Hoje, pela manhã, estava “escuintando” um comentário sobre o dito racismo “do bem” – se é que essa excrescência existe – a respeito da prefeita eleita de Bauru, SP. Diziam os ditos “pogreçistas” de plantão: como ela pode ser mulher, negra, e, sumidade dos pecados, daqueles que fazem você ir direto para o lago de fogo e enxofre por toda a eternidade, “evangélica e conservadora”. E, não foi só um comentário, mas sim “trocentos” deles, com a mesma toada de viola, com acorda mestra desafinada, demonstrando que o “pogreçismo” deles é só uma mentira hipócrita e safada. Para essa gente, se você é mulher, preto, gay, traveco, xibungo, e, principalmente pobre, você só pode ser “pogreçista”. Mas, só poderá ser como uma categoria social, nunca como indivíduo, ou “persona” como dizia Salvattore Quasímodo.
Então, se me peguei analisando nossos “pogreçistas socialistas e comunistas” (Desculpem a redundância, apesar do Goiano querer me espinafrar nos comentários depois de ler este arrazoado de um caeté preguiçoso. Dele eu aceito, porque tem estofo argumentativo e suas críticas saem sempre da porção superior da coluna vertebral, que termina em um órgão chamado massa encefálica. O resto, infelizmente acaba pensando com a porção final do intestino grosso. Para esses dou uma banana). Mas, e olha eu me perdendo de novo, e sua sanha igualitarista, a fim de transformar o Bananão em uma pátria socialista e mais justa – detesto esse advérbio de intensidade junto ao adjetivo. Uma sociedade precisa ser justa, só isso. Uma sociedade que busca ser “mais” justa, já é injusta por definição.
Acontece que nossos “pogreçistas” só admitem uma sociedade igualitária, desde que eles fiquem em posição de comando, em um lugar em que possam dar as ordens e se comportarem como as elites vermelhas de Cuba, Venezuela e Coreia do Norte. “Sejemos” um pouco curiosos e perguntemos se as elites desses países sofrem as mesmas restrições de liberdade, o mesmo racionamento de comida, de saúde e de informação que o resto de sua população?
Um paralelismo histórico se faz necessário para compreendermos essa dicotomia entre os líderes e os liderados na utopia socialista. E não vou pegar a “Revolução dos Bichos” como metáfora para isso. Basta olharmos São Petersburgo no início de 1917 e o Supremo Tribunal Federal do Brasil no fim de 2020 e teremos esse paralelo perfeito. Lá, em São Petersburgo, depois rebatizada como Leningrado, e de volta a São Petersburgo, Nicolau II, sua família, a nobreza e o clero ortodoxo viviam em outro mundo. Enquanto comiam caviar, carnes finas, vinhos de melhores safra, premiados e de origem, o povo mal podia comer um pão que, se tentássemos colocar na boca, com certeza viria ânsia de vômito, dado ao ele continha. Carnes para o povo? Só se fosse de rato, cachorro (faz lembrar alguma nação contemporânea?), ou qualquer ser asqueroso que conseguiam encontrar. No inverno de 1905, quando as tropas czaristas abriram fogo contra o populacho que, pelas ruas chamavam Nicolau II de “paizinho” – tratamento carinhoso com que o povo chamava seu soberano à época – clamavam apenas por um olhar justo, e auxílio contra a miséria extrema. A recepção a bala, naquele dia de 1905 marcou o fim do czarismo e selou o destino de Nicolau e sua família. O mais interessante é que, nenhum líder socialista que conspirava contra o czar morreu, ou mesmo se feriu nesse protesto.
Hoje, no Brasil a confluência daquele 1905 parece se repetir como farsa. Temos um supremo – assim mesmo em letras minúsculas para homenagear a estatura daqueles que estão lá -, Temos 11 czares desligados da realidade nacional que, enquanto comem lagostas e vinhos premiados, estão cegos e surdos para o Brasil que trabalha e paga imposto. Estão na mesma “nau dos insentatos” de Bosch, assim como estiveram Nicolau II e sua família. E, dentro dessa nau, também estão nossos “pogreçistas” tupiniquim. Sempre lutando pela sociedade socialista mais justa, desde que não tirem deles seus baseados, seu uísque de fim de tarde, sua porção de sol da tarde e sua cobertura “no Leblon”.
Nossos “pogreçistas” são vinho de outra pipa e irmão de outra Opa. Falam o português, andam pelo Bananão, lutam por um socialismo à la Cuba, desde que possam manter seus privilégios como os Romanov no Palácio de Inverno de São Petersburgo daquele longínquo início de 1917. Digo isso porque recentemente vi uma postagem da deputada Sâmia Bonfim comemorando “o bebê” de treze semanas que ela carrega no ventre. Parabéns a ela pela futura maternidade. Isso, no entanto, não teve o condão de mudar o seu pensamento. Como uma deputada do Psol – esse tipo esdrúxulo que só cresce aqui em Pindorama. Um partido que consegue aliar os termos “socialista” e “liberdade” merece o prêmio Darwin, e o Nobel de Química, pois conseguem juntar dois conceitos antagônicos num ajuntamento político com a consistência de uma gelatina e transformar tudo em merda -. Pois bem, Sâmia Bonfim é desse partido que defende o “direito” de assassinato de um ser humano com três meses no ventre materno. Ah, mas defende o direito de assassinar para as outras mulheres, pois no ventre alheio não existe um “bebê”, apenas um ajuntamento de células.
E nossos socialistas seguem nessa toada. Aliás, Hélio Gaspari na excelente trilogia sobre o período 1964-1985 traz para os leitores o episódio sobre o assalto ao cofre de Adhemar de Barros. Para os incautos a história é a seguinte: Adhemar de Barros era governador de São Paulo entre 1961 e 1963. Foi a partir dos atos bucaneiros dele que surgiu a expressão “rouba, mas faz”. Conta-se que o Colina – Comando de Libertação Nacional -, da qual aquele “papa-figo” de saias que atende pelo nome de Dilma Rousseff, ex-presidANTA do Brasil participou, “expropriou – apenas uma palavra bonitinha para assalto e roubo – o cofre de Adhemar na casa de uma grã-fina e encontrou cerca de 4,5 milhões de dólares. Esse dinheiro à época faria o sonho de qualquer grupo revolucionário. O que se sabe é que essa grana toda saiu do país. Um pouco voltou para comprar terras no Centro Oeste e na Amazônia para a formação de centro de contrarrevolução. O que se sabe a partir daí é que muitos “companheiros” acabaram virando proprietários rurais e mandaram o sonho revolucionário ao diabo que o carregasse.
Nossos “pogreçistas” de esquerda seguem nessa toada. Querem um país que tenha a malandragem caribenha dos Castros que mantém o povo em uma prisão sem muros, enquanto eles desfrutam, em ilhas privadas, as belezas das sociedades abertas; a truculência assassina dos Kim da Coreia do Norte que mente e mata seu povo na base do lançador de míssel terra-ar, enquanto mandam seus filhos estudarem na suíça; e a safadeza de gigolô de um Nicolás Maduro que explora a fome e a miséria de seu povo, enquanto desfruta das melhores carnes em restaurante chique na Turquia. Esse é o arranjo sonhado por nossos “pogreçistas” desde que eles sejam os comandantes dessa ópera bufa chamada sociedade socialista. Perguntem a qualquer socialista se eles se contentariam com o simples papel de cidadão nessa antitopia, e prontamente responderão com um sonoro não! Querem o socialismo, desde que possam comandar e dar ordens. Qualquer arranjo fora desse esquema e eles correm para “Niviorque”, porque até o paraíso seria torturante se eles não estivessem Deus, apenas como coadjuvante.
Ideia conveniente, ajustada em uma teoria escrita. Mas nossos “pogreçistas”, assim como nossos Romanov do STF esquecem que, quando o poder é empalmado por alguém com dois graus a mais de vigarice e cinco graus a mais de sanha assassina, o sangue deles é o primeiro a empapar a bandeira vermelha que carregam, pois, tal como os vigaristas dos Castros, os tarados assassinos dos Kim e o gigolô da fome alheia do Maduro, essas novas lideranças não aceitam e não admitem a divisão de poder. A história nos ensinou isso com o bigodudo assassino da Georgia chamado Joseph Stalin. Daquela vez foi como drama, agora será como farsa. São mesmo vinho de outra pipa, e irmãos de outra Opa.