PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

EM MIM TAMBÉM – Olavo Bilac

Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras cousas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.

Mas amastes, sem dúvida … Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço cousas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.

Quem ama inventa as penas em que vive;
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.

Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.

Colaboração de Pedro Malta

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

CÍCERO TAVARES – RECIFE-PE

Querido editor Luiz Berto:

Se não for estragar o domingo das pessoas decentes, honestas, imaculadas, paternais, “manternais” e humanistas deste lindo País, gostaria de ver publicado esse MORNING SHOW, que comenta sobre a aberração da Lei de Execuções Penais, nunca revista pelo desgoverno do presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, que permite a saída de criminosos hediondos, assassinos de aluguel, no Dia dos Pais, principalmente parricidas, matricidas, ficilidas, como no caso de Suzane von Richthofen e Alexandre Nardoni…

O Pacote Anticrime do honrado Ministro da Justiça e Segurança Nacional, Sérgio Moro, prever a revisão de toda essa excrescência dessa lei escrota, por isso mesmo encontra resistência no Congresso, onde mais da metade dos deputados e senadores possuem o DNA dessas categorias…

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LINDINALVA DO COUTO – SÃO LUÍS-MA

Caro Berto,

Veja só como são fofos e lindos estes jumentinhos:

Umas gracinhas!

É pena que quando crescerem vão começar a gritar “Lula Livre”.

Um beijão para o nosso editor querido!!!

R. Outro beijão pra você, cara leitora!.

A foto dos jeguinhos está mesmo uma fofura.

Agora, aqui entre nós: eu desconfio que você cometeu uma grave ofensa com a classe jumentística.

Polodoro não gostou nada do que você falou.

Ficou aqui de cara torcida como se estivesse resmungando: “Eu sou jegue mas num sou burro não. Jamais vou gritar Lula Livre

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Patrícia Galvão (Pagu)

Patrícia Rehder Galvão nasceu em São João da Boa Vista, SP, em 9/6/1910. Escritora, poeta, dramaturga, jornalista, tradutora, cartunista e musa dos “modernistas”, quando ingressou no “Movimento Antropofágico”, em 1928. Filha de Thiers Galvão de França, jornalista e advogado, e Adélia Rehder Galvão, mudou-se para São Paulo, aos 3 anos. Aos 15 passou a colaborar no “Brás Jornal”, assinando “Patsy” em seus artigos. Foi diplomada professora pela Escola Normal Caetano de Campos, em 1928, enquanto estudava literatura e arte dramática no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, dirigido por Mario de Andrade.

Aos 19 anos teve um de seus desenhos publicado na “Revista de Antropofagia” e conheceu seus editores, o casal Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O comportamento extrovertido encantou os intelectuais modernistas e ganhou o apelido “Pagu”, a partir do poema –Coco de Pagu- de Raul Bopp. Apesar da pouca idade, era uma mulher avançada para os padrões da época, dada a algumas “extravagâncias”, como fumar na rua, usar blusas transparentes, cabelos curtos e falar palavrões. O poema alavancou sua carreira artística, pois foi publicado em vários jornais, foi interpretado por ela mesma no Teatro Municipal, em 1929, e virou letra de uma toada gravada por Laura Suarez em 1930. Oswald de Andrade ficou entusiasmado com a moça e em pouco tempo estavam namorando, mesmo casado com Tarsila. Em seguida, ele rico, boêmio e famoso, causou um escândalo na sociedade conservadora de então. Em 1930 separou-se de Tarsila e casou com a bela jovem. Para melhorar (ou piorar) o escândalo, o casamento se deu no Cemitério da Consolação, diante do jazigo da família Andrade.

No mesmo ano nasceu o filho Rudá e pouco depois viajou para Buenos Aires, onde participou de um festival de poesia. Antes disso, o casal já era filado ao PCB-Partido Comunista Brasileiro e ela aproveitou a viagem para um contato com Luiz Carlos Prestes, que se encontrava exilado, mas só conseguiu o intento pouco depois em Montevidéu. Aproveitou, também, para contatar o pessoal da revista “Sur”: Jorge Luís Borges e Victoria Ocampo. Voltou ao Brasil entusiasmada com o ideal comunista e o casal funda o tablóide “O Homem do Povo”, em 1931, que dura apenas 8 números. Sua coluna -“A Mulher do Povo”- fazia duras críticas à burguesia paulistana. Nesta época tornou-se também cartunista e passou a ilustrar a “Revista de Antropofagia”. Em agosto de 1931, ao participar de uma greve de estivadores em Santos, foi presa inaugurando uma série de 23 prisões ao longo da vida. Solta 15 dias após, passou a dedicar-se a escrita de um romance – Parque industrial -, publicado em 1933, sob o pseudônimo de Mara Lobo. Trata-se de um dos 10 pseudônimos que usava em seus textos É considerado o primeiro romance proletário do Brasil, traduzido mais tarde e publicado nos EUA e na França.

Como jornalista escrevia sobre tudo, publicando em diversos jornais; opinava sobre política, classe operária, a sociedade, homossexualidade feminina e até histórias policiais para a revista “Detetive”, dirigida por Nelson Rodrigues. Foi correspondente de vários jornais de São Paulo e Rio de Janeiro, quando viajou pela Europa, EUA. Japão, União Soviética e países da Ásia, enviando reportagens. Na França, contatou André Breton e outros surrealistas; entrevistou Sigmund Freud e assistiu à coroação de Pu-Yi, o último imperador chinês, através do qual conseguiu sementes de soja, que foram enviadas ao Brasil. Quem poderia imaginar que tal façanha viria a ser incluída em seu curriculum: introdutora da soja no Brasil, tornando-o o segundo maior produtor do mundo. Em 1935 foi presa em Paris como comunista estrangeira portando uma identidade falsa e foi repatriada. De volta a São Paulo e após um período de brigas e ciúmes, separou-se de Oswald e retomou sua atividade jornalística e militante política. Com a “Intentona Comunista”, em fins de 1935, foi presa e passou 5 anos na cadeia, enquanto o filho Rudá era criado pelo pai. Sofreu torturas na prisão e ficou bastante debilitada, com 44 quilos e sequelas físicas e emocionais.

Ao sair da prisão, em 1940, rompeu com o PCB e passou a defender um socialismo de linha trotskista. A partir daí não quis mais ser chamada de Pagu, padecia de forte depressão e teve sua primeira tentativa de suicídio. Foi recompondo a vida com a ajuda do amigo Geraldo Ferraz, critico de arte com quem se casou em seguida. Desse casamento, nasceu o segundo filho –Geraldo Galvão Ferraz– em 1941 e passou a morar com os dois filhos e o novo marido. Foi uma feminista antes do tempo e se declarava uma “mulher de ferro, com zonas erógenas e aparelho digestivo”. Em 1945 começou a trabalhar na agência de notícias France-Presse, onde ficou por 10 anos, e passa a integrar a redação da revista “A Vanguarda Socialista”, junto com Mário Pedrosa e a nata da intelectualidade de esquerda anti-stalinista. No mesmo ano lançou novo romance: A famosa revista, escrito em parceria com o marido, denunciando as mazelas do PCB. Incentivada pelos amigos, tentou ingressar para valer na política. Nas eleições de 1950, tentou sem sucesso uma vaga como deputada estadual pelo Partido Socialista. Por esta época decidiu se dedicar mais ao teatro e passou a frequentar a Escola de Arte Dramática de São Paulo. Em 1954, o casal foi convidado para trabalhar no jornal “A Tribuna”, em Santos, onde passam a residir. Aí iniciou um movimento em prol do teatro amador, do qual participava o jovem Plínio Marcos. Montou peças e iniciou uma campanha para a construção do Teatro Municipal.

Sua preferência dirigia-se aos autores de vanguarda: Ionesco, Arrabal, Alfred Jarry, Nabokov, Becket, Ibsn, Octavio Paz etc e traduziu as peças A Cantora Careca e Fando e Liz, dos dois primeiros autores. Escrevia, também, sobre música de vanguarda nacional e estrangeira e chegou a registrar notas sobre televisão em seus primórdios. Além da profícua atividade cultural, não abandonou a participação política. Assumiu a coordenação do Teatro Universitário de Santos (1956), a presidência da União dos Teatros Amadores (1961) e fundou a Associação de Jornalistas Profissionais de Santos, incorporada ao Sindicato dos Jornalistas mais tarde. Em seguida foi acometida de um câncer. Foi se tratar em Paris, mas sem resultados positivos. Desiludida e desesperada, tentou de novo o suicídio. Sobre o episódio, escreveu: “Uma bala ficou para trás, entre gazes e lembranças estraçalhadas”. Pouco depois, ainda jovem, foi vitimada pela doença aos 52 anos, em 12/12/1962.

Passou uns 20 anos esquecida e a partir da década de 1980 foi adquirindo uma “tardia e crescente” popularidade com a ajuda dos filhos no resgate de seu legado. Surgiram diversas biografias, iniciando com Pagu: vida e obra, de Augusto de Campos (1982); Patrícia Galvão: livre na imaginação no espaço e no tempo, de Lucia Maria Furlani (1988); Pagu: literatura e revolução, de Thelma Guedes (2003); Pagu, de Lia Zatz (2005); Dos escombros de Pagu; um recorte biográfico de Patrícia Galvão, de Tereza Freire (2008). O resgate não ficou apenas nas biografias. Em 1988, sua vida foi contada no filme “Eternamente Pagu”, dirigido por Norma Benguell. Em 2001 Rudá de Andrade realizou o documentário “Pagu: livre na imaginação, no espaço e no tempo”. Na TV, foi personagem na minissérie “Um Só Coração” (2004), interpretada por Miriam Freeland. Em 2005, houve em São Paulo uma grande comemoração pelos 95 anos de seu nascimento, que incluiu lançamento de livros, exposição de fotos, desenhos e textos da homenageada, apresentação de um espetáculo teatral sobre sua vida e lançamento do site Pagu.

No dia exato de seu nascimento, os convidados compareceram com trajes de época a uma “Festa Pagu”, realizada no Museu da Imagem e do Som. No mesmo ano foi lançada sua autobiografia (texto inédito escrito em 1940): Paixão Pagu: A autobiografia precoce de Patricia Galvão. Em 2006, foi tema do samba enredo da Escola de Samba X-9, de Santos. Em 2010, ano do centenário de seu nascimento, foi encenado o espetáculo “Dos escombros de Pagu”, baseado no livro homônimo de Tereza Freire. A comemoração do centenário foi encerrada com a publicação do livro “Fotobiografia Viva Pagu”, de autoria de Lúcia Maria T. Furlani e seu filho Geraldo Galvão Ferraz. A Unicamp criou um centro de pesquisa sobre gênero que leva seu nome e edita os “Cadernos Pagu”. Em Santos, a Casa de Cultura também leva seu nome. Em São Paulo é mantido o Instituto Patrícia Galvão, que mantém serviços dirigidos à defesa dos direitos da mulher e uma agência de notícias. Lucia Maria T. Furlani, autora de livros e tese sobre Pagu costuma dizer que “Ela sempre foi vista como muito louca, e é essa Pagu que precisa ser desmistificada”.

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

COISAS DAS “FRUTAS”!

Jabuticabeira – um antro de semvergonhice

Aquele calor matinal, com a temperatura beirando os 30 graus. De repente, sem mais nem menos, começa cair uma neblina que, aos poucos vai aumentando de intensidade, e acaba se transformando numa chuva gostosa. E, para não fugir à regra, muitas coisas gostosas são sempre rápidas, inesperadas, e às vezes até em situações inconvenientes. Sem direito a muitas escolhas de conforto.

Pois, certo dia, visitando um sítio de um amigo, o silêncio era tão grande que, passada aquela chuvinha gostosa, pude ouvir uma conversa não muito comum, entre duas jabuticabas. Pela intimidade da conversa, deu para perceber que tudo estava acontecendo entre uma jabuticaba fêmea e um jabuticaba macho, se é que fruta tem sexo ou se é tudo igual aos anjos:

– Eita neguinha gostosa, zulive! Rasgou elogios o jabuticaba macho!

– Como sabes disso, se nunca me comestes? Indagou a jabuticaba fêmea, torcendo por mais provocação.

– Um dia, quando eu crescer, ainda vou ficar por cima de ti, pois nós, os machos, somos maiores! Disse com segurança o jabuticaba macho!

– Santo Deus, fazei correr os dias e o tempo! Disse, ansiosa pelo encontro futuro, a jabuticaba fêmea!

* * *

O HOMEM QUE VIROU LAGARTA

Dodô o “malfazejo” da roça de milho

Por conta de duas cabras, um bode e três cabritos que encontraram um buraco na cerca do roçado e por ali entraram e fizeram um salseiro nas ramas da batata doce e nos recém brotados pés de feijão, Dorival, também conhecido por Dodô, passou uns tempos sem os costumeiros cumprimentos com Vovô e Vovó.

Na roça do interior, ficar sem falar com outro é algo que ninguém aprova – todos, sem exceção, vivem precisando uns dos outros.

Há um “ditado popular” no interior do Ceará, sobre o relacionamento juvenil de meninos e meninas, essas ficando mais afoitas quando os peitinhos se avolumam exigindo o uso do sutiã, e as xanas se avolumam pelo crescimento dos pelos pubianos, ou pelo uso de absorventes. Coisas da idade. Tudo coisa normal. É nesse período que os pais de meninos, glosando os pais de meninas, dão o aviso: “compadres, prendam suas cabritas, pois os meus cabritos estão soltos e sedentos.”

Pois, o ar rarefeito após qualquer chuvisco que “agita” a roça e expele pela clorofila odores que atraem os animais que se alimentam das folhas. Foi isso que aconteceu, quando bodes, cabras e cabritos encontraram um buraco na cerca de encheram a pança nas ramas de batatas da roça de Dodô.

Aquilo fez com que Dodô mudasse o comportamento. Não cumprimentava mais ninguém, vivia cabisbaixo – há quem afirme que arquitetava uma vingança contra Vovô e Vovó.

Foi após esse acontecido que, nas noites de lua cheia Dodô bebia chá de sumiço e muitos vizinhos garantiam que, no silêncio da noite escutavam uivos distantes de um animal que parecia ser um cão ou um lobo. Nasceu a conversa que Dodô, nas noites de lua cheia virava “lobisomem”. Zulive!

O que se sabia, realmente, afirmavam os vizinhos, era que, de tanto projetar vingança, Dodô atraiu para si alguns espíritos malignos, numa verdadeira parceria com o 666. Cruz credo! Zulive e zulive!

Eis, finalmente, que o inverno chegou, antevendo boa safra do que fora plantado. Vovô semeava milho, feijão, fava, abóbora, quiabo e maxixe. Aquelas coisas que fazem nossas alegrias durante a colheita.

O milho nasceu, cresceu e começou a cachear. Brotaram os primeiros sabugos e bonecas, e sem muita demora, logo as espigas foram se enchendo de grandes e suculentos caroços. A manutenção da roça se fazia necessária, e era o que Vovô passava o dia fazendo, retirando as ervas daninhas como maliças e carrapichos.

Vovô trabalhou até o meio dia do sábado. Limpou e guardou as ferramentas de roçar. Verificou se os “espantalhos” estavam todos de pé e em condições de espantar os pássaros que se alimentavam do milho verde. Tudo em ordem, ele foi para casa.

Domingo era dia de missa pela manhã, um almoço de carne bovina cozida e um bom caldo, antes da madorna da tarde.

Na manhã seguinte, a volta à rotina na roça. Roupa de trabalho, chapéu de palha na cabeça, cabaça d´água no ombro e a direção do roçado. Ao passar a cerca e levantar o olhar, Vovô teve um princípio de enfarte. Não acreditava no que estava vendo. O milharal literalmente destruído. Nenhuma espiga estava incólume. A lagarta comeu tudo. Destruiu tudo!

Soube-se, meses depois que, sem lua cheia para virar lobisomem, Dodô entrou em metamorfose e se transformou numa lagarta. Lagarta da pior espécie, e resolveu se vingar de Vovô e Vovó, que eram os donos das cabras, dos bodes e dos cabritos que, anos antes haviam devorado as ramas das suas batatas.

DEU NO JORNAL

AVUANDO PELOS ARES CAPITALISTAS

O milionário governo de Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, contratou sem licitação, por R$ 3,6 milhões, os serviços da Heringer Táxi Aéreo.

Desde 2015, essa empresa já faturou R$ 23 milhões alugando aeronaves para os comunistas maranhenses.

* * *

Comunistas, sobretudo comunistas de estados ricos, adoram estas conquistas tecnológicas do capitalismo reacionário.

Eles ficam na maior felicidade quando voam num confortável jatinho.

E se for pra voar em jatinhos contratados sem licitação, mais prazeroso ainda será o passeio!

Uma coisa eu garanto: o revolucionário, o defensor do proletariado e do campesinato Flavio Dino, não irá pra Havana ou Caracas nessa moderna aeronave que ele acabou de contratar.

Ele vai fazer feito a companheira pcbista Manuela d’Ávila, a candidata a Vice-Poste derrotada na última eleição: tomará o rumo de Nova Iorque

“Amor, vamos sorrir e fazer uma linda pose pro Jornal da Besta Fubana: a Estátua da Liberdade está logo ali atrás”