DEU NO JORNAL

TANTO OS DE BERMUDA QUANTO OS DE GRAVATA

O ministro Sergio Moro (Justiça) apresentou resultados que a “patrulha” ignora.

Nos três primeiros meses do ano houve queda no número de estupros (-5%), homicídios dolosos (-22%), latrocínios (-23%), roubos de veículos (-30%) e cargas (-38%) em relação a 2018.

* * *

De fato, a patrulha midiática ignora e os tabacudos vermêios fazem de conta que não estão sabendo destes números.

Os militantes dos Direitos dos Manos estão putos com esta divulgação feita por Moro.

O fato é que os bandidos estão perdendo terreno.

Tanto os bandidos comuns quanto os bandidos corruptos da política, de paletó e gravata.

E o ano tá só na metade…

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

SONETO DO PREGADOR PECCADOR – Bocage

Bojudo fradalhão de larga venta,
Abysmo immundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na sciencia burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:

No pulpito um domingo se apresenta;
Prega nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grão sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quattro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas [qu’rendo]
Um peccador dos mais desaforados:

“Não (diz uma) tu, padre, não me engodas:
Sempre me ha de lembrar por meus peccados
A noite, em que me deste nove fodas!”

Colaboração de Pedro Malta

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

UM MOTE BEM GLOSADO E UMA CANTORIA

O cearense Geraldo Amâncio e o paraibano Severino Feitosa, dois dos maiores nomes da cantoria nordestina na atualidade

* * *

Geraldo Amâncio e Severino Feitosa glosando o mote:

Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Geraldo Amâncio

Eu sei que você reclama,
que é um repentista antigo,
porém pra cantar comigo,
acho pouco a sua fama,
é muito bom pra o programa,
pra todo mundo acordar,
pra falar, pra conversar,
mas é fraco pra o repente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Severino Feitosa

Seus erros ninguém perdoa,
porque você é pequeno,
sua dose de veneno
está pronta em João Pessoa,
lhe afogo na lagoa,
lhe jogo dentro do mar,
e você morre sem voltar
pra o Ceará novamente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Geraldo Amâncio

No gramado eu sou atleta,
hoje aqui em João Pessoa,
não faço cantiga à toa,
a minha idéia é completa,
eu prefiro outro poeta,
com quem possa me ocupar,
é perdido eu trabalhar
com certo tipo de gente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Severino Feitosa

Geraldo, você recita
para a platéia achar graça,
em todo canto que passa,
tem a cantiga bonita,
mas aqui onde visita,
é meu reino, é meu lugar,
você tem que respeitar,
para ser independente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Geraldo Amâncio

Muita coisa eu estou vendo
e a platéia está notando,
é Severino apanhando,
pensando que está batendo,
é um coitado sofrendo,
eu sem querer judiar,
quem se acostuma apanhar,
morre na peia e não sente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Severino Feitosa

Lhe falta a inspiração
para seguir os meus passos,
estou vendo os seus fracassos,
se afracou nesse rojão,
se eu lhe der um empurrão,
a cabeça vai rodar,
esse nariz vai parar
da caixa prego pra frente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Geraldo Amâncio

Não tem vez esse rapaz,
quando está no meu caminho,
ele é bem devagarinho,
já não sabe o que é que faz,
cinqüenta léguas pra trás,
doido pra me acompanhar,
se acaso você cansar,
procure um toco e se sente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Severino Feitosa

Sei nadar em qualquer rio,
me criei nessa escola,
no braço dessa viola,
não aprendo cantar frio,
me pediram o desafio,
e eu quero lhe açoitar,
já ouvi alguém gritar,
Feitosa a cantiga esquente !
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Geraldo Amâncio

Nossa cantiga é assim,
faz tempo que eu lhe conheço,
eu sou manso no começo,
que é para bater no fim,
você diz que dá em mim,
eu começo a duvidar,
sabe o povo do lugar,
tanto apanha como mente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Severino Feitosa

Conheço o interior,
que o colega foi nascido,
se mete a ser atrevido,
não passa de agitador,
é pequeno cantador,
a sua fama é vulgar
quem de você apanhar,
não sabe o que é repente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

Geraldo Amâncio

Eu uso a matéria prima,
que nunca saiu à toa,
agrada a qualquer pessoa,
que de mim se aproxima,
Sou a cascavel da rima,
quem vier me acompanhar,
vou morder seu calcanhar
e arranchar em seu batente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem souber cantar.

* * *

A dupla Edmilson Ferreira e Antonio Lisboa improvisando com o mote:

Sou vaqueiro criado no sertão,
meu perfume é de casca de madeira

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MARIA DA PAZ MONTEIRO – CAMARAGIBE-PE

Caro Berto,

Vamos mandar estas sugestões para o Presidente Bolsonaro.

São dicas de nomes para serem nomeados embaixadores do Brasil em alguns paises.

Veja se você concorda.

Um grande abraço, querido editor!

R. Excelentes dicas, cara leitora.

Muito boas mesmo.

Vou encaminhar ainda hoje para o Presidente Messias os nomes destes dementes zisquerdóides que você sugere pro nosso corpo diplomático.

Farei apenas uma alteração:

Ao invés de Cuba, vou sugerir que Gleisi Amante Hoffmann seja designada pro Irã.

Naquele país, mulher que bota chifres no marido é condenada à pena de apedrejamento público.

Ou então é sentenciada a receber 100 chicotadas, conforme se pode ver na foto abaixo, uma galheira recebendo a merecida punição:

MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

FAZENDO CONTAS

No âmbito da Matemática Financeira, a gente chama de anuidades uma série de pagamentos. Por exemplo: o financiamento de um veículo em X parcelas mensais; o saldo acumulado de um depósito mensal numa caderneta de poupança; o recebimento mensal de um benefício de aposentadoria ou de uma previdência privada. As séries podem ser finitas ou infinitas (o pagamento do IPTU de um imóvel, por exemplo) e também podem ser antecipadas (plano de saúde) ou postecipadas (salário, por exemplo). Toda anuidade tem um fluxo de caixa e o diagrama abaixo pretende mostrar uma série finita, postecipada, imediata (sem carência, ou seja, financia um carro hoje e a primeira parcela vence em 30 dias) e de termos constantes (valor do pagamento é fixo).

Neste diagrama vamos admitir que temos n meses e que são feitos depósitos mensais de R (reais) que serão remunerados a uma taxa de juros de i% ao mês. Após o último depósito, na data n, o poupador resgatará o valor acumulado, S, que é determinado pela seguinte fórmula:

Considere uma pessoa que recebe R$ 998,00 e que resolve poupar, mensalmente, R$ 99,80, ou seja, 10% do seu salário bruto (note que não pode haver saque ao longo do período) e que este valor será depositado ao longo de 35 anos = 420 meses, sendo remunerado pela taxa de poupança. A taxa da caderneta de poupança é 0,5% ao mês acrescido da variação da TR – Taxa de Referência. Vamos deixar somente os juros. Com isso, esta pessoa teria direito a receber, após o último depósito

Fazendo um paralelo com a previdência, este valor seria o saldo das contribuições realizadas pelo trabalhador depois de 35 anos de contribuição. Cabe lembrar que a poupança é taxa mais baixa do mercado (só é melhor do título de capitalização, esse sim, a pior desgraça disponível no mercado financeiro). Considere, agora, que ao invés de 0,5% ao mês, o banco que você faz os depósitos resolve aplicar seus recursos no mercado e consiga remunerar suas aplicações a taxa de 1% ao mês. Neste caso, o valor acumulado para o mesmo depósito de R$ 99,80 seria R$ 641.809,76. Opa! Então, em tese, a questão não seria o valor do depósito mensal, mas a taxa de juros.

No caso da previdência existem regras mínimas e os valores dos benefícios pagos se encontram limitados a um teto. Aposentadoria e pensão não podem ser inferiores a um salário mínimo. Outro detalhe é que, do ponto de vista matemático, o benefício da aposentadoria deve ser visto como uma série infinita afinal além de não se saber quando o aposentado vai morrer há os direitos da pensão por morte. Então, para se receber R$ 998,00 reais, o saldo acumulado deveria ser R$ 199.600,00 o que significaria contribuir com R$ 140,10 ou 14,04% do salário.

No sistema previdenciário brasileiro existe o mecanismo da repartição, ou seja, rateia-se entre os contribuintes as despesas com os benefícios em manutenção. Com isso, a população economicamente ativa de hoje sustenta os inativos e vai ser sustentada pela população economicamente ativa do seu tempo. Se a taxa que se aposentam é maior do que o aumento da força de trabalho, fica claro que vai faltar dinheiro.

Esse exercício é apenas uma tentativa de mostrar a questão da capitalização ou de se pensar num sistema onde cada contribuinte é responsável pela sua poupança e o governo seria o gestor das contas não permitindo saques, definindo regras para o caso de óbito e de sucessão e também de regras para os casos de desemprego do contribuinte.

O problema é que temos um déficit expressivo no sistema previdenciário e a reforma proposta, ligeiramente diferente da aprovada, não é uma questão definitiva. O que temos é uma reforma paliativa, mas necessária para equilibrar contas no curto prazo porque num período de 10 anos, ou menos, a gente vai precisar ajustar, principalmente, se o volume de contribuições não crescer a uma taxa maior do que o volume de benefícios pagos.

Dessa forma, apenas para ajudar na educação financeira dos inúmeros leitores dessa Gazeta Escrota, segue uma tabela com várias taxas mensais com prazos semestrais. Se você quiser saber quanto terá de saldo se aplicar determinado valor, basta pegar o fator que está no cruzamento da linha com a coluna referente a taxa da aplicação.

Por exemplo, quem aplica R$ 100,00 por mês durante 36 meses a taxa de 1% ao mês terá, após o último depósito, 100×43,0769=R$ 4.307,69. Se você quiser saber quanto você deve aplicar para ter R$ 10.000,00 daqui a 36 meses, basta fazer 10.000,00/43,0769 = 232,14, a taxa de 1% ao mês.

Se quiser outros valores, clique aqui.

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

O MASSACRE EM YA-RÁ-GUÁ

Ya-Rá-Guá (enseada do ancoradouro) é o nome indígena originário do bairro de Jaraguá, o Marco Zero, onde começou a cidade de Maceió. Quando deu início a era da industrialização no mundo, navios de toda parte fundeavam no ancoradouro natural na enseada de Jaraguá. Naquela época o bairro teve um grande desenvolvimento urbano e econômico devido ao efervescente comércio. Jaraguá vivia na euforia de muitos negócios, exportação de açúcar, algodão, e importação de materiais industrializados para o consumo da população. O ancoradouro natural tinha uma ponte de desembarque e Jaraguá tornou-se um dos portos mais movimentados do Brasil. Na Praça da Recebedoria, hoje Praça Dois Leões, em torno da Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo, moravam estivadores, embarcadiços, pescadores, homens que tinham o mar como sustento.

Os vizinhos se conheciam, havia casamento entre eles, era como fosse uma família. Augusta era a moça mais bonita da redondeza, 16 anos, filha de Seu Augusto, estivador, homem forte, rude e de Dona Sinhá. Ele ficava de olho naqueles que admiravam a beleza de sua alegre filha. Menina sapeca, ela corria na praia, subia nas amendoeiras da Avenida da Paz, a todos encantava. Mas só um ela se agradava, Gumercindo, jovem espadaúdo, tomou corpo de homem aos 18 anos, forte musculatura, o corpo forjado carregando sacos de açúcar na ponte de desembarque; depois se tornou embarcadiço. Os pais de Augusta permitiram o namoro. Era do gosto das famílias.

Certa tarde de domingo, uma pequena patrulha da Força Policial, comandada pelo Cabo Sobral, fazia ronda na Praça da Recebedoria. Quando o cabo viu a moça de roupa domingueira, encantou-se, ficou deslumbrado com a beleza de Augusta. Todo domingo o cabo admirava a menina de seus sonhos passando para missa na Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo. Certo dia ele se apresentou e falou com o pai da moça. Não se conformou em saber que a bela Augusta estava comprometida com um embarcadiço. Não admitia uma negativa, ele um cabo da Força Policial, autoridade, de tradicional família (sua família deu nome à belíssima praia do Sobral, continuação da Avenida da Paz).

No dia 10 de janeiro havia a festa de Bom Jesus dos Navegantes. As embarcações singravam na enseada da praia da Avenida – Jaraguá, os barcos competiam na ornamentação, muitos fogos, muita alegria. À noite a festa se prolongava na Praça da Recebedoria. Colocavam tendas para leilões, bingos, tablados onde se dançava e jogava. Improvisavam bares servindo cachaça e tira-gosto para animar a moçada.

Nas casas eram organizadas festas particulares frequentadas pelos vizinhos e convidados. Gumercindo havia chegado de Penedo numa barcaça. Os amigos encheram a festa na casa de Augustão, pai da aniversariante, a moça mais bonita da cidade.

O Cabo Sobral, ao longe, assistia a animação na casa de Augusto, ficou com despeito quando viu pela janela Gumercindo dançando coco com a amada Augusta na maior felicidade. O Cabo, bêbado, tentou entrar na casa de Augusto, foi barrado na porta por Simplício, irmão do dono da casa. O cabo quis alterar, apareceram alguns estivadores, ele recuou. Depois de certo tempo, o Cabo Sobral, policial arruaceiro, retornou com mais cinco policiais. Foram rechaçados a murros e pontapés, a briga generalizou-se. Uma peixeirada deixou um policial morto estirado na rua.

Cabo Sobral e seus homens bateram em retirada. Retornou ao quartel. Armou mais de 20 soldados, fez um discurso incitando vingar o companheiro assassinado pelos estivadores. Montados a cavalos galoparam até a praça atropelando e atirando em quem estivesse pela frente. Os donos das casas pularam muro, fugiram da sanha dos policiais. Na casa de Augusto, todos dispersaram. Dois músicos ficaram guardando seus instrumentos, foram feridos pelas balas dos policiais. Na praça, os ambulantes, que nada tinham a ver com a história, correram para o interior da Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo. Os soldados do Cabo Sobral entraram na igreja, a cavalo, atirando em todos inocentes.

No dia seguinte o governador soube da chacina, estava escandalizado, entretanto, permitiu que os cadáveres, mais de 20, fossem ajuntados em uma carroça de bonde, e enterrados numa vala comum no cemitério de Jaraguá.

O massacre foi abafado pela imprensa. Nenhuma notícia foi publicada em jornais, não houve um registro sobre a ocorrência. Até a Igreja foi conivente para abafar o caso, determinou a interdição do templo católico. A Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo da freguesia de Jaraguá ficou fechada por 22 anos. Mas o povo, os moradores do bairro de Jaraguá não esqueceram. Ainda hoje, por tradição oral, os netos e bisnetos de Gumercindo e Augusta contam a história do insano massacre de Jaraguá.

ESSA E OUTRAS HISTÓRIAS DO BAIRRO HISTÓRICO DE JARAGUÁ, MACEIÓ, SERÃO CONTADAS DIA 27 DE JULHO (SÁBADO), ÀS 17 HORAS, NA PETISCARIA SEU JORGE (EM FRENTE AO DIVINA GULA). ENQUANTO LUIZ POMPE CANTA MÚSICAS QUE TEM A VER COM CADA HISTÓRIA. INFORMAÇÕES: 9.9319.0843

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LUIZ PEIXOTO – FORTALEZA-CE

Caro editor,

Veja que lista porreta essa que compara os “mentirosos” com a alma mais ‘onesta’ (sem o H mesmo) do universo…

R. Meu caro, o colunista fubânico Goiano apoia e aplaude entusiasticamente esta lista que você nos mandou.

Goiano concorda plenamente com o que está nela escrito.

Uma multidão de mentirosos levantando falso contra um honesto e impoluto cidadão, injustamente condenado da primeira à 13ª instância.

DEU NO JORNAL

BANCOS BANCAM

Antonio Palocci disse que alguns dos maiores bancos do Brasil pagaram 50 milhões de reais ao PT em troca de favores durante os governos Lula e Dilma Rousseff.

Segundo O Globo, que teve acesso a trechos dos depoimentos de Antonio Palocci, ele delatou BTG Pactual, Bradesco, Safra, Itaú Unibanco e Banco do Brasil.

* * *

Ceguinho Teimoso, que enxerga tudo, já desmentiu esta notícia.

Ele disse que Palocci, ex-ministro de Lula e de Dilma, inventou esta mentira absurda só pra pegar uma pena mais branda.

Que o PT nunca recebeu dinheiro em troca de safadezas. Nunca, nunca, nunca.

Seja de bancos, seja de empreiteiras, seja de doadores de sítios, seja de doadores de triplex.

Bom, o fato é que aqui pro Jornal da Besta Fubana os bancos nunca deram nada.

Podem acreditar: nem um tostãozinho.

É muita injustiça!!!

“Tô cum ele. Eu e ele continuamos de cofres abertos pra receber mais”

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

A LUA, AINDA

Quando Neil Armstrong pisou na lua pela primeira vez, faltavam quatro minutos para a meia-noite no Brasil. Então podemos dizer que o aniversário da chegada à lua é comemorado amanhã, 20 de julho.

A partida ocorreu no dia 16. O Saturno V é até hoje o maior foguete já construído. Tinha 111 metros de altura, 10 metros de diâmetro e pesava 3000 toneladas. O primeiro estágio do Saturno queimava 13 toneladas de combustível por segundo, gerando um empuxo 70 vezes maior que o maior motor de avião existente hoje (o do Boeing 777). Este primeiro estágio levou os astronautas a 68 km de altura e a uma velocidade de 10.000 km/h em apenas 2 minutos e 40 segundos.

A viagem do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, até o Mar da Tranquilidade, demorou 55 horas. A distância entre Terra e Lua é de aproximadamente 380.000 km, mas a Apollo 11 percorreu muito mais que isso, em uma complicada trajetória de duas órbitas em torno da Terra e várias órbitas em torno da Lua, seguida por uma descida de 33 minutos até o local escolhido.

O módulo lunar, batizado como “Eagle”, permaneceu na superfície da lua por 21 horas, mas os astronautas permaneceram dentro dele a maior parte do tempo. A porta de saída era bastante apertada para o volumoso traje espacial usado, e Armstrong levou 16 minutos para abrir a porta, passar por ela, descer os nove degraus e pisar pela primeira vez o solo lunar. As atividades duraram duas horas e meia, com os astronautas instalando equipamentos, coletando amostras do solo e tirando fotos.

Para o retorno, era importante reduzir o peso: tudo que era dispensável foi deixado na lua, incluindo os trajes espaciais, as botas e até mesmo a câmara fotográfica. A decolagem colocou o Eagle no rumo exato para encontrar-se com o módulo de comando, que orbitava a lua a uma distância de 110 km e a uma velocidade de 5.500 km/h.

O computador usado no Eagle pesava 32 kg e continha 2800 circuitos integrados, todos iguais, interligados por fios conectados manualmente, um a um. Tinha 4 k bytes de memória RAM. (Para comparar, um chip de celular hoje pode ter até 128 k bytes)

Em uma das últimas transmissões de TV antes do retorno, o astronauta Michael Collins disse: “O foguete que nos colocou em órbita é uma máquina incrivelmente complicada, e cada uma de suas peças funcionou sem falhas. Nós sempre tivemos confiança de que nosso equipamento funcionaria. Isso foi possível graças aos grandes esforços de muitas pessoas. Vocês só viram nós três, mas além de nós há milhares e milhares de outros, e para cada um deles eu gostaria de dizer ‘Muito obrigado'”

Volta e meia alguém pergunta: “Por que nunca mais voltamos à Lua?” A resposta simples é “Porque não há mais o que fazer lá.” A exploração hoje é feita por robôs de forma mais simples, mais barata e mais prática do que enviando pessoas, até mesmo porque robôs não precisam voltar. Não há mais muita coisa que se possa estudar sobre a lua além do que já sabemos. Por outro lado, idéias como uma base permanente ainda estão distantes, por razões de tecnologia e de custo.

Alguns criticam o projeto Apollo como um “desperdício de dinheiro”, e outros por ter sido um projeto de fundo político. É verdade que custou caro (estimados 150 bilhões de dólares em valores atualizados) e é verdade que tinha (também) objetivos políticos, tendo ocorrido no auge da “guerra fria”. Mas também é verdade que o projeto trouxe conhecimentos inestimáveis e será para sempre um marco e um símbolo da capacidade do ser humano de vencer desafios e encontrar maneiras de conseguir o que antes se julgava impossível.