“Tudo passa. Chuva passa, tempestade passa, até furacão passa. Difícil é saber o que sobra.”
“Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder.”
“Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.”
“Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.”
“A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e 1 morto rotativo…”
“Chato é aquele que explica tudo tim-tim por tim-tim… e depois ainda entra em detalhes.”
“Eu não quero viver num mundo em que não possa fazer uma piada de mau gosto.”
“Não é segredo. Somos feitos de pó, vaidade e muito medo.”
“O mal de se tratar um inferior como igual é que ele logo se julga superior.”
“O homem é o único animal que ri. E rindo ele mostra o animal que é.”
“Me arrancam tudo à força, e depois me chamam de contribuinte.”
“Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice.”
“O humor compreende também o mau humor. O mau humor é que não compreende nada.”
“Há homens que devem à esposa tudo que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo que devem.”
“O perigo de uma meia verdade é você dizer exatamente a metade que é mentira.”
“A todos os verdes: Só se controla a natureza controlando a natureza humana.”
“O problema do direito de ir e vir é que tem sempre um chato que teima em ficar.”
“Dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo que ela gasta.”
“Eu sei sempre do que é que eu estou falando. Tirando isso não sei mais nada.”
“Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito.”
Milton Viola Fernandes (1923-2012). Autor e tradutor. Descobriu na adolescência que havia sido registrado erroneamente, graças a uma caligrafia duvidosa, como Millôr. De humor singular, humanista e moderno, com visão cética do mundo, Millôr Fernandes foi considerado uma figura de proa do panorama cultural brasileiro: jornalista, escritor, artista plástico, humorista, pensador. Destacou-se em todas essas atividades. No teatro, empreendeu uma transformação no campo da tradução, tal a quantidade e diversidade de peças que traduziu. Escreveu, com Flávio Rangel – Liberdade, Liberdade – uma das peças pioneiras do teatro da resistência à ditadura militar, encenada em 1965. Em seus trabalhos costumava-se valer de expedientes como a ironia e a sátira para criticar o poder e as forças dominantes, sendo em consequência confrontado constantemente pela censura.