DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

PAULO CARVALHO – RECIFE-PE

Sobre a condução da educação do Brasil e os constantes maus resultados no exame do PISA:

Em 1988, o estudante brasileiro não sabia matemática.

Em 1998, o estudante brasileiro não sabia matemática e também ciências.

Em 2008, o estudante brasileiro não sabia matemática, ciências e também português.

Em 2018, o estudante brasileiro não sabia matemática, ciências, português e também se é menino ou menina.

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JACOB FORTES – BRASÍLIA-DF

CIENTISTAS DO CLIMA

O mundo está apinhado de cientistas célebres muitos dos quais se notabilizaram não apenas pelos aprofundados trabalhos científicos alusivos ao clima da terra, mas, também, pelo esforço diuturno em alertar e preceituar medidas em prol das mudanças climáticas. Esses cientistas, pautados pela sobriedade, portanto, avessos a atitudes ruidosas, são verdadeiros apóstolos da sapiência climática a quem a humanidade convém escutar.

Agora exsurge a holmiense Greta Tthunberg, menina sem banco de faculdade (inclusive porque ainda cheira a leite materno e prepara-se para o batismo), arrastando atrás de si séquitos de louvaminheiros, inclusive da mídia mundial, que lhes fazem honras, dispostos a aceitar e abonar qualquer coisa que profira acerca do clima da terra. Inflada da importância que confere si e a compenetração de quem, pueril, acredita ser a mensageira que carrega a luz da salvação do clima, Greta se acha a legítima preceptora das mais acertadas lições de como os povos e governos devem agir para solver os problemas climáticos do planeta.

Que o modismo não tenha o condão de ofuscar o primado da ciência muito menos turvar os eminentes cientistas do clima, cujo pecado tem sido o augusto sacrifício em prol do refrescamento da Terra.

Não passam de sensaboria os encômios arrimados em causas acanhadas. Demais, conviria ao segmento midiático, demarcado pelo vezo de perlar estátuas, averiguar se algumas delas tem, ou não, os pés de barro.

CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

SEVERINO BIL E A CABRITA MIMOSA

Severino Bil era um adolescente bem-afeiçoado, corpanzil escultural, apesar de filho de neta de escrava. Sua atividade era pastorar as cabritas do avô materno nos canaviais de Lagoa do Carro, distrito de Carpina, Pernambuco. No colégio estadual do distrito onde estudava era cobiçado pelas meninas que viam nele um galã de cinema, um Jemes Dean, um Marlon Brando, mas ele nunca dava atenção a elas, pôs não tinha a malícia de sacar as pretensões astuciosas das adolescentes assanhadas, que ficavam toda molhada só em imaginá-lo pelado na frente delas.

Olhos azuis, cabelos pretos e lisos, rosto afilado, Severino Bil puxou à genética do pai de origem alemã, que deixou a mãe assim que soube que ela estava prenha dele, depois de uma convivência amancebada de mais de dois anos, morando num barraco de dois vãos que ficava nos fundos do sítio Padre Cícero Romão Batista do avô materno, seu Zé de Maria.

Quando completou dezessete anos aí é que o adolescente despertava suspiros alucinados nas alunas do Colégio Joaquim Nabuco mesmo!, principalmente na professora balzaquiana Chiquinha, cabaço absoluto, que, segundo ela às colegas de profissão, todo dia sonhava com o rapagão com ela na posição meia nove!…

– Minhas meninas, dizia Chiquinha às colegas professoras na hora dos intervalos das aulas, é impressionante o poder de sedução que aquele adolescente exerce em mim! Que Olhos! Que boca! Vocês acreditam que todo dia eu sonho com aquele safadinho me comendo? Ao passo que as colegas, ouvindo tais confissões indecentes de Chiquinha, arregalavam os olhos e a censuravam, mas desejando o mesmo para elas:

– Mas, Chiquinha, isso é pecado capital! Quem já se viu uma educadora feito tu teres tesão por um adolescente que é teu aluno, mulher? Deus te castiga, visse?…

Como resposta às surpresas das colegas, Chiquinha respondia com todas as forças da paixão e desejos avassaladores:

– Minhas meninas, se vocês imaginassem os sonhos eróticos que tenho com aquele adolescente, as posições com que ele me pega, as sacanagens que ele me faz nos sonhos, vocês não diziam isso!… Desconfio que Deus não se preocupe com isso não!…

Depois dessa conversa com as colegas em classe, Chiquinha nunca mais quis tocar no assunto referente ao adolescente nem as colegas perguntavam.

É que, segundo as más línguas, Chiquinha resolveu visitá-lo no sítio do avô materno no período de férias escolares com pretexto de conhecer a família e matar a saudade da paixão avassaladora que a devorava nos sonhos eróticos com ele.

Quando chegou ao sítio Padre Cícero Romão Batista encontrou Dona Maria das Dores, mãe de Severino Bill e perguntou onde estava o rapaz e esta respondeu, apontando para o canavial: “Está lá em guentão dentro do canavial pastorando as cabritas do avô.”

Ansiosa, Chiquinha, pede licença a Dona Maria Das Dores e adentra ao mato, indo ao encontro de Severino Bill, enquanto as professoras que vieram com ela ficaram com a mãe do adolescente no alpendre da casa grande, conversando.

Para sua surpresa e decepção, Chiquinha, quando adentra no mato para descobrir o local onde está Severino Bil pastorando as cabritas ouve um sussurro, um fungado, um “ai mimosa, ui mimosa”. Para sua decepção e nojo, era Severino Bill pastorando a cabrinha Mimosa por trás e a chamando de “minha doce cabritinha!”

A decepção da professora Chiquinha foi tão grande, tão avassaladora com a cena a que assistiu que ela saiu correndo em desabalada carreira por dentro do canavial que até hoje se a procura nas imediações e não se a encontra, passados mais de quarenta anos do flagra do “hidden love” entre Severino Bill e a cabrita Mimosa.

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LUIZ PEIXOTO – FORTALEZA-CE

Caro editor da Besta Fubana,

recebi de um amigo o “pensamento” abaixo.

Será possível postar em seu blog?

Grato,

Retrato de um esquerdista juramentado:

Quem não vence, detesta ver você vencer.

Quem não faz, detesta ver você fazer.

E não bastando, fica torcendo para não dar certo.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

PENINHA – TUPI PAULISTA-SP

Berto,

esta é minha filha Tábata e seu marido e, por consequência, meu genro Carlos.

Na próxima quarta dia 18, estarão me premiando com a oportunidade de ser avô pela primeira vez aos 70.

Radiantes de alegria, eu e minha amada Cleide, estaremos a espera do Enrico.

Que venha com muita saúde.

Agradeço a Deus em todos os momentos, a felicidade de ser um vovô babão igual a você e todos os outros.

A família cresce e esse neto vai torná-la ainda mais abençoada.

Sentirei muito prazer em carregar esse bebê no colo e desfrutar de um novo e maravilhoso sentimento.

R. Que coisa linda, que coisa fantástica!!!

Você merece essa felicidade, meu caro amigo e colunista deste JBF.

Que essa sua bela e unida família continue dando muita alegria e satisfação a este vovô babão!

Eu sei muito bem o que é isto.

Receba multiplicada por mil a alegria que você nos proporciona quando sua coluna abre a edição do Jornal da Besta Fubana com as bem selecionadas músicas com que você brinda a comunidade fubânica todos os dias da semana.

Transmita nossos parabéns ao casal Tábata e Carlos.

E, já que você entende tudo de música, fecho a postagem com uma homenagem ao seu netinho Enrico, cantada pelo Trio Nagô:

DEU NO X

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

ALGUMAS DAS MELHORES FRASES DE CLARICE LISPECTOR

“É necessário abrir os olhos e perceber as coisas boas dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.”

“Há pessoas que nos falam e nem escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.”

“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe.”

“O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo que eu amo é arriscado. “

“Morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo até que a morte do meu corpo venha, e alguém, adivinhando,diga: esta, esta viveu.”

“Se você se sente infeliz agora, tome uma providência agora, pois só na sequência dos agoras é que você existe.”

“O tempo corre, o tempo é tudo: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna.”

“Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo eu da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico.”

“Respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse seu único meio de viver.”

“O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.”

“É engraçado que pensando bem não há um verdadeiro lugar para se viver. Tudo é terra dos outros, onde os outros estão contentes.”

“Sou composta de urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.”

“Dizem que a vida é para quem sabe viver, mas ninguém nasce pronto. A vida é para quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde bastante para aprender.”

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

“Às vezes eu tenho vontade ser menos intensa, só pra entender como o resto do mundo aguenta essas coisas que me devoram permanentemente e de uma forma tão absurda.”

“Passei a minha vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Ao tentar corrigir um erro, eu cometia outro. Sou uma culpada inocente.”

“Não me mostre o que esperam de mim porque vou seguir meu coração, não me façam ser o que não sou. Não me convidem a ser igual porque sinceramente sou diferente.”

“A virtude da vida não está em fazer aquilo que se gosta, e sim gostar daquilo que se faz. Por isso seja forte, não como as ondas que tudo destrói, mas como as pedras que tudo suporta!”

“O que eu sinto, eu não ajo. O que ajo, não penso. O que penso, não sinto. Do que sei, sou ignorante. Do que sinto, não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse.”

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

“Essa conversa que a pessoa só dá valor quando perde não é verdadeira. Cada um sabe exatamente o que tem ao seu lado. O problema é que ninguém acredita que um dia vai perder.”

Clarice Lispector (1920 – 1977) foi uma premiada escritora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira – e declarava, quanto a sua brasilidade, ser pernambucana – autora de romances, contos e ensaios. Ela é considerada uma das escritoras brasileiras mais importante do século XX. Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicos, demonstrando profundo conhecimento da alma humana.