DEU NO JORNAL

ESTOU NO AGUARDO

Ao lado do presidente Jair Bolsonaro em transmissão ao vivo feita pelo Facebook, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quinta-feira, 11, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, é um “excelente nome” para o posto de embaixador do Brasil em Washington.

“Tem um papo aí que o Eduardo Bolsonaro pode ser indicado para ser embaixador nos EUA, é isso mesmo?”, pergunta o presidente, virando para o ministro.

“É um excelente nome, presidente. Seria ótimo”, responde Araújo, provocando risadas em todas que participam da transmissão.

* * *

Confesso a vocês que eu ainda não tenho opinião formada sobre esta indicação do filho do presidente para ser embaixador.

Não sei se é bom ou ruim, se é conveniente ou se não é recomendável.

Preciso antes saber o que pensam os petistas e as zisquerdas debilóides.

Aquele time com gente do quilate do Gleisi Amante, Haddad Poste, Maria Aluada do Rosário e Jandira Ventão Feghali..

Se estes tabacudos forem contra, certamente será uma boa indicação.

Simples assim.

Estou no aguardo dos pronunciamentos deles.

Trumpão e Messias estão ansiosos pra saber a opinião do Editor do JBF

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

A LUA

Amanhã, 16 de julho, o mundo comemora um marco na história da humanidade. Cinquenta anos atrás, no mesmo 16 de julho, teve início a missão Apollo 11, que levou as primeiras pessoas a pisarem um corpo celeste fora da Terra. O nome de Neil Armstrong e suas palavras “Um pequeno passo para um homem, um passo gigante para a humanidade” são até hoje lembradas.

É difícil não se impressionar com a grandiosidade do projeto, especialmente se considerarmos a tecnologia de meio século atrás. Apenas como exemplo, a capacidade de cálculo de todos os computadores usados pela NASA, juntos, é inferior à de um tablet ou smartphone comum de hoje. Na verdade, a grande maioria dos cálculos foi efetuada à mão ou com réguas de cálculo, como era usual na época. Os recursos eletrônicos usados também são extremamente primitivos pelos padrões atuais. E, ainda assim, funcionaram a contento.

Alguns mais pessimistas se atrevem a dizer que um projeto como esse não seria possível nos dias de hoje. Eu concordo. O projeto Apollo pôde existir em uma época em que receber missões e cumprir objetivos era algo normal para um adulto. Uma época onde escolas e universidades ensinavam a pensar e a achar soluções, não a consultar o Google ou usar Control-C no que os outros fizeram. Uma época em que o risco e a responsabilidade faziam parte da vida. Uma época em que pessoas tinham deveres, não apenas direitos.

Se uma viagem à Lua fosse tentada hoje, os engenheiros que construíram o Saturno V e os módulos Columbia e Eagle ficariam em segundo plano, atrás dos advogados que preparariam os papéis que empurrariam as responsabilidades de um lado para outro, até o ponto em que ninguém seria responsável por nada. Os astrônomos que calcularam o vôo com precisão milimétrica seriam substituídos por marqueteiros que estudariam como tornar o evento o mais sensacional e apelativo possível, mesmo que “um pouquinho” da verdade fosse sacrificado. E infinitos grupos se preocupariam unicamente em pressionar para que a missão atendesse a seus interesses particulares, de políticos a feministas, passando por todas as minorias imagináveis.

De tão surpreendente, o projeto Apollo parece impossível. Alguns, presos à sua mediocridade, decidem que se eles não são capazes de realizar algo assim, então ninguém é, e passam a acreditar em teorias malucas que falam em uma fantástica conspiração que enganou todo o planeta (exceto eles, os “inteligentes”). No Brasil, as teorias conspiratórias são fortalecidas pela modinha de ser Anti-EUA – afinal, ninguém chuta cachorro morto. Por curiosidade pessoal, já li muito sobre estas teorias e nunca encontrei nada que, na minha modesta opinião, seja minimamente inteligente.

Quem sabe este cinquentenário seja um bom momento para nossa sociedade parar e refletir: lembrar que já fomos capazes de feitos notáveis; que já houve um tempo em que nossas vidas não estavam presas entre o BBB da Globo e as mutretas dos nossos deputados; que para chegar à Lua, homens arriscaram suas vidas, enquanto hoje estamos preocupados em conseguir privilégios na reforma da previdência. Talvez seja uma boa chance de vermos o que podemos, como sociedade, conseguir quando nos propomos a realizar algo, não quando preferimos ser adultos infantilizados exigindo que os outros tomem conta de nós.

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURINO JÚNIOR – PAULO AFONSO-BA

Papa Berto!!!

Veja isso!!!

Verdevialdo disse que vai embora do Brasil!!!

Tá creditando não??

Apôi, arrepare!!!

Um forte abraço!!!

R. Meu caro, eu estou rezando pra que ele cumpra a palavra.

Que saia do Brasil, o mais ligeiro possível. Por conta própria e por vontade própria

Se esta parelha de xibungos for embora, os ares por aqui ficarão bem mais amenos pra gente respirar.

A propósito, a nova enquete fubânica que está no ar é sobre esta parelha viadística.

Não deixe de dar seu pitaco. É só ir aí do lado direito.

Agora, aqui entre nós: eu tinha mesmo que viver o bastante pra ouvir um macho chamando outro de “meu marido”.

Abertamente, em todos os meios de comunicação.

Puta que pariu!!!!

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

ARIANO SUASSUNA SEGUNDO GERALDO AMÂNCIO

Onde a cultura é tribuna
Sua voz foi a mais alta,
Houve o primeiro mas falta
O segundo Suassuna.
Parte e deixa uma lacuna
Que não será preenchida.
Sua forma definida
Na maneira de escrever,
Não tinha como dever
Mas como missão de vida.

Com originalidade
A sua missão cumpriu
Foi quem melhor traduziu
Nossa nordestinidade.
Porta-voz e autoridade
Dos valores culturais.
Das fontes originais
Um divulgador constante,
Como um cavaleiro andante
Dos tempos medievais.

Cronista do dia a dia,
Um defensor ardoroso
Das estórias de trancoso,
Das crenças, da romaria.
Repórter da cantoria,
Do cordel, do desafio.
Sem ele até desconfio
Que morre a nossa memória,
E o circo da nossa história
Poderá ficar vazio.

Muitas vezes contestado
Ele cansou de dizer
Que a arte não pode ser
Um produto de mercado.
Sempre que era perguntado
Dizia de forma honesta,
Sem rodeio, sem aresta,
Sem sofisma, sem engodo,
Que a arte é no seu todo:
Vocação, missão e festa.

“Auto da Compadecida”
Sua mais famosa peça,
Termina como começa
Contando os dramas da vida,
Inspirada e extraída
Do mundo cordeliano.
O mestre paraibano
Teatrólogo e ensaísta,
Era também cordelista
O genial Ariano.

Nos seus trabalhos defende
Um Brasil mais brasileiro,
Contra o modismo estrangeiro
Que a mídia comprada vende.
Brasil onde o inglês pretende
Ser o idioma oficial.
Nos trazendo grande mal,
Fazendo morrer à míngua
O encantamento da língua
Que herdamos de Portugal.

Nas palestras que fazia
Com humor e fundamento
Esbanjou conhecimento,
Semeou sabedoria.
Era quem mais conhecia
O que o Brasil desconhece.
Quando um astro se opaquece
Acaba-se a iluminara.
O céu da nossa cultura
Sem esse astro escurece.

Foi guardião da raiz
Da nossa ancestralidade,
Construiu a identidade
Cultural do meu país.
Da terra agora distante,
Tornou-se então palestrante
Nas cortes celestiais.
Hoje faz parte do time,
Da academia sublime
Dos mestres universais.

Geraldo Amâncio Pereira é poeta, repentista, trovador, cordelista e contador de causos. Nascido no sítio Malhada da Areia, município do Cedro, Ceará, em 29 de abril de 1946. Cursou faculdade de História em Fortaleza. Começou com acompanhamento de viola em 1966. Participou de centenas de festivais em todo o país, e classificou-se mais de 150 vezes em primeiro lugar. Organizou festivais internacionais de repentistas e trovadores, além do festival Patativa do Assaré. É autor das três antologias sobre cantoria em parceria com o poeta Vanderley Pereira. Gravou 15 CDs ao longo da carreira, além de ter publicado cordéis em livros. Apresentou o programa dominical “Ao Som da Viola”, na TV Diário em Fortaleza.

DEU NO JORNAL

CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO

Para Altamir Pinheiro

Espaço da Aeronáutica no Recife

Início dos anos setenta e, junto com ele, a espetacular disseminação midiática de que havia sido lançado nos Estados Unidos, três anos antes, um filme de ficção científica, produzido e dirigido pelo genial cineasta Stanley Kubrick, que estava deixando todos os aficionados da Sétima Arte em polvorosa com sua temática cinematográfica!

Segundo os críticos da época, nacionais e internacionais, todos eram unânimes em afirmar que o filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço,” convergia com todos os elementos temáticos da evolução humana, existencialismo, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre de forma jamais explorada pelo homem na telona.

Coisa de louco mesmo!

Era notável por seu realismo científico, efeitos especiais pioneiros, imagens ambíguas que eram abertas a ponto de se aproximarem do surrealismo, som no lugar de técnicas narrativas tradicionais e o uso mínimo de diálogo.

Nessa época, um bando de recrutas da Aeronáutica no Recife tomou conhecimento da existência do tão propalado filme e se puseram a assistir a ele de qualquer forma e, no dia da estreia, lotaram o cinema ao ponto de, não existindo mais espaços, puseram cadeiras extras pelos corredores de forma que, quem entrasse não saia e quem saia não entrava mais de tão lotado que o cinema ficou.

Começa a projeção e todos de olhos atentos para saber que gota serena de filme era aquele que estava chamando a atenção do mundo todo por sua revolucionária técnica cinematográfica.

Antes de quinze minutos de projeção já se via no olhar da plateia uma decepção sem tamanho e, passados mais dez minutos e nada de excepcional acontecendo, os jovens recrutas foram deixando a sala de projeção ao ponto de, chegando na metade do filme, só havia sete recrutas, entre eles o jovem e curioso Macena que, batendo o pé, bradou para si mesmo: “Eu vou até o fim dessa porra para saber o porquê de tanta badalação favorável a um filme praticamente mudo.”

Terminado o filme todos os sete recrutas saíram calados, zonzos, sem dar uma palavra, em verdadeiro transe, tamanha fora a viagem. Foi quando um recruta que havia saído no início no filme se aproximou do jovem Macena e, ansioso, perguntou:

– E aí negão, aquela bosta presta ou não presta. Porque eu não entendi foi porra nenhuma por isso sair logo. Eu nunca vi um tão perfeito “nem fode nem sai de cima”. Que filme merda da porra!

E o jovem Macena, já arretado com o colega e com a cabeça ao ponto de explodir, que parecia até ter comido um caminhão de cogumelo de bosta de cavalo e fumado dois baseados estragados, respondeu:

– Meu irmão, o filme é cabeça. Foi bom tu teres saído porque como é que tu, um cabeça de pica, irias entender um filme que a resposta só te chegará daqui a trinta anos? E foi embora para o quarto sem dar mais nenhuma palavra com o colega. Mas, antes de ir, voltou atrás e disse:

– Olha aqui, Negão, o filme é para quem tem cérebro e não miolo de pote na cuca.

DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

CARMEM MIRANDA NO JBF

Comentário sobre a postagem AS BRASILEIRAS: Carmen Miranda

d.matt:

Caríssimo articulista Brito.

Parabéns pela escolha da personalidade biografada de hoje. Conheci tudo que podia e pesquisei ao máximo a figura de Carmem Miranda, inclusive visitei várias vezes o museu Carmem Miranda instalado na época no Parque do Flamengo no RJ. Não sei se ainda existe este museu.

Visitei a casa em que ela morava com a sua família na Travessa do Comércio, na praça 15 de Nov. no RJ.

Quando da última visita da nossa Carmen ao Brasil, eu a vi uma vez num teatro quando ela foi assistir uma peça da Bibi Ferreira. Já estava com a aparência de muito cansada e esgotada.

Como colecionador de discos, tenho toda a obra gravada pela nossa Carmen, tanto aqui no Brasil que primeiramente foi gravada nos bolachões de 78 rpm. e posteriormente relançados em LP de Vinil. Muitas gravações foram feitas nos States.

Sua fama era tamanha que embora o seu nome nos postes dos inúmeros filmes que fez nos exterior, vir sempre depois dos hollywoodianos famosos, o seu salário era sempre superior ao dos demais artistas.

Seus filmes eram também muito cultuados na Inglaterra e seus imitadores foram inúmeros, vou citar apenas alguns: Mickey Rooney, Jerry Lewis e acredite quem quiser, o ratinho Jerry da dupla de desenhos animados Tom e Jerry.

Até hoje a indústria cinematográfica americana está devendo um filme contando a carreira da nossa Carmem Miranda . Digo americana porque a nossa indústria de filmes só sabe fazer pornografia disfarçada como obra de arte e jamais se preocupa com personalidades grandiosas.

Assisti ao filme “Banana is my Business” que foi um documentário feito com a autorização da irmã Aurora Miranda. Foi bastante elogiado e muita gente não sabe que a Carmen, no filme foi interpretada por um transformista ERIK BARRETO, num trabalho bastante elogiado.

O seu ensaio biográfico da nossa Carmen Miranda é notável e dá para sentir o carinho do escritor pela personagem biografada. Seus trabalhos aqui publicados sempre procuram mostrar a nós brasileiros que temos personalidades grandiosas e que merecem toda a nossa admiração e isto você consegue sempre. Eu gostaria de ter a sua eloquência e inteligência para criar obras tão admiradas.

Um abraço do seu leitor numero UM.

* * *

XICO COM X, BIZERRA COM I

A MULHER QUE NÃO FOI

Ela não foi. Ficou de ir e não foi. Nem mandou alguém em seu lugar: melhor assim. Esse alguém talvez nem goste das cantigas do Chico, tampouco aprecie uma cerva gelada que só. Só sei que a danada não foi. Ou seja: meu amigo estragou água morna e sabão, gastando-os em banho tão demorado. Se seus dentes resistiriam a mais um dia sem escovação, para que escová-los, gastando pasta e escova? Pia e privada bem que poderiam ficar sem lavar: far-se-ia isto depois, com calma. Tudo em vão … Mas tudo bem. Vai ver o UBER ‘farrapou’ ou a babá que ficaria com seu filho adoeceu. Vai ver ela torceu o pé ao descer a escada ou engasgou-se com o cuscus, borrou o batom e deu-lhe preguiça de se ‘rebatonzar’ …Terá tido uma dor de barriga? Ou o calo do mindinho voltou a doer? Talvez tenha ido a um chá de caridade e esqueceu da caridade que iria fazer. Não sei a razão. Sei que ela não foi. Liga não – disse ao meu amigo – aproveita e deixa perdido o desodorante que se perdeu: quem sabe dona Solidão, que ‘tá já chegando ou já chegou, goste do cheiro dele ao cheirar o teu sovaco e se abanque por aí? A gente nunca sabe: a solidão é tão esquisita, tem uns gostos tão estranhos …

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