às merdas!

Alguém da janelinha pode se manifestar, abrindo o microfone para dizer, por exemplo, por que o caprino come mato e caga aquelas bolotinhas que mais parecem grãos de café. Contém, segundo respostas de pesquisas dos fabricantes de adubo orgânico, um acentuado percentual de amônia, o que acaba garantindo a excelência como adubo.

Com formato idêntico às fezes caprinas, a bosta do jumento é maior

No mesmo formato, e aqueles que entendem de alguma bosta poderão contestar, a bosta do jumento, que também come mato e capim, além do alto teor de amônia, tem também um acentuado e repugnante odor, mas também é muito utilizada como adubo, principalmente para algumas árvores frutíferas.

Há uma diferença no sistema intestinal dos caprinos/ovinos e dos equinos. Os caprinos ruminam o alimento por longo tempo (mas isso, claro, não tem influência na formação da bosta – os entendidos em bosta podem me dar luz melhor, mas quem também não entender de bosta nenhuma é melhor ficar calado), com certeza num tempo maior que os equinos.

Bosta de bovino

Outra bosta sobre a qual a NASA desenvolve estudos, e para isso está sendo auxiliado por Sancho Panza que acabou de se unir a Maurino Júnior na tese que ambos desenvolvem sobre as estrelas, é a bovina. A vaca ou o boi, quando cagam, jogam ao solo aquele “prato de bosta” que, em Queimadas é utilizado como estrume (adubo) e de grande uso para espantar pernilongos durante a noite, quando é queimado.

Seria de muita valia a participação dos entendidos em bosta, incluindo aquelas onze raridades do Planalto Central. Também poderá contribuir para alguém que esteja desenvolvendo alguma tese de mestrado com patrocínio do MST.

Faz tempo que espero um sinal verde do MAPA (Ministério da Agricultura, Produção e Abastecimento), através da delimitação do zarc para que a exploradora de bosta que transformei numa ONG possa vender o produto preferencialmente para o Agro tão divulgado pela TV Globo.

As bostas, afinal, merecem um lugar de destaque na produção e no sustento das agriculturas – de alta produção e familiar.

Besouro Scarabaeidae mais conhecido como “rola bosta”

Ainda que, sem se preocupar em conhecer ou não, qualquer tipo de bosta, quem realmente vive tirando proveito dos tolôtes (no Ceará chamamos “toletes”) é o besouro Scarabaeidae, da família Coleoptera, mas, entre os entendidos de bosta, mas conhecido como “rola bosta”.

Os besouros rola-bosta são coprófagos, ou seja, alimentam-se de fezes de outros animais. Esses insetos desempenham função importante no ciclo da matéria orgânica, já que ao rolar e enterrar as fezes eles adubam a área e auxiliam na decomposição da matéria. Além disso, ao realizarem a “limpeza” nos pastos, eles atuam diretamente no combate a pragas. “Os besouros controlam a proliferação da mosca do chifre e da mosca do estábulo, muito comuns em áreas de pastagens. Essas moscas atacam o gado, deixando-o doente e estressado. Então, mantendo uma comunidade diversificada dos “rola-bosta” nessas áreas, o produtor acaba diminuindo seus custos”.

Aqui concluo a nossa “laive (live) conclamando aos que conhecem outros tipos de bostas (merdas também são válidas), que enviem sugestões para Chupicleide que, na segunda-feira, se não estiver de ressaca, fará a bondade de repassar.

EM TEMPO: Bosta, além de fazer justiça, também virou cultura.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

ROGERIO ARAUJO – ITATIBA-SP

Nobre editor, bom dia ao sr e sua familia.

Encontrei este vídeo no youtube e penso valer a pena ser mostrado se for do seu agrado.

É uma boa piada.

Abraços

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Elizabeth Teixeira

Elizabeth Altino Teixeira nasceu em 13/2/1925, em Sapé, PB. Camponesa e ativista política como líder do movimento das “Ligas Camponesas”, em princípios da década de 1960. Viveu 17 anos na clandestinidade após o Golpe Militar de 1964 e foi “ressuscitada” pelo cineasta Eduardo Coutinho em 1984, com o filme “Cabra marcado para morrer”. Ficou conhecida como símbolo da resistência da mulher na luta pela reforma agrária e liberdade política.

O filme é um semidocumentário sobre a vida de seu marido, João Pedro Teixeira, líder das “Ligas Camponesas”, assassinado em 1962, cujas filmagens foram interrompidas em 1964 com o golpe militar. O filme foi retomado em 1981 com depoimentos dos camponeses que participaram da primeira filmagem e da viúva de João Pedro – Elizabeth Teixeira -, que assumiu a liderança do movimento até 1964, quando passou a viver escondida até 1981 e foi encontrada pelo cineasta. Assim, ela pode reencontrar alguns de seus 11 filhos dispersos desde 1964. Premiado no Festival de Berlim e no Festival Cine Realidade, de Paris em 1985, o filme recebeu outras premiações nacionais e internacionais, incluindo o prêmio Hours Concours do Festival de Gramado naquele ano. Foi considerado pela ABRACCINE-Associação Brasileira de Críticos de Cinema como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.

Passou a infância numa família modesta, mas remediada com pai comerciante e estudou até o curso primário. Parou os estudos para ajudar a família trabalhando na mercearia do pai. Aí encontrou seu namorado João Pedro, que não foi aceito pela família pelo fato de ser negro e pobre. Aos 16 anos fugiu de casa para viver com ele no Recife. Envolvido no movimento sindical, ele participou da criação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e devido a isto teve dificuldades para encontrar emprego no Recife. A família teve que voltar a viver em Sapé, trabalhando na agricultura. Na década de 1960 participou do movimento “Ligas Camponesas”, institucionalizado em 1955 pelo advogado Francisco Julião, deputado estadual e defensor dos camponeses.

Em 1962, com o acirramento da luta sindical no campo, João Pedro foi assassinado numa emboscada de pistoleiros. Ela reuniu o pessoal das Ligas numa assembleia de mais de 2 mil camponeses e assumiu a liderança do movimento. Sofreu alguns atentados e algumas prisões afim de intimidá-la porém sem sucesso. Numa dessas voltas da cadeia para casa, encontrou a filha mais velha morta. Cometeu suicídio achando que a mãe havia sofrido o mesmo destino do pai. Após o golpe de 1964, tentaram incendia sua casa, mas não a encontraram. Ao saber do ocorrido fugiu pelo mato e conseguiu chegar ao Recife. Depois foi para João Pessoa procurar os filhos e foi presa por 4 meses.

Uma vez solta, passou a viver na clandestinidade adotou outro nome e foi viver em São Rafael (RN) com um dos filhos. Os outros foram viver com os parentes. Para sobreviver passou a dar aulas às crianças pobres em troca de alimentação. Saiu da clandestinidade em 1981, quando Eduardo Coutinho encontrou-a com a ajuda de um dos filhos mais velho, jornalista vivendo em Patos (PB). Assim, o filme foi retomado e ela foi incorporada nas filmagens, assumindo o papel de protagonista no lugar do falecido marido. Auxiliada pelo cineasta, ela conseguiu reencontrar os filhos dispersos pelo Rio de Janeiro, Recife São Paulo e Cuba e foi beneficiada pela Lei da Anistia, em 1979.

A partir daí pode-se dizer que nasceu de novo, agora no papel de uma senhora de fibra e convicta de sua atuação no movimento dos trabalhadores agrícolas 20 anos antes, uma sobrevivente do golpe de 1964. Devido a esta participação no filme o cineasta deu-lhe uma casa em João Pessoa (PB), onde passou a residir. Em seguida, com o sucesso do filme, passou a receber homenagens e convites para palestras em diversas instituições. Em 2006 foi agraciada com o “Diploma Bertha Lutz”, concedido pelo Senado Federal. No mesmo ano recebeu a “Medalha Epitácio Pessoa”, a maior comenda da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba. Em 2011, a casa em que viveu com João Pedro foi tombada e destinada a sediar o Memorial das Ligas Camponesas criado em 2008.

Em 2012, a EDEPB-Editora da Universidade Estadual da Paraíba publicou uma bela e completa biografia – Eu marcharei na tua luta!: a vida de Elizabeth Teixeira, obra organizada pelas pesquisadoras Lourdes Maria Bandeira, Neide Miele e Rosa Maria Godoi Silveira. Em 2017, ao completar 92 anos, o Memorial das Ligas Camponesas junto com o Centro de Comunicação , Turismo e Artes da UFPb e a Secretaria de Cultura do Estado promoveram a “Semana Elizabeth Teixeira” nos dias 13-18 de fevereiro, no Campus da UFPb, na Usina Cultural Energisa e na Escola de Formação João Pedro e Elizabeth Teixeira/MST em Lagoa Secas com uma extensa programação de homenagens, filmes, debates e palestras sobre seu legado e luta em defesa da reforma agrária. Dona Elizabeth Teixeira ficou conhecida como uma “Mulher marcada para viver”.