DEU NO JORNAL

DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

DEU NO X

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MIJO NO POSTE

Depois de rifar Fernando Haddad da disputa pela presidência do PT, Lula despachou o poste para uma viagem ao Nordeste neste fim de semana.

O candidato derrotado ao Planalto em 2018 estará em Fortaleza, onde participa de um ato “em defesa da Educação, da Amazônia e por Lula Livre”, segundo o PT.

No sábado, Haddad vai ao Recife.

No domingo, estará em Monteiro, na Paraíba.

Lula está preso, mas faz o seu poste rodar o Brasil.

* * *

Tô esperando ansiosamente o poste de Lula, proprietário do PT, chegar aqui ao Recife hoje.

Vou botar meu cachorro Acari pra mijar nele.

Um mijo vermêio e bem fedorento.

Acari foi um presente que ganhei do meu cumpade Jessier Quirino, colunista desta gazeta escrota.

DEU NO JORNAL

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

JOCÃO

Em Maceió havia mentiroso, aliás, o maior mentiroso do mundo, Jocão. Era assíduo frequentador do Café Colombo na Rua do Comércio, ponto de convergência de intelectuais, políticos, artistas, boêmios e outros desocupados. Jocão ao entrar se achegava às melhores rodas. Todos gostavam de suas divertidas histórias. Escolhia uma mesa onde não houvesse possibilidades de pagar a conta, arrastava uma cadeira, sentava, entrava na conversa. Logo perguntavam pelas novidades. Era a senha, Jocão, com sua fértil imaginação, primoroso contador de histórias, iniciava uma fantástica trama inventada na hora.

Certa tarde ele contou como se tornou o maior criador de codorna do Brasil. De sua fazenda no Carrapato exportava codorna e ovo para todo mundo. Tudo começou numa visita a Pedrinho, coletor estadual de Fernão Velho. Na despedida, Pedrinho embrulhou alguns ovos de codorna num papel de jornal para Jocão cozinhá-los em casa. Ele colocou o embrulho no bolso do paletó.

Já havia passado mais de um mês quando Jocão ouviu piados no quarto. Investigou de onde vinham aqueles pios parecidos com os de pombos. Ao abrir o guarda-roupa desvendou-se o mistério: no bolso do paletó estavam oito bugrelos de codorna nascidos dos ovos, presente de Pedrinho esquecidos no paletó.

Ele retirou os bugrelos, deu de comer pirão de farinha de mandioca. Os bichinhos foram crescendo. Reproduziram-se com rapidez, ele teve de colocá-los em sua fazenda no Carrapato. Já era considerado o maior produtor de codorna do país, talvez do mundo. Tudo por mera sorte.

Depois de contar a mentira, sentia-se à vontade entre os amigos, pedia mais cerveja e tira-gosto. Pagava a conta com suas fantasiosas histórias.

No tempo da II Guerra Mundial, muitas vezes Maceió entrou em “black-out”. Todas as casas, todas as ruas apagavam as luzes. Carros e ônibus não circulavam. A cidade totalmente às escuras se precavendo de um ataque aéreo ou de submarinos alemães. Havia uma rigorosa fiscalização pela defesa civil procurando alguma falha, alguma luminosidade para corrigir.

No final da tarde posterior a um desses rigorosos “black-out” Jocão apareceu nas escadarias da Associação Comercial, onde se juntavam os grandes comerciantes e homens do mundo dos negócios.

Assim que viram Jocão foram perguntando pela novidade. Ele não se fez de rogado e iniciou sua história.

“- Eu quase não dormi nessa noite de black-out, os aviões da fiscalização sobrevoaram o tempo todo minha casa. Parecia que havia alguma coisa errada. Um avião passou tão baixo que meu vizinho acendeu o cigarro no fogo do motor do avião. Ouvi no rádio que havia um foco intenso de luz na rua onde moro, pedia à população procurar a luminosidade senão os submarinos bombardeavam Maceió. De repente minha casa foi invadida por soldados do 20º BC. Tinham identificado o “holofote” na janela de minha casa. Tudo foi esclarecido, a forte luminosidade era o anel de brilhante de minha esposa que refletia a luz da Lua. A luz foi identificada por um oficial em posição na cabeça do cais do porto, depois que os aviões deram o alarme. Cheguei a ser preso. Só sai do quartel hoje pela manhã.”.

Jocão se aborrecia quando o chamavam de mentiroso. Certa vez no Café Colombo pediram para contar uma mentira. Ele ficou triste, calado e muito sentido. Logo esclareceu, sua mulher havia falecido. Estava por ali para espairecer um pouco e ver se arranjava algum dinheiro, ajuda para o enterro.

Os boêmios solidários fizeram uma arrecadação, deram a quantia para Jocão, que além de embolsar o dinheiro, pegou algumas garrafas de cerveja, um taco de presunto, deixou na conta dos amigos e foi chorar a defunta.

Um bêbado e um garçom foram designados para comparecerem ao enterro da mulher do Jocão no dia seguinte às 10 horas, representando os frequentadores do Café Colombo.

Ao chegarem perto da casa de Jocão na Rua Santa Maria (hoje Guedes Gondim) estranharam a falta de movimento e não ter cortinas negras nas janelas, como era costume nos enterros saídos das casas do morto.

De repente Jocão abriu a porta. Os representantes do Café Colombo perguntaram a hora do enterro. Para espanto dos visitantes, nosso herói gritou para dentro de casa: “Bastinha, venha ver quem veio para seu enterro”.

Complementou para os dois companheiros: “Vocês não pediram para eu contar uma mentira?”.

Sua mulher apareceu dando uma bela gargalhada. Convidou os amigos para uma irrecusável rodada de cerveja com tira-gosto de charque. A alegre “defunta” se divertia com as invencionices de seu marido, Jocão, o maior mentiroso do mundo, nasceu e viveu na cidade de Maceió. Até hoje contam suas fanfarrices e mentiras bem humoradas.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LUIZ PEIXOTO – FORTALEZA-CE

Caro e desassombrado editor do JBF,

por favor divulgue esse vídeo que mostra claramente porque temos atualmente o “pior” presidente da história de nosso país…

Só falta desenhar…

MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

JATINHOS FINANCIADOS

O BNDES divulgou uma lista com no nome de 134 empresas que usaram recursos da FINAME para aquisição de jatinhos da Embraer. Logicamente, basta entrar no site da Receita Federal para identificar o quadro acionário da empresa e se ela está ativa ou não. Observe-se o caso da empresa BAHIA GOLF AGENCIA DE VIAGEM EIRELI, inscrita no CNPJ sob o No. 07.183.844/0001-64, atribuída a Cláudia Leite (ou a seu pai). Se você consultar Receita Fazenda, verá que essa empresa usou R$ 6.114.218,30 para adquirir um jatinho pelo prazo de 120 meses. A data de abertura da empresa 16/07/2004, a operação foi aprovada em outubro de 2009, então o vencimento da operação seria outubro de 2019, mas CNPJ foi baixado em 09/08/2018. Pergunta: a empresa liquidou antecipadamente a operação?

Para entendermos essa questão, vamos fazer uma breve exposição sobre o sistema BNDES. Ele é composto por três “braços”, digamos assim, cada qual com sua atuação bem definida. Vamos a eles:

1) BNDESPAR – BNDES Participações financia empresas de capital aberto adquirindo ações dessas empresas, tomando por base um projeto econômico e financeiro ou um processo de recuperação/reestruturação financeira e administrativa. Por exemplo, em 1992 o BNDES participou da gestão de uma metalúrgica chamada COSINOR que ficava localizada em Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho-PE. Essa empresa entrou num processo de insolvência e os próprios funcionários se organizaram para mantê-la atuando no mercado. O BNDES comprou ações e com a injeção de capital e a gestão compartilhada a empresa voltou a dar lucro e em 1992 suas ações foram leiloadas e adquiridas pela Gerdau (que na verdade, comprou o mercado, visto a empresa foi fechada).

2) O banco BNDES financia projetos de expansão, modernização e implantação de empresas nacionais, mas na minha época de banco fizemos o primeiro projeto com uma empresa estrangeira, Tintas Coral, localizada no parque industrial do Curado (Recife). Fazia-se um projeto econômico financeiro que era analisado pelo banco repassador do crédito. Máquinas, equipamentos e veículos (utilitários, caminhões) não eram financiados pelo BNDES, mas pela FINAME. Então, nos usos do projeto tivesse esse tipo de investimento, a gente subtraia e calculava a participação do BDNES apenas sobre os demais usos (obras civis, instalações, móveis e utensílios, etc. ). Toda a responsabilidade dessa operação era do banco. Se o cliente não pagar o empréstimo, o banco paga ao BNDES com seus recursos.

3) A Agência Especial de Financiamento Industrial – FINAME é responsável pelo financiamento de máquinas, equipamentos ou veículos, novos, fabricados no país ou com índice de nacionalização superior a 80%, constantes ou não em projetos. Por exemplo, uma empresa de ônibus poderia comprar quantos ônibus quisesse sem a necessidade de ter um projeto econômico respaldando isso. A análise a capacidade de pagamento era feita pelo banco, logo o risco do BNDES é zero.

Surgiu o BNDES Automático e os financiamentos da FINAME passaram a ser feitos no âmbito desse programa, ou seja, o valor total dos investimentos financiáveis poderia ser feito diretamente pelo BNDES, mas, toda responsabilidade pela operação é inteiramente do agente financeiro. Ou seja, cabe ao banco avaliar a viabilidade econômica financeira do projeto, contratar a operação depois de homologada pelo BNDES, solicitar a liberação dos recursos, fiscalizar a execução do projeto, etc. Após 180 após a última liberação, encaminhar um relatório final sobre o projeto, guardando as notas fiscais de tudo que foi comprado.

A remuneração de uma operação dessas é forma de três partes: custo de captação do BNDES (7% aa), Taxa do BNDES (1,5% aa) e del credere (comissão do agente financeiro, 3%aa), de modo que compondo estas taxas obtém-se 11,86% aa. Estes financiamentos são indexados pela TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo. Vamos então ao caso particular da empresa BAHIA GOLF AGENCIA DE VIAGEM EIRELI, que se assemelha aos outros 133 casos.

O financiamento dos jatinhos foi enquadramento no PSI – Programa de Sustentação do Investimento que financia a empresa. A lógica desse financiamento é como um CDC – Crédito Direto ao Consumidor porque é como se a Embraer imitiu a nota fiscal contra o Itau que pediu dinheiro à FINAME para pagar o jato e nós acabamos pagando o pato. Então, sob esta lógica a Embraer está sendo financiada tanto quanto uma concessionária de veículos. Sendo a responsabilidade dessa operação do agente repassador, Itau, esse financiamento deveria ter sido fruto de uma análise econômica financeira mais coerente. Primeiro, o jatinho só beneficia o adquirente e não a sociedade (não é como um ônibus financiado para uma empresa de transportes urbanos). Segundo, a operação mais freqüente no financiamento de aeronaves é o Leasing. Esta operação tem taxa mais alta do que o FINAME, mas estes clientes possuem capacidade de pagamento, então o uso de recursos da FINAME é lamentável.

A questão da taxa de juros é triste. Esta operação foi contratada a taxa de juros fixa de 4,5% ao ano. Como se fez através de um agente repassador é provável que o del credere seja 3% ao ano por que a taxa de juros do BNDES É 1,5% ao ano. Tabela seguinte mostra, por ano, o que foi cobrado de juros (somente juros porque o principal é devolvido, obrigatoriamente) em dois tempos: COMO FOI, representa os juros cobrados nas condições divulgadas; COMO DEVERIA TER SIDO, tem uma coluna a mais referente ao custo de captação do BNDES, que, aparentemente não foi inserido na operação. Os valores estão em Reais e foram anualizados.

Observe que nas duas situações a rentabilidade do Itaú não muda, mas na segunda tem-se uma perda de R$ 12.756,65 na parcela de juros e, ao que parece, o BNDES assumiu a perda de R$ 1.618.340,43. Cada contrato tem um valor diferente, portanto, se for analisado cada um deles é provável que tenhamos nas mãos o volume de recursos públicos que usados e não ressarcidos nestes financiamentos.