CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JACOB FORTES – BRASÍLIA-DF

CANTAM, MAS NÃO ENXERGAM

Mais de doze milhões de brasileiros encontram-se privados da visão; é a zona turva do analfabetismo. Coincidência ou capricho do destino, são invariavelmente pobres. Mas em meio a essa escuridão, de consanguinidade escravagista, é possível divisar alguns vaga-lumes os quais, guiados pelos seus piscas-piscas, fintam mais facilmente os obstáculos que naturalmente estorvam a vida de quem não enxerga: são os poetas matutos, analfabetos na leitura e na escrita que, movidos por combustível telúrico, poetam suas paisagens sertanejas. Cada qual poeta sua aldeia.

Camões poetou as navegações. Os vaga-lumes poetam a cor, o sabor e o aroma do Nordeste. Embora orientados por fé vigorosa, esses cegos de mãos grossas mais se comprazem no ribombar do trovão que no repenicar do sino. Já que a quantidade incomensurável desses gênios (que ninam a solidão dos ermos sertanejos) impede nominar a todos, rendo-me à liturgia da conveniência para nominar apenas o reputado trio; ilustrador dos demais: Antônio Gonçalves da Silva, CE, (Patativa do Assaré)), Severino de Andrade Silva, PB (Zé da Luz) e Leonardo Pereira Alves, PE, (Bastião).

Suas genialidades encantam a todos, desde a massa cabocla aos governantes. Estes, aliás, não se cansam de franquear-lhes a publicação das suas produções poéticas. O fazem não apenas para compensar a desventura de terem sido relegados ao porão do esquecimento escolar, mas para engraxar prestígio político.

O dom de versejar pode não ser libertador quanto o estudo, quanto a qualificação, mas presta auxílio aos moldes de uma “vara de cego”, principalmente àqueles que, do tamanho de um mosquito, cantam do tamanho de um camelo.

Se já não é possível ao poder público iluminar a retina dos que já se acostumaram ao apagão, tal-qualmente a Parábola da Caverna, de Platão, que ao menos as crianças, doravante, não sejam apenadas com o mesmo castigo: o analfabetismo. Enquanto os castigos infligidos às pessoas derivam, inexoravelmente, de infrações cometidas, o analfabetismo – que exclui, aliena, humilha e deprime – é exemplo eloquente de punição por delito não cometido.

Que não falte às crianças do Brasil (e do mundo) o colírio anti-cegueira: o redentor caminho da escola! Afinal, essa tarja difamante, que ultraja a grandeza nacional, não combina com a cor do linho brasileiro.

“Tudo que o homem estudou
Para a natureza é pouco
Ele não inventa um coqueiro
E se inventar fica louco
Caçando a encanação
Que leva a água do chão
Pra botar dentro do coco”.

DEU NO JORNAL

DEU NO JORNAL

A INVERDADE DO DATAFOLHA

Paulo Eneas

O Datafolha publicou nessa segunda-feira (02/09) uma pesquisa trazendo de volta o cenário das eleições presidenciais do ano passado. Segundo esta pesquisa, se as eleições presidenciais fossem hoje, o petista Fernando Haddad seria eleito com 42% dos votos, contra 36% de Jair Bolsonaro. Ainda segundo o instituto de pesquisa pertencente a um dos mais esquerdistas veículos da grande imprensa nacional, um total de 18% dos eleitores votariam em branco ou nulo, e 4% não souberam responder.

A finalidade do Grupo Folha com essa pesquisa não é de aferir o sentimento e o ânimo do público diante de um dado concreto. Trata-se do uso de um instrumento de aferição que exibe dados descolados da realidade para prosseguir na guerra política baseada em fake news e distorções de noticiário que o Grupo Folha promove sistematicamente contra o Governo Bolsonaro.

E no caso dessa pesquisa divulgada hoje, ela traz o componente adicional de tentativa de deslegitimação, ainda que indireta, de um governante legítimo, ao tratar de um fato inexistente (realização de eleições esse ano) para, em cima dos dados irreais divulgados pela pesquisa, realizar uma narrativa conveniente destinada ao embate contra o governo e contra a figura do Presidente Bolsonaro.

O Datafolha possui um histórico amplamente conhecido de erros sistemáticos em suas previsões de cenários. Na disputa presidencial do ano passado, esse mesmo Datafolha publicou pesquisa em 10/10/2018 segundo a qual o petista Fernando Haddad venceria o pleito daquele ano com 45% dos votos, contra um total de 39% do então candidato Jair Bolsonaro.

Algumas semanas antes, em 28/09/2018, o Datafolha trazia outra pesquisa indicando o favoritismo do candidato petista Fernando Haddad, apoiado pelo Grupo Folha, e reafirmando que o hoje presidente Jair Bolsonaro perderia a eleição em todos os cenários projetados para o segundo turno.

Novamente o Datafolha errou, e não tivemos conhecimento de uma retratação pública pelo erro cometido. Um erro que, nesse caso, serviu também para tentar induzir o comportamento de uma parcela do eleitorado.

Por sua vez, o Ibope, cujo histórico de erros é semelhante ao do Datafolha, publicou no dia 26/09/2018 uma pesquisa que foi trazida ao público estampando a seguinte manchete: Haddad 4 pontos à frente de Bolsonaro no Ibope, conforme reproduzido em nota pelo blog O Antagonista naquela data, e que pode ser vista clicando aqui, onde afirma que o petista Fernando Haddad venceria Bolsonaro por 42% a 38% no segundo turno.

E mais uma vez vemos aqui outro grande instituto de pesquisa de opinião pública errando em suas previsões, sem o posterior reconhecimento e retratação desse erro junto ao público. Erro esse que também serviu para tentar induzir o comportamento de parte do eleitorado, a partir de uma informação falsa a respeito das intenções de voto do conjunto dos eleitores.

Outra narrativa mentirosa que criou-se após a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro, vitória essa que desmentiu os institutos de pesquisa, afirmava que a vitória do candidato da direita ocorreu somente pelo fato de o chefe criminoso e condenado petista ter sido “retirado” da disputa por estar preso.

No entanto, existem dados e projeções que mostram o contrário, indicando claramente que o Jair Bolsonaro venceria o pleito mesmo com o presidiário petista condenado participando da disputa.

Um tracking digital realizado pela Agência MrPredictions no dia 24/08/2018 e exibido no gráfico abaixo mostra duas coisas importantes:

a) Jair Bolsonaro já havia ultrapassado Lula naquela data.

b) A projeção das trendlines (linhas retas com as médias estatísticas) indicava uma tendência de crescimento de Bolsonaro e queda de Lula a partir daquela data.

Poucos dias depois, a Agência MrPredictions realizou um tracking digital referente ao período entre os dias 27/08 e 31/08 daquele ano eleitoral. Este tracking mostrava Jair Bolsonaro já à frente de Lula, com mais de 5 pontos de vantagem, conforme mostrado abaixo:

Ambos os levantamentos foram realizados antes da condenação de Lula e antes da facada contra Bolsonaro. A tendência posterior, portanto, seria de maior queda de Lula e maior crescimento de Bolsonaro. O estudo não foi tornado público na época por que a legislação proíbe a divulgação de trackings durante o período eleitoral.

E conforme o Crítica Nacional já informou em publicações anteriores, os levantamentos e estudos anteriores realizados pela Agência MrPredictions acertaram a vitória de Donald Trump nas eleições americanas de 2016, conforme pode ser visto clicando aqui, bem como a vitória de Mario Benitez no Paraguai, como mostra esse outro link aqui, de artigo da InfoMoney publicado em 30/04/2018.

Esses mesmos estudos da Agência MrPredictions cravaram a vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial brasileira, conforme mostra o terceiro gráfico abaixo:

O correto então é dizer que Jair Bolsonaro venceria mesmo com Lula no páreo, diferentemente da narrativa mentirosa criada pela esquerda e endossada e reproduzida pela maioria dos veículos da grande imprensa.

No que diz respeito ao Ibope e especialmente ao Datafolha, assim como eles mentiram na campanha eleitoral do ano passado ao afirmar que o presidiário Lula venceria Jair Bolsonaro, provavelmente a mesma mentira está sendo reproduzida agora pelo Datafolha em sua pesquisa divulgada hoje, indicando a vitória do poste petista contra o presidente em um hipotético e irreal segundo turno eleitoral desse ano.

Cumpre por fim observar que uma pesquisa recente divulgada pela Veja/FSB mostra exatamente o contrário, conforme apontamos no artigo Aprovação do Presidente Bolsonaro: Pesquisa da Revista Veja Confirma Dados do Crítica Nacional publicado na semana passada. Segundo essa pesquisa, o Presidente Bolsonaro venceria as eleições em diversos cenários, inclusive contra Fernando Haddad.

Essa mesma pesquisa mostra que o percentual de votação do hoje presidente está na casa de 60% em um eventual segundo turno. Além disso, diversas pesquisas digitais publicadas aqui no Crítica Nacional confirmam esses dados, indicando claramente que se houvesse um segundo turno hoje, Bolsonaro venceria em média com 60% dos votos.

Portanto, a pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha merece tanta credibilidade quanto o noticiário diariamente plantado pela Folha de São Paulo com o objetivo não de informar, mas de desinformar o público para fins de embate político permanente que o Grupo Folha realiza contra o governo. Um embate que é pautado, essencialmente, pela falta de compromisso com a verdade junto ao público.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

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