COMENTÁRIO DO LEITOR

Comentário sobre a postagem O ALFAIATE

Marcelo Bertoluci:

Meu avô materno, que não conheci, também foi alfaiate. Embora também fosse pessoa simples, filho de imigrantes, com pouco estudo, tinha o tino de saber que “a propaganda é a alma do negócio”. Então suas roupas, feitas por ele mesmo, eram seu mostruário.

Segundo minha mãe e minhas tias, era impossível o “seu Paulo” sair de casa sem estar impecavelmente vestido de terno completo, com colete e chapéu.

Os ternos, de linho ou talvez até de casimira inglesa, eram engomados e passados por minha avó, naturalmente, usando um ferro de passar cheio de carvões em brasa, e não se cogitava a hipótese de um vinco não estar direito ou um colarinho ficar mal-assentado.

Infelizmente, meu avô só teve tempo de casar a filha caçula (minha mãe) e morreu dois anos depois.

Sou italiano por parte de pai e ucraíno por parte de mãe.

Este avô era ucraíno, creio eu que nascido no interior de Santa Catarina, filho de imigrantes que vieram para o Brasil na virada do século 19 para o 20. A Ucrânia estava em guerra com a Polônia e a miséria era geral.

Os imigrantes chegavam praticamente com a roupa do corpo.

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