PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Num dia turvo assim foi que partiste
Cheio de dor e de tristeza cheio.
Eu fiquei a chorar num doido anseio
Olhando o espaço merencório, triste.

Não sei se mágoa mais profunda existe
Que esta saudade que me oprime o seio,
Pois a amargura que ferir-me veio
Naquele dia, ó meu irmão! persiste.

Os anos que se foram! Entanto, eu cismo
A todo o instante, no profundo abismo
Que veio a morte entre nós dois abrir.

Mas cada noite, na asa de uma prece,
Ou num raio de sol quando amanhece,
Vejo tua alma para o céu subir…

Auta de Souza, Macaíba-RN (1876-1901)

2 pensou em “IRINEU – Auta de Souza

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *