CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Papa Berto, Primeiro e Único.

Segue mais um texto bem safado meu.

Na verdade é uma piada que eu li em outro blog e apenas ajustei colocando ele dentro de uma história mais comprida.

Grato mais uma vez, seu admirador fubânico.

* * *

MARILUCE

Chamava-se Mariluce e desde pequena fora uma criança feia….muito feia….As más línguas diziam que ela não chorava….miava… mas, deixa isso para lá! Isso são fofocas dos tempos de antigamente que a molecada contava e as fofoqueiras do bairro tratavam de “espaiá”.

Conheci Mariluce na escola… aliás, conheci não! Tomei um susto no primeiro dia do ano, quando a criançada abre o berreiro não querendo ficar em sala de aula, e a “tia”, com a paciência de um faquir tenta colocar a garotada em sala. Aliás, alguém já parou para pensar por que as professoras são chamadas de “tias”? Olha, se alguém souber me avisa, tá?. Santa Cacilda, pensei…. aquilo não era uma menina…. era uma praga rogada em cima de algum desafeto.

Mas, nada que o tempo e a convivência não aplaquem… aliás, essa conversa fiada de inclusão, de tolerância, de politicamente correto é tudo peido…. daquela nossa época de antanho, quando se amarrava cachorro com linguiça, a convivência fazia as pessoas se acostumarem uns com outros. E, até mesmo esse tal de bullying, no nosso tempo chamávamos de “mulação”, todo mundo se divertia e ninguém ficava traumatizado. Trauma hoje é só para essa gente frouxa criada a pão com chá que por qualquer coisa corre para psicólogo. No meu tempo, psicólogo se chamava mertiolate, e daqueles que ardiam….

Bem, crescemos… e sempre estudando juntos…., na mesma série, na mesma turma lá se foi o Primeiro Grau – assim se chamava – ,o Segundo Grau… e a Mariluce na mesma toada que o resto da turma. Apesar da feiura se acentuar com o tempo, eu até gostava dela, pelo menos era uma companhia que, quando estava por perto, com certeza nossos pensamentos estavam na Jerusalém Celeste – ficou vesga, nariz adunco, monocelha, mancava de uma perna e não era chegada a banho…. A turma não via a hora em que ela seria eleita deputada pelo PT, ou então, ser nomeada chefe de alguma repartição pública, pois a dita cuja tinha espírito de sargento de cavalaria reformado.

E do segundo grau fomos para o cursinho, daí para o vestibular – e, por azar do destino, fomos ensalados no mesmo prédio. Até parecia que, Themis, querendo me dar um passa-moleque resolveu fazer daquele cracajá de pente minha nêmesis.

A coisa séria aconteceu foi na faculdade. No primeiro dia de aula. Ela passou bem colocada no vestibular para fazer pedagogia e eu fui estudar Direito. Aliás, fazer pedagogia era uma desculpa, o negócio dela era se alistar mesmo na Infantaria do Exército brasileiro, mas na condução de obus. Pois bem, na faculdade, recepção aos calouros, o famigerado trote, a turma inscrita no sindicato da gozação, ao ver Mariluce lascou…. de primeira, certeira e para sempre: “Espanta Caralho”.

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