Dois comentários sobre a postagem PIADA PRONTA
Saniasin:
Preclaro e Pontifício Editor,
Sua verve e humor, associado a uma iconoclastia delirante e anárquica, é admirável e, o mais das vezes, faz-me dar gostosas risadas.
Contudo, sou nordestino e sertanejo e aprendi com meus avós a não zombar de cegos e nem chutar cachorro morto.
Santa Luzia também não deve estar muito satisfeita com esse deboche.
Salvo melhor juízo.
Com as homenagens de praxe, peço que retire essa zombaria.
* * *
Editor do JBF:
Caro leitor Saniasin,
Também sou nordestino. Nordestino da Zona da Mata pernambucana.
Desde criança que a figura do cego, que nós carinhosamente chamávamos de “Ceguinho”, faz parte do meu círculo de afeto e de bem-querença.
Em dois dos meus romances, cegos são personagens principais e mostrados de forma humana e em pé de igualdade com os outros personagens sadios das vistas.
No livro A Guerrilha de Palmares, o Cego Anísio é uma figura de destaque e retratado com muito amor.
Já em O Romance da Besta Fubana, o Cego Chico Folote é uma das forças que dão grande impulso ao enredo.
Desde menino, bem pequeno, que minha mãe Quiterinha me ensinou a rezar uma novena no dia 13 de Dezembro, Dia de Santa Luzia, em intenção da minha avó, a velha Menininha, que era curta das vistas.
Tenha certeza que não tive a menor intenção de cometer qualquer desrespeitos com os cegos.
O que fiz mesmo foi uma crítica aos cegos lulistas.
Assim como posso fazer um elogio aos cegos que são anti-lulistas.
Cegos são pessoas iguais a nós outros e que tem todo o direito de assumir posições políticas. E, em consequência delas, receberem críticas ou elogios.
Brigadão pela participação e pela audiência.
Agradeço antecipadamente a sua compreensão.
* * *
MANDUQUINHA – LUIZ GONZAGA
LAMENTO CEGO – JACKSON DO PANDEIRO