DEU NO JORNAL

COMO UM PRESIDENTE

Alexandre Garcia

Nesse histórico 24 de agosto, esta segunda-feira, convergiram para o Palácio do Planalto, 100 médicos de todos os estados, representando um grupo de mais de 10 mil médicos, chamado “Brasil Vencendo a Covid-19”. Foram confirmar ao Presidente da República que as pessoas podem usar o protocolo de tratamento precoce com hidroxicloroquina e outros medicamentos.

A médica paraense Dra. Luciana Cruz relatou o colapso em Belém, quando as pessoas morriam na porta dos hospitais, por falta de vagas. A partir do uso emergencial do protocolo sugerido pelo Dr. Roberto Zeballos, os resultados foram surpreendentes. Só a Unimed fez 55 mil tratamentos com hidroxicloroquina, e nenhum caso de arritmia foi registrado. Derrubou-se um mito e as internações despencaram.

A cloroquina é usada há 90 anos. No mundo, 220 milhões de pessoas são tratadas com hidroxicloroquina para a malária, isso sem contar os tratamentos para lúpus e artrite.

O embate contra a cloroquina foi cruel com as pessoas privadas do tratamento. Médicos foram demitidos e houve censura nas redes sociais. A palavra hidroxicloroquina foi tabu na mídia; foi boicotada, proibida e a cada momento raro em que era pronunciada, vinha com uma tarja preta: “Sem comprovação científica”. Mas o protocolo em que ela desponta, agora tem nível de evidência científica  2-A, numa escala em que o ideal é 1-A e a evidência mais fraca é 5-D. E foi graças à audácia e à coragem desses médicos brasileiros.

A Dra. Raissa Oliveira, que estava ontem no Palácio, lembrou ao microfone do seu desespero quando postou nas redes sociais um apelo por hidroxicloroquina, que havia sumido de Porto Seguro. Ela foi atendida depois que o presidente ligou para ela. “Em mil pacientes, chorei por um óbito”, contou ela, emocionando a todos. E pediu um minuto de silêncio pelos que não tiveram oportunidade de vencer o vírus.

Esse grupo de médicos, que se rebelou contra uma imposição política, é composto de voluntários independentes, que há meses passam os dias trocando experiências e resultados, como em um permanente seminário, unidos e conectados. Chegaram a resultados surpreendentes e seguros, em que a clínica é soberana e cada pessoa reage de uma forma diferente.

Talvez nunca tenha se espalhado pelo país uma difusão de conhecimento e resultados como nesta pandemia. O porta-voz do grupo, Dr. Luciano Dias Azevedo, de Campinas, afirmou que a Covid-19 tem tratamento, simples e barato, que evita internamento e morte e diminui sofrimento.

Esses médicos fazem um apelo aos governantes de estados e municípios e a seus colegas médicos que também querem salvar vidas, que deem chance de tratamento acessível a todos, porque a maioria da população não têm recursos para ter o médico e o medicamento. “Ao primeiro sintoma, não fique em casa; procure o médico. Nos deem a liberdade e as ferramentas para salvar vidas; teremos cada vez menos pessoas intubadas; tem que acabar com tanta morte”, disse o porta-voz dos médicos.

Como Bolsonaro, 65 anos, foi tratado por esse protocolo, o Dr. Luciano lembrou que é justo que todo brasileiro tenha a chance de ser tratado como um presidente da República.

ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

ATEU, GRAÇAS A DEUS!

Este domingo, até que estava o um dia fresquinho, depois de três dias seguidos de um frio de “esbugaiá os zóios”, com a temperatura chegando a quatro graus Celsius, em pleno meio dia, peguei-se-me assistindo a um programa de auditório, desses que passam em televisão traço de audiência, em que estavam um padre, um pastor, um espírita e um ateu, debatendo a existência, ou não existência de Deus. Apesar de modorrento, com meus cachorros bodejando a todo o momento no quintal, cheguei à uma conclusão de lascar: dentre todos os debatedores, ninguém tinham mais convicção na existência do divino, quanto o ateu.

Mas, como diria Jack, o estripador, vamos por parte. Por que digo que, dentre todos, o ateu era o mais convicto da existência do Pai Eterno, se o próprio epíteto o configura como um não crente na existência de Deus? A – partícula grega negativa, significando “Não”. Theos – substantivo, “Deus”. Portanto, em tradução livre, não existe Deus. Mas, eu sou um cabra meio “deconfiado”, como diz o paraguaio. Não sou de ficar pagando dez reis de mel coado por qualquer lorota que alguém venha despejar nas conchas de minha orelha, como se essa fosse ninho de tuiuiú, onde cabe graveto de qualquer calibre.

E fiqquei-se-me pensando…. Ora, bolas! O nada não precisa de justificativa, ou mesmo argumento para ser nada. Ele o é. É um absoluto total. Quem se lembra do seriado Chaves e de seu desenho, o “Xifurímpulo”? Mas, o que é um xifuíimpulo? Nada! É preciso argumentar sobre isso, fazer ilações para mostrar que um xifurmpulo não existe? Absolutamente e retoricamente não! Um xifuriímpulo reifica a si mesmo. Ele encerra no seu próprio conceito a sua negativa de existência.

Tudo bem, sempre vai aparecer alguém que vai me chamar de pernóstico, cretino, até mesmo burro. Vá lá…. hoje estou com meu pâncreas azedo. Mas trouxe esse assunto à baila para afirmar algo que é, até sacrilégio: ateu é uma categoria filosófica e comportamental que, simplesmente, não existe. O mais empedernido e encardido ateu que alguém possa arrumar aí pelas ruas, sempre estará um degrau acima do mais carola e assumido crente de qualquer religião.

Explico. Para eu negar a existência de algo, devo partir de uma premissa anterior, primária mesmo, mas primária não no sentido de simples ou construída de maneira ingênua. Primária aqui é premissa genética, daquelas fundantes do pensamento humano. Posso até mesmo pegar um teorema comum, como por exemplo, o de Pitágoras. Para eu negá-lo, com argumentos, eu tenho que, primeiro aceitá-lo como um dado factível. E é ai, que o ateu tenta seu pulo de gato.

A ideia de prova funda-se em dois conceitos básicos: a prova por teorema e a prova por axioma. O teorema é tudo aquilo que pode ser demonstrado e provado por meio de uma fórmula, de uma lei física, de uma fórmula algébrica, ou matemática. O axioma é tudo aquilo que pode ser aceitável do ponto de vista lógico e formal. Deus não é passível de teorema, mas sim de axioma, deixando isso bem claro.

E, é nesse ninho de mafagafe que o ateu se embrulha e quer, a partir de sua crença na existência do divino, provar a sua não existência. Ele joga a não existência no campo do teorema, mas se utiliza de axiomas como argumentos. Aí não dá! Esse tipo de ateu precisa estudar a fundo a filosofia do grande mestre Falcão: “ porque homem é homem, menino é menino e viado, viado!”. Não dá para misturar os dois.

Mas, lá vou eu me perdendo da discussão…. dizia que admirou-se-me ver um ateu tão convicto em sua fé e crença na existência do divino, ao mesmo tempo em que fazia de tudo para provar a Sua não existência…. e isso fez-se-me lembrar de um aforismo de Disraeli a respeito das leis britânicas…. “para os bons a lei é desnecessária, para os maus, é inútil”!.

Mas a pergunta que me fazia era…. qual o objetivo daquilo tudo? Havia três crentes na existência do divino que apresentavam dúvidas gritantes e um com uma crença inabalável naquela existência, tentando provar, misturando teorema com axioma, que aquela existência, não existe. Parece uma coisa que vai dar nó na cabeça, mas é assim mesmo.

Se Deus, de fato, não existe, não há necessidade de provar a sua não existência. A própria não existência é prova maior de que Ele não existe. O nada não pode se negar. Só se confirma. Agora, quando alguém precisa de argumentos para provar a existência de algo que ele diz não existir, deve partir de uma premissa básica. Deus existe…. mas, eu tenho que provar que ele não existe, através de argumentos que anulem a premissa inicial…. Deus existe.

Confesso que já vi muitos crentes… crentes que chegam à beira do fanatismo, como muitos xiitas e “xaatos” de algumas denominações que conheço, mas eu nunca tinha visto alguém com uma crença tão arraigada e tão profunda na existência do divino, como o ateu deste último domingo.

Agora já sei…. declaro-me também, tal qual aquele sujeito, e, se alguém, algum dia vier me perguntar se sou ateu, direi com todo destemor…. sou ateu, graças a Deus!

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO JORNAL

DEU NO X

JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

UM POUCO DE DESABAFO. UM MUITO DE DECEPÇÕES

Os argumentos convincentes não estão do lado de cá, digo, de um Zé Ninguém feito eu.

Eu já cantava na minha quase distante juventude que “aqui embaixo as leis são diferentes”. Eco para o resto daqueles dias, em ondas sonoras captadas das vozes dos meus ídolos. Seus discursos com compassos, tons e sons já contam três décadas e ainda são atuais, embora fora de moda pelos ritmos e rimas, frase feitas e perfeitas, embalando os nossos sonhos naquelas manhãs de esperanças frias e embotadas.

Minha geração – a parte aberta e não “cartilhada” – até hoje parece enxergar inclusive no escuro, de olhos fechados e coração aberto. Sempre foi assim conosco, pois somos marranos da educação artística com musicalidade e aprendemos sobre a vida pelas chibatas sociais contra as quais lutávamos naquelas tardes de liberdade morna e sem a mordacidade em seu estado mais malicioso. Nossos corações sempre aquecidos na corrida pelo que era bom.

Éramos uma multidão siamesa curiosamente saída da liquefação entre o criador e a criatura. Fomos produtos de nós mesmos, guiados pela busca do equilíbrio, da igualdade e, acima de tudo, orientados pelo senso comum presente em todos nós da coisa sendo bem praticada, senão em tudo, no que nos fosse possível fazê-la responsavelmente dentro dos nossos direitos, com amor, fé e determinação.

Daquelas noites de batalhas frias para cá o status quo não mudou tanto assim. Infelizmente as lições repassadas e aprendidas em nossa juventude, hoje são definidas como reacionárias, em um conceito requentado por muitos ouvintes das mesmas coisas ouvidas por nós, parceiros na mesma guerra, porém, eles, desertores dos princípios sociais norteando as nossas brigas antigas, travadas no calor daqueles dias idos.

Assim, uns muitos de quem nós saímos, outros tantos que de nós nasceram, têm hoje olhos abertos na luz do meio dia e, infelizmente, não conseguem enxergar o óbvio.

Embora hoje soframos também porque nos apresentam uma nova possibilidade – não obstante montada sobre alicerces tremendamente pavorosos – vamos sendo insultados por descobrirmos não tardiamente que os argumentos convincentes não estão do lado de cá, digo, de um Zé Ninguém feito nós. Já não temos mais razão alguma e o eco dos dias atuais são captados das ondas sonoras saídas dos ensaios elaborados entre quatro paredes de salas ricamente atapetadas, onde artistas de outro círculo fazem marketing e se divertem sozinhos. Nada cantam. Escrevem apenas atos de uma peça histórica temida por seu possível desfecho.

Os ídolos do meu tempo escreviam mais, cantavam melhor e morriam mais cedo.

A juventude deles eternamente em nós, os que ficamos para envelhecer contrariando, ainda, as coisas julgadas medonhas.

A ousadia deles eternamente em nós. Também.

DEU NO X

PENINHA - DICA MUSICAL