A PALAVRA DO EDITOR

Existem denúncias de que no período da redemocratização, em 1983, foram desviados empréstimos da Caixa Econômica para determinados grupos privados, amigos. A mídia soube e penetrou nos meandros das irregularidades para revelar a podridão. Por sua vez, o Ministério Público e o interesse popular, também resolveram agir até chegar aos escândalos políticos. Em 2010, denunciaram seis escândalos. Um de autoria do PSDB e cinco deles praticados pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Todavia, foi em 2014 que estourou a roubalheira na Petrobrás. Graças à intervenção da Operação Lava Jato, a Polícia Federal pegou muita gente de calça curta. No rolo, estavam envolvidos agentes públicos, políticos, executivos, famosas construtoras e inúmeros “laranjas”. A PF descobriu que a Petrobrás fechava empreitadas com licitações fraudulentas. Em acordos mútuos, as construtoras combinavam jogadas para superfaturar as obras. Com o apurado, pagavam gordas propinas a graduados da estatal petrolífera, cujo prejuízo provocado pela corrupção foi estimado em R$ 10 bilhões.

Em Pernambuco, a Refinaria Abreu e Lima teve o projeto lançado em 2005 com o preço de R$ 2,5 bilhões. Com os costumeiros entraves políticos, a construção só começou em 2007. Prestes a completar quatro anos de operação, a Rnest não foi concluída. Com tantas paralisações, a obra atualmente está avaliada em R$ 17,8 bilhões. Como não pode parar, opera com a metade d capacidade de operação. Apesar de ser conceituada como a refinaria mais moderna do país, construída com tecnologia nacional, a irresponsabilidade e os joguetes políticos balançaram o coreto da Petrobrás.

Sem poder fazer nada, o pais paga pelo ilícito que não cometeu. Embora seja vítima das falcatruas. Mas, vibra com a prisão do bando de corruptos que se juntou a ex-presidente, ex-governadores, ex-deputados, ex-conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, poderosos políticos e renomados empresários que se encontram guardados no xilindró. Na plateia, o povo torce para ver a fila andar mais depressa porque o jogo não acabou. Continua em outros campos. Existem 80 projetos anticorrupção engavetados no Legislativo federal que renovam a esperança do brasileiro em sonhar com o fim da bandalheira. Almeja diminuir a roubalheira que sugou os cofres públicos do país. Embora seja utopia pensar no desaparecimento da corrupção no serviço público. Mas, sonhar não é crime. Desde que o julgamento prossiga nas mãos de magistrados de fé e não descontinuidade.

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Não é segredo, o ensino público brasileiro é desqualificado. O professor é desvalorizado, o salário é vergonhoso, desestimulante, a atualização de currículos dos docentes não existe, os edifícios escolares são mal projetados por falta de investimento na área. Nas escolas da periferia a insegurança é precária, dificilmente tem biblioteca e equipamentos esportivos, além de serem administradas por gestores despreparados. Sem fiscalização, os alunos perdem o estímulo de estudar, fazer excelentes provas, garantir boas, sem a necessidade de filar. Daí ser fácil encontrar aluno com crítico conhecimento de Matemática e Português. As deficiências são tão intrínsecas que nem o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) detecta. Por sua vez, como os estados e municípios não querer perder tempo em diagnosticar o problema, as deficiências aumentam e se alastram na educação brasileira.

Depois que os pais resolveram investir nos filhos apenas em áreas que garantam bom salário no futuro, em vez de lutar pelo preparo intelectual, o nível de aprendizagem e de conhecimentos caiu e muito. O que faz impactar sobre a falta de vocação do estudante brasileiro para os estudos. Quem ousar insistir pelo modo contrário, será esquecido e tachado de “metido” nos assuntos dos outros. As escolas de qualidades diminuem. As que existem, destinam-se a atender a classe dos ricos, dos“abonados” que podem pagar caras mensalidades nas escolas particulares que realmente oferecem bons ensinamentos didáticos. Outro sério problema vivenciado pela juventude da classe menos favorecia relaciona-se a um problema Constitucional. Na Constituição está bem claro. Educação é um direito social. Este item evidencia que estudar não se trata de uma necessidade fundamental para garantir um futuro melhor à garotada. Não enfoca, por questão de mentalidade, que a educação, inclusive a pública, tem objetivos definidos. Proporcionar conhecimentos, desenvolver habilidade intelectual ou manual para ajudar no desenvolvimento econômico e social do país.

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A curiosidade impressiona. Desperta atenção em saber porque tem curiosidade mais interessante do que a outra. O Mar Morto, localizado entre a Jordânia, Israel e a Cisjordânia, e comentado no mundo inteiro, não passa de um lago com água salgada. Ao contrário dos demais que existem por aí. Por ser mais salgado do que o oceano, o Mar Morto atrai, inclusive a atenção da ciência. Curiosos por descobrir a razão das propriedades curativas e de evitar que a pessoa afunde, fique flutuando na superfície, cientistas não se cansam de analisar os efeitos da água do Mar Morto. Descobertas recentes apontam que os cristais de sal que se acumulam nas profundezas do lago salgado, formam depósitos de sal. Desde 1979, o fundo, causa dois fenômenos. Os cristais saltam na água do mar que tem a água desviada. Então, com menos quantidade de água no lago, sobram cristais de sal.

O acúmulo de sal causa dois fenômenos. Os cristais saltam da camada superior do lago para o leito do lago que cresce a cada ano, dando a impressão de nevar sal, contrariando as leis da física. As ondas do mar geram “dedos salgados” que se estreitam sobre o leito do lago.

Apesar de diminutos, os dedos quando descem para o fundo, formam estruturas crescentes na superfície. Daí a explicação do Mar Morto vir se tornando mais salgado ainda. A formação das duas camadas. A superior, na superfície, mais densa e quente, e a inferior, logo abaixo, menos densa e mais fria. Quando o Sol aquece a superfície, a água evapora. Deixa, então a superfície mais quente e bem mais salgada. A neve formada pelo calor é resultado da densidade da água que não se mistura. Na medida em que esfria, fica menos salgada, aí forma os cristais e empurra para o fundo do lago.

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Incrível, uma coisa que não se sustenta em pé, vive em queda constante, atacado de fraqueza, é o PIB nacional. Pela 19ª semana seguida, de tanto balançar, feito vara fina e verde, o Produto Interno Bruto, tem a projeção de crescimento encurtada. Fica menor. O país, entrincheirado no meio de muita podridão que lhe roubam, perde a sustentabilidade. Comete pecados. Concede indulto a corrupto, mantem o fórum privilegiado, uma injustiça com o povo, não se esforça de jeito algum para endurecer as leis. Comprovadamente fracas. Daí a subtração de recursos. A frequência de fraudes, a coragem da rataiada em devorar o patrimônio nacional.

As causas que vem derrubando a projeção do PIB, mostram os motivos das previsões de crescimento do mercado financeiro decrescer, sofrer consequências do passado que reduzem os índices de crescimento da economia. Em abril de 2018, a previsão de mercado registrou 3%, em janeiro de 2019, 2,3%, em maio passado, 1,24%. De acordo com a análise da última previsão, os analistas asseguram apenas 0,82% para julho, em andamento. A se confirmar a taxa realmente está baixa em excesso. A esperança são algumas previsões não se modificarem. A meta central de inflação fechar em 4,25% ou variar até a casa de 5,75%, a Selic, a taxa básica de juros da economia, atualmente fixada em 6,5%, baixar, talvez, para 5,5%, o dólar não ultrapassar os R$ 4,00 planejados, a balança comercial continuar apresentando o resultado positivo previsto para 2019, em torno de US$ 50 bilhões e os investimentos estrangeiros diretos não caírem demais. Para 2019, as projeções preveem US$ 85 bilhões de entrada de capital novo.

O impedimento para a economia não decolar deriva de vários fatores. A queda de preços das commodities, reduz a lucratividade nas exportações, a corrupção afasta os investimentos, a alta de preços na tarifa de energia elétrica, por causa de poucas chuvas no passado, reestruturação da capacidade produtiva, o desemprego e o respectivo endividamento da população, a herança inflacionária, o descontrole fiscal e, sobretudo, o panorama de incertezas. Toda essa desarrumação, que não é de agora, precisa ser varrida do mapa. Mas, como o país ainda não engrenou, não encontrou o Norte, o radar aponta que, por enquanto, a economia ainda vai enfrentar muitos vexames. Para sair dessa encruzilhada, só aprovando as reformas que deveriam vigorar já nos governos anteriores. A esse governo, só compete arrumar o meio de campo que ainda não se entrosou.

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