Esta semana que está se acabando foi muito agitada na taba caeté. Viu-se de tudo: de pajé encastelado no stf – assim mesmo em minúsculo, em homenagem à estatura moral dos delinquentes constitucionais que lá estão empoleirados -, dizendo que o regime do gigolô da fome alheia, aqui do lado de Pindorama, é um regime de direita, a pajé mandando prender político que falou o que ele não gostou e ficou dodói com as palavras, pajé dizendo que só terá paz na alma quando o maior ladrão da história da humanidade tiver seus direitos políticos resgatados, preferencialmente antes de 2022. Enquanto isso, o rebuliço na oca foi em várias direções, menos naquela menos óbvia, e, com certeza, a mais plausível. E, nessas horas faço como aquela personagem de Chico Anysio, Haroldo, o hétero: tolo, tolinho!
De saída, este caeté que, nesta hora está se deliciando com uma costela assada do Sardinha, tenho a declarar que sou um democrata. Defendo até mesmo o PT conspirar contra o país e planejar outros assaltos. Agora se eles conseguirem o seu intento, aí a culpa não é mais da gangue, mas dos idiotas que se deixaram ludibriar, ou são cúmplices no assalto. Então se o Daniel Silveira, ou o Wadijh Damous falarem abobrinhas, e pedirem até mesmo execução com míssil terra-ar, como faz aquele democrata lá da Coreia do Norte, desde que fiquem longe do poder, têm todo o meu apoio para falarem as bobagens que quiserem.
Mas a raiz do mandiocal nesse episódio da prisão do deputado está mais além do que “sonha nossa vã esperteza”. Digo e repito, caeté existe para devorar e não para ficar pensando em altas filosofanças aristotelísticas, ou mesmo espinozísticas. Quando muito pode “tacar pedra na Geni”, em um arroubo chicobuarlístico. Nesse mandiocal, a rama do aipim é mais embaixo. Afinal até agora ninguém estranhou o “moto” da ação e da reação do covil onde onze crianças mimadas brincam de ser juiz.
Vamos por parte, como diz Jack, o estripador de Whitte Chappel. A ação do deputado Daniel Silveira, apesar de intempestiva, desbocada e mal educada encontra-se no espectro da liberdade de opinião que os “araribóias” da taba dizem haver na nossa Constituição. Se ele falou e alguém não gostou que o processe nas esferas cível, ou penal, dentro do Estado Democrático de Direito – Estado Democrático de Direito é essa piada que os pajés e caciques caetés inventaram para dar um passa moleque no resto da taba -. Todavia, o que me chama a atenção é a confluência de tempo, espaço e ocasião.
O deputado boca suja lançou seu torpedo em um momento que o stf se encontrava “incomodado” com a indicação da deputada Bia Kicis para a CCJ da Câmara e as entrevistas que mesma dava sobre colocar em debate proposta como a Prisão em segunda instância, a revogação da Emenda Constitucional que ficou conhecida como PEC da bengala – aquele instrumento que alongou a permanência de funcionário público na função depois dos 70 anos e permitiu que uma boa ala do funcionalismo, que já deveria estar cuidando de neto e rezando um terço, ainda estão assombrando a nação. Além de outros temas que o Nhonho e o Batoré sentaram com suas bundas gordas em cima e travaram o país. Além disso, a movimentação do Senado em aceitar denúncias pedindo o impedimento de alguns delinquentes do stf.
Nesse cenário, a fala do deputado desbocado se desenha no horizonte como uma tempestade perfeita que poderá, eu digo, poderá ter alguns desdobramentos. E, em todos os cenários desse desdobramento, a taba toda sai perdendo. Em um primeiro cenário, e o menos óbvio o deputado vira moeda de troca: o stf suspende a pantomima feita pelo advogado de facção criminosa, em troca a Câmara entrega a cabeça da Bia Kicis em uma bandeja e elege outro presidente da CCJ que seja, digamos, mais favoráveis ao “pogreçismo” caeté e menos adversário dos delinquentes da corte. Esse é o cenário menos óbvio e o mais ficcional, porém, eu acredito que seja o mais concreto de se realizar.
Em um segundo cenário, ativa-se o sistema de autopreservação: a Câmara manda soltar o deputado, o stf desengaveta os diversos processos, contra as várias folhas corridas que estão lá dentro – mas só contra os que votaram pela liberdade do deputado -. O Senado entra na discussão, engaveta os pedidos de impedimentos dos delinquentes do stf e este esquece o caso Daniel Alvarenga. O terceiro e menos provável é o deputado seguir preso. Nesse caso, ele se cacifa para voos maiores como um “preso político” que lutou pela liberdade de expressão. O stf, nesse cenário, ficaria no “sabão” diante da opinião.
Porém, olhando do outro lado, esse cenário é o que mais importa para o stf. Os delinquentes encastelados naquele covil estão torcendo por isso e usam uma desculpa pra lá de vagabunda: defender a dignidade do tribunal e de seus integrantes. Ora, meu senhor! A história diz que o Supremo Tribunal Federal, assim denominado a partir de 22 de junho de 1890, descontando-se o período colonial, de Reino Unido e de Império possui mais de 120 anos de história. Passou por diversos regimes, desde republicanos como o de Prudente de Morais a tirânicos como o de Getúlio Vargas e Garrastazú Médici, com altivez, honra e decoro. Nunca precisou de bagunceiros para defender a sua honra, pois teve ministros como Néri da Silveira, Sidney Sanchez, Francisco Rezek, Nelson Hungria, Victor Nunes Leal, entre outros que, com sua honradez serviram como escudos contra a degradação da instituição.
Aqui, sentado a beira da fogueira, com a panturrilha do Sardinha espetado em um graveto e lambendo os beiços, eu se me pergunto: Vai ser a ignorância oceânica de um Dias Toffoli, a arrogância ilustrada de um Roberto Barroso, a militância esquerdista de um Fachin, a vocação para a tirania de um Alexandre de Moraes, ou mesmo o absenteísmo apalermado de uma Rosa Weber que vai salvar a instituição? Não meus senhores. A ação dessa turma de delinquentes é o seu exato oposto: degradar o máximo possível a altivez da instituição, fazer o povo odiar e rejeitar a instituição Supremo Tribunal Federal, enxovalhar ao máximo seus séculos de história – contando daí desde o período colonial, até mesmo do tempo do Sardinha -, para, após o seu total descrédito, reabilitar o maior vagabundo e ladrão da história do Brasil.
Outro desdobramento, por esse lado da praça, além do que disse em cima, tem outro mais imediato: manipular as eleições de 2022. Com Lula reabilitado e candidato a presidente, irão fazer, junto com a imprensa e as redes sociais o mesmo que fizeram com o Trump. Fraudar as eleições e colocar o ladrão de volta no poder.
A história nos ensina, com o evoluir das coisas, lições a nunca serem esquecidas. E o livro do Gênesis traz a primeira dela. Eva no paraíso foi tentada pelo diabo, travestido em forma de serpente. Diz a Bíblia que a serpente era um animal astuto, e acima de tido, belo. Deus visitava e ensinava Adão e Eva, todos os dias. Como pai, aconselhava, instruía, dava exemplo. Alguém acredita que o diabo tentou Eva e a fez pecar em um único dia? Não. Foi um trabalho árduo, demorado e convincente. Torcendo verdades, alongando conselhos, até apresentar a mentira.
E assim vem agindo através de seu braço atuante: a esquerda. A esquerda tem origem na mente de satanás. Vejam como ela está hoje: foi se infiltrando: primeiro nas universidades, depois nas revistas e redes de televisão, em seguida nas repartições públicas e órgãos de poder. Depois nas escolas. Seu último alvo é a família. Se alguém duvida que o cenário que apontei no caso Daniel Silveira é só exercício de um caeté que tomou caulim demais, não pague para ver. A conta será salgada demais!