DEU NO JORNAL

GRANDE CONSTRANGIMENTO PARA UM HOMEM HONRADO

O cunhado de Gilmar Mendes, Valdemir Feitosa, foi preso neste sábado, 22, em uma boca de fumo, na capital cearense Fortaleza.

Valdemir é irmão da esposa de Gilmar Mendes, a senhora Guiomar Feitosa Lima Mendes.

No apartamento de Feitosa foi encontrado um verdadeiro arsenal que incluía fuzis, pistolas, revólveres e espingardas, além de muita munição.

* * *

Coitado do Gilmar…

Confesso a vocês que fiquei com pena do ministro e lamentei muito esta espantosa notícia envolvendo o seu cunhado.

Um cidadão de bem do porte do Gilmar, inimigo radical do crime, da corrupção e da bandidagem, não merece passar por um constrangimento deste porte.

Ao mesmo tempo que é ferrenho inimigo da marginalidade, o Ministro Gilmar Mendes é um ardoroso defensor dos cidadãos de bem: mês passado ele afirmou que Lula deveria ser indenizado por ter ficado 580 dias preso.

Isto dá uma exata medida da justeza do seu pensamento de magistrado.

Tenho certeza que ele não vai interferir no caso e que o irmão de sua esposa será rigorosamente punido.

Confesso que estou sofrendo muito com esta situação horrível: um traficante da pesado dentro da família de um homem de bem e muito honrado.

Coisa absurda!!!

“É por isso que leio o JBF todos os dias. Só diz a verdade. O melhor jornal do Brasil”

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

OS BRASILEIROS: Farias Brito

Raimundo de Farias Brito nasceu em São Benedito, CE, em 24/7/1862. Escritor, professor e destacado filósofo. Autor de uma das maiores obras filosóficas produzidas no Brasil. Realizou os primeiros estudos em Sobral. Porém, devido a seca, a família teve que mudar-se para Fortaleza, onde concluiu o curso secundário no Liceu do Ceará. Em seguida foi estudar no Recife, na Faculdade de Direito, tendo Tobias Barreto como professor. Diplomado em 1884, foi trabalhar como promotor e, por duas vezes, secretário no governo do Ceará.

Em 1889, mudou-se para Belém do Pará e lecionou na Faculdade de Direito até 1909, além de exercer a advocacia. Em seguida foi morar no Rio de Janeiro e passou a ocupar a cátedra de lógica no Colégio Pedro II. Na época, o Presidente da República escolhia o catedrático entre os dois primeiros colocados no concurso. O segundo colocado foi Euclides da Cunha, e foi nomeado devido a influência de amigos. Mas pouco depois foi assassinado, e Farias Brito assumiu o cargo, vindo a exercer o magistério pelo resto da vida. Faleceu em 16/1/1917.

Dotado de um espírito investigador e meditativo, tornou-se filósofo e espiritualista. Conforme Laudelino Freire “Nele, como em Platão havia duas feições primordiais: a investigação dos fenômenos do espírito e a inquirição das leis morais. Era o moralista antes de ser psicólogo, ou psicólogo para ser moralista”. Seu pensamento poderia ser resumido no seguinte: “Há pois a luz. Há a natureza e há a consciência. A natureza é Deus representando, a luz é Deus em sua essência e a consciência é Deus percebido”. Como se vê, ele inicia tendo Deus como um princípio que explica a natureza e serve de base ao mecanismo da ordem moral na sociedade. Costumava dizer “Se não sei o que sou, nem para que vim ao mundo, não posso saber uma norma de conduta.” Sua filosofia tinha como objetivo uma norma moral.

Foi o primeiro e, segundo alguns autores, talvez ainda hoje o único filósofo original do Brasil. Encarava seu estudo como uma missão social e costumava dizer: “Não me dirijo aos sábios, orgulhosos de seu saber positivo, mas aos que precisam de um ideal para a vida” Sua obra é composta de duas trilogias: Finalidade do mundo: A filosofia como atividade permanente do espírito humano (1895), A filosofia moderna (1899) e Evolução e relatividade (1905). Ensaios sobre a Filosofia do Espírito: A verdade como regra das ações (1905), A base física do espírito (1912) e O mundo interior (1914). Para ele, a filosofia não é apenas conhecimento abstrato; é também força social, força viva, capaz de exercer influência sobre a sociedade. E tal influência é real e decisiva, pois é da filosofia que nasce o sentimento moral. Faleceu em 16/1/1917, quando o estudo da fiolosofia ainda engatinhava no Brasil.

Para homenageá-lo, em 1953, o município de Quixará passou a ser denominado Farias Brito. Em Fortaleza, o tradicional Colégio São João passou a denominar-se Colégio Farias Brito, na década de 1990. Hoje é a Organização Educacional Farias Brito de Ensino, uma grande rede de ensino particular, atuando nos ensinos fundamental, médio e superior e, seguindo os ideais de seu patrono, ensina filosofia a partir da 1ª série do ensino fundamental, quando seus alunos aprendem filosofia antes mesmo de aprenderem a ler. É o patrono da cadeira nº 31 da Academia Cearense de Letras e foi, também, maçom filiado a Loja Porangaba, fundadora da Grande Loja Maçônica do Ceará.

Sua e obra e doutrina filosófica foi estudada por diversos autores: A formação filósofica de Farias Brito, de Laerte Ramos de Carvalho (Saraiva,1977); A metafísica de Farias Brito, de Vitorino Félix Sanson (Edcus, 1984); Farias Brito ou uma aventura do espírito, de Sylvio Rabello (José Olympio, 1941); Farias Brito e as origens do existencialismo no Brasil, de Aquiles Côrtes Guimarães (Tempo Brasileiro, 1979); As doutrinas políticas de Farias Brito, de Francisco Elias de Tejada (Leia, 1952); Farias Brito e a filosofia do espírito, de Alcantara Nogueira (Freitas Bastos, 1962 ); A ética e o direito em Farias Brito, de Paulo Condorcet (Liber Juris, 1995); A filosofia como atividade permanente em Farias Brito, de Thadeu Weber (La Salle, 1985); O pensamento de Farias Brito, de Carlos Lopes de Mattos (Herder, 1962).

Em termos biográficos, temos Farias Brito: o homem e a obra, de Jonathas Serrano, publicado pela Cia. Editora Nacional, em 1939, considerada uma obra clássica na área. Em 2008, Julio Filizola Neto defendeu tese de doutorado abordando o núcleo de seu pensamento e analisando as críticas vigentes: Farias Brito, um filósofo brasileiro: vida, pensamento e críticas historiográficas, apresentada na Faculdade de Educação da UFCE-Universidade Federal do Ceará e pode ser consultada clicando aqui.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LEVY DE PAIVA – ARACAJU-SE

Nobre Editor:

É por isso que eu sou patriota.

Veja que coisa linda:

Viva o verde-amarelo!!!!

Imagine que tem sujeito que é contra isto.

Vão se danar, seus bobocas!!!!

DEU NO X

FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES - SEM OXENTES NEM MAIS OU MENOS

PARA CONSOLIDAR AMANHÃS PÓS PANDÊMICOS

Passadas os cinismos cretinos de mais um depoimento pazuélico, que muito deslustrou as Forças Armadas Brasileiras, dois alertas necessitam ser mais trombeteados pelos quatro cantos do país. Primeiro: a valorização da passividade cívica é caminho certo para a domesticação do todo, favorecendo a ampliação dos que, proclamando-se os puros do planeta, postulam alcançar um lugar ao sol, continuando descompromissados com a dignidade política e a evolução comunitária.

O segundo alerta é dirigido aos milhões de cristãos brasileiros de todas as denominações: sem senso crítico não se percebe o quão distanciada está a Igreja dos anseios de uma população pandêmica marcada pela fome e por uma crescente desesperança. E sem senso crítico de todos os filhos do Homão jamais se edificará uma Igreja Cidadã irmã siamesa de uma Igreja Religião. Esta, sem aquela, a pregar um evangelho repetitivo, de mentalidade enfadonha, sem muito realce na unidade comunitária. A outra, buscando uma mensagem evangélica adequada à realidade, sempre atenta à complexidade global, criativa na formulação de dinâmicas evangelizadoras multiplicadoras de habilidades e competências “cabríticas”, nunca “ovelhísticas”, as primeiras paulofreireanas por derradeiro, identificadas pelas mentes que ultrapassaram a “consciência ingênua”, adotando uma “consciência crítica” evolucionária. As segundas, vivendo de balidos lamuriosos e olhinhos revirados.

As indagações emergem com facilidade: Como deve ser a função da Igreja, em suas múltiplas denominações, diante dos novos e desafiantes contextos pós COVID-19 que exigirão a maximização dos diálogos inter-religiosos, inclusive entre israelenses e palestinos? Que esclarecimentos construtivos e movimentações renovadoras poderão cativar inteligências, eliminando os torpores que apenas desmoronam estruturas religiosas, ampliando mais as misérias sociais das comunidades sociais? De onde emergirão as autoridades emergentes renovadas, que atificarão a análise de Hans Küng, um dos talentos teológicos contemporâneos: “Pastores e mestres têm suas tarefas específicas. Nem teólogos metidos a bispos, nem bispos metidos a teólogos”?

Para os cristãos comprometidos com as reduções das excrescências sociais que agridem o nosso planeta, a leitura de Desafios aos Cristãos do Século XXI, José Comblin, Paulus, refaz energias, amplia maturações para novas formas de agir. Algumas afirmações do padre Comblin são verdadeiras vacinas contra as bobajadas dos que imaginam que os problemas se resolvem num simples estalar de dedos ou numa frase idiota para apalermados:

1. O mundo dos excluídos veio para ficar;

2. O atual sistema econômico domina de modo absoluto o mundo todo, somente o contestando alguns intelectuais sem poder;

3. Estamos ainda na fase inicial da exclusão, o que está vindo por aí tende a ser ainda pior, posto que não depende de um governo, regime político ou constituição de Estado;

4. É irresponsabilidade pensar que o problema da exclusão social está sendo resolvido e que algumas boas pregações podem mudar a evolução atual do mundo;

5. Os excluídos estão formando um mundo próprio, separado, com sua cultura e relações sociais;

6. A cultura do mundo dos excluídos não é muito conhecida, porque não consegue interessar aos sociólogos;

7. A função do poder executivo consiste em comprar os votos dos congressistas para que aceitem as decisões tomadas pelas instâncias do poder econômico;

8. Os funcionários públicos estão destinados a uma vida cada vez mais medíocre.

9. A influência da Igreja na atual sociedade é minima, para não dizer inexistente.

O teólogo Brian D. McLaren ressalta: “faça distinção entre tradições eclesiásticas e a tradição cristã, e tire a ênfase da primeira, colocando na última”. Perceber que os velhos padrões estão cada vez menos eficazes já é um modo novo e muito promissor para quem deseja cidadanizar-se cristãmente, observando as árvores sem jamais deixar de perceber a extensão do bosque. Exigindo iniciativas que sobrepujem os denominacionalismos que estão em ritmo declinante há muito tempo. Saibamos bem diferenciar países em empoderamento e países em enfoderamento.

PENINHA - DICA MUSICAL