CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

KRISTINA KRIS – RIO DE JANEIRO-RJ

Recebi de um amigo.

Adorei e lhe envio.

Boa noite, amado editor

R. Estimada leitora, gostei deste seu “amado editor“.

Tem muito cabra que me odeia.

Ainda bem que no time das fêmeas eu sou amado.

Brigadão mesmo.

Quanto ao vídeo que você nos mandou, no qual aparece o grande artista Santana, o Cantador, no programa de Rolando Boldrin, ele está no final desta postagem.

Santana é um dos maiores artistas nordestinos da atualidade. Além da arte de cantar, ele é especialista em contar histórias e causos, sabendo de cor uma incrível quantidade de versos dos grandes poetas populares aqui da terrinha.

É um amigo muito querido e especial, que mora na minha estima.

Na foto abaixo, ele aparece na sala aqui de casa, cantando e declamando poesias, numa das reuniões que faço sempre no mês de dezembro, para celebrar com a minha patota a passagem de mais um ano em nossas vidas. 

O flagrante aí de cima foi feito no tempo em que eu ainda era cachacista militante e tomava minhas bicadas. Preste atenção no copinho que está na minha mão, presente especial do poeta Zelito Nunes.

Hoje em dia, em abstinência compulsória por ordens do meu cardiologista, quando olho pro meu copinho e pras garrafas de aguardente que estão na estante ao fundo, a saudade me bate no peito e os suspiros me dominam.

É uma crueldade da natureza essa história de cachaça fazer mal à saúde…

E chega de conversa comprida.

Aqui está o vídeo que você nos mandou:

Não resisti e vou falar mais um pouquinho…

Fechando a postagem com chave de ouro, tomei a liberdade de acrescentar outro vídeo.

Nele Santana canta a música “Se Tu Quiser“, um dos maiores sucessos da autoria de outro grande amigo, o colaborador fubânico Xico Bizerra, cuja coluna é publicada sempre às segundas-feiras aqui nesta gazeta escrota.

Se Tu Quiser” foi composta em homenagem a Dulce, sua amada esposa.

Uma composição belíssima, uma letra inspirada, uma música que já teve mais de uma centena de gravações.

Atenção: não é dezena. É centena mesmo.

DEU NO JORNAL

BEBENDO ÁGUA FRANCESA

Além de bons negócios, a reunião bilateral com a França rendeu também fotos excelentes.

Em uma, o presidente francês Emmanuel Macron, gentil, dispensou o garçom e serviu água ao colega brasileiro Jair Bolsonaro.

* * *

Se fosse nos tempos de Lula, ao invés da finíssima água mineral francesa, Macron teria servido uma talagada de aguardente, cedida pela embaixada brasileira em Paris.

O fato é que me deu uma sede danada quando vi a foto.

O colunista Goiano, que se encontra na França a serviço do JBF, criticou severamente a postura subserviente, bajulatória e colonizada de Macron.

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Nair de Teffé

Nair de Teffé Hermes da Fonseca nasceu em Petrópolis, RJ, em 10/6/1886. Pintora, cantora, atriz, pianista, primeira-dama e mais conhecida como a primeira cartunista mulher do mundo. Foi também a personalidade mais destacada da belle époque brasileira. Filha do Barão de Teffé (Antônio Luís von Hoonholtz) e de Maria Luísa Dodsworth. Uma legítima representante da aristocracia imperial brasileira. Com um ano de idade, mudou-se para a França, onde concluiu os primeiros estudos nas melhores escolas de Paris e Nice, incluindo um curso de pintura com Madame Lavrut. Era considerada uma menina prodígio, mimada pelo pai e pelos irmãos. Na França descobriu seu talento para o desenho e aos nove anos produziu a primeira caricatura, que lhe valeu 8 horas de castigo num quarto escuro. Desenhou o “retrato” da freira professora, de nariz comprido, Ao ser descoberta pela madre superiora, recebeu o castigo e um estímulo para seguir a profissão de caricaturista. Se recebeu tamanho castigo foi porque o desenho saiu muito bom.

Retornou ao Brasil em 1906 e inicia a carreira de caricaturista desenhando personalidades da alta sociedade carioca, as quais são expostas em conhecidas lojas do Rio de Janeiro: Casa David e Chapelaria Watson. Em julho de 1909 publicou seu primeiro trabalho (“A artista Rejane”) na revista “Fon-Fon”. No ano seguinte publicou na mesma revista “A Galeria de Elegâncias”, as famosas da época. Ainda em 1910 publicou a série “Galeria das Damas Aristocratas”, em cores, na revista “Careta”. Em seguida vieram as personalidades masculinas – “Galeria dos Smarts” – publicada na Gazeta de Notícias. Além destas, teve suas caricaturas publicadas nas revistas “O Binóculo”, “O Ken”, “O Malho” e no jornal “Gazeta de Petrópolis”. Tinha um traço ágil e sabia transmitir bem o caráter das pessoas.

Na França seus trabalhos apareceram nas revistas “Fantasie”, “Femina”, “Excelsior” e “Le Rire” . Em junho de 1912 realizou uma exposição individual no salão do “Jornal do Comércio”, onde reuniu duzentas caricaturas. A exposição foi inaugurada pelo Presidente da República, seu namorado e futuro marido, marechal Hermes da Fonseca. Ao casar-se, em dezembro de 1913, não pode mais conciliar as funções de caricaturista e primeira-dama. Foi militante feminista quando ainda nem se pensava nisso, com um comportamento avançado para a época. Lançou no Brasil a moda de calças compridas para mulheres, permitindo-lhe montar cavalo como os homens. Promovia saraus no Palácio do Catete (residência presidencial), que ficaram famosos por introduzir o violão nos salões da alta sociedade. Em sua paixão por música popular, reunia amigos para recitais de modinhas. Noutras ocasiões, frequentava o “Bar do Jeremias”, reduto de boêmios e intelectuais.

Era realmente uma primeira-dama diferenciada em todos os aspectos. É inexplicável o fato do cinema brasileiro não se interessar em fazer uma vídeo-biografia dessa mulher. Aliás, seu casamento em Petrópolis foi filmado e exibido em São Paulo, Curitiba e Rio Grande, mas encontra-se desaparecido. Num dos saraus, fez o lançamento do “maxixe” Corta Jaca, composto por sua amiga Chiquinha Gonzaga, no Palácio do Governo. O evento foi considerado um acinte, uma quebra de protocolo e causou um escândalo na sociedade carioca, ao ponto do senador Rui Barbosa proferir um discurso de protesto no Senado Federal, em 7/11/1914, pela promoção de músicas cujas origens estavam nas danças lascivas e vulgares da época. No mesmo ano, último de governo do marido, fez uma travessura por ocasião de uma reunião ministerial: desenhou na roda de seu vestido de gala as caricaturas de todos os Ministros da República.

Dois anos após o fim do mandato presidencial, mudou-se de novo para a França. Lá realizou algumas exposições, publicou charges no livro de crônicas de Otto Prazeres (Petrópolis, a encantadora), publicou na “Revista da Semana” 30 “cabeças” de ilustres brasileiros e fez algumas caricaturas para a revista “Fon-Fon”. Voltou para o Brasil por volta de 1921 e participou da Semana de Arte Moderna, em 1922. Após a morte do marido, em 1923, foi retomando a vida sem abrir mão de suas opiniões avançadas. No ano seguinte deu uma entrevista e aproveitou para protestar; e o fez lançando as bases do movimento feminista, que surgiria anos depois: “Por que permitir que os homens continuem a atrapalhar a vida econômica do sexo frágil… disputando-lhe os empregos e os cargos ao alcance de suas forças e capacidades?”

Decidiu voltar a morar em Petrópolis e foi eleita, em 1928, presidente da Academia de Ciências e Letras, que extinguiu em 1929 e fundou em seu lugar a Academia Petropolitana de Letras, a qual presidiu até 1932. Já era integrante da Academia Fluminense de Letras. Com o falecimento do pai, retornou ao Rio de Janeiro, em 1932, e com a herança recebida adquiriu um terreno, onde construiu o Cinema Rian (anagrama de Nair), na Avenida Atlântica. Pretendia incentivar a arte cinematográfica, mas teve dificuldades para administrar o empreendimento. Os problemas financeiros, inclusive com o “jogo-do-bicho”, que apreciava, levaram-na vender o cinema em 1946. Conta-se que o vício no jogo levou-a a perder, também, a ilha Francisca, em Angra dos Reis, uma herança deixada pelo marido.

Sua situação econômica foi se agravando, e com o pouco que restou, comprou uma casa em Niterói e passou a levar uma vida reclusa com os três filhos adotados. Em 1959 foi “redescoberta”, aos 73 anos, por Herman Lima, (autor da História da caricatura no Brasil), que incentivou-a a refazer alguns desenhos para incluir em seu livro. Em seguida voltou a fazer caricaturas de várias personalidades da vida política e por um breve período retomou a vida profissional, porém com alguns percalços. A pensão deixada pelo marido não dava para custear as despesas e em 1970 quase foi despejada de sua moradia. Neste ano, por decisão do presidente Médici, conseguiu um reajuste na pensão, fato que levou-a fazer elogios ao general-ditador. Fato, também, que gerou críticas dos intelectuais de esquerda, que não compreenderam sua situação econômica.

Em 1979 esteve em São Paulo, onde foi homenageada no II Salão de Humor e Quadrinhos, promovido pela Universidade Mackenzie. No início da década de 1980 a saúde deu sinais de alerta e no ano seguinte teve uma infecção pulmonar agravada por insuficiência cardíaca. Em 10/6/1981, no dia em que completou 95 anos, faleceu e foi sepultada junto ao marido. Em 1982 os cartunistas Jal e Gualberto, entre outros, criaram o “Centro Artístico Rian” com o objetivo de dar apoio legal, jurídico e operacional na luta pela valorização do artista gráfico. Sua atribulada vida foi contada na biografia realizada por Antonio Edmilson Martins Rodrigues: Nair de Teffé: vidas cruzadas, publicada pela editora da Fundação Getúlio Vargas, em 2002.

DEU NO JORNAL

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A SEREIA DO UNA

Cachoeira do Arruda – lugar paradisíaco

Única capital brasileira fundada pelos franceses a 8 de setembro de 1612, São Luís, quatrocentos e sete anos depois, ainda convive com algumas dúvidas, quanto aos primeiros habitantes.

Ilha, separada do oceano por duas baías (São José e São Marcos) e um rio (Rios dos Cachorros), acabou sendo ponto de referência e objeto de estudos para entendimento de algumas cidades localizadas na própria ilha e outras mais afastadas, mas que formam nos dias atuais a RMSL (Região Metropolitana de São Luís).

Do lado Norte, a Ilha de São Luís (Upaon-Açu) tem sua região metropolitana na cidade de Alcântara separada pela Baía de São Marcos; do lado Sul, separada das cidades de Rosário, Presidente Juscelino, Morros, Axixá e Icatu (esta, a primeira capital do Estado).

As cidades de Presidente Juscelino, Morros, Axixá e Icatu fazem parte da “Região do Munim” – principal rio que banha os quatro municípios através de alguns afluentes. Como o caudaloso rio Una, que é a principal atração turística de Morros.

Conta a história de São Luís que, holandeses, portugueses e franceses foram os principais responsáveis pelas explorações (em todos os sentidos, inclusive os piores) no Estado. Com eles foram trazidos da África, vários escravos que foram os primeiros condutores dos “balancins”, primeiro meio de transporte a funcionar na Ilha, carregado por quatro escravos.

Mas, a história também conta que, provenientes da Bahia, vieram também os indígenas (Tupinambás), que entraram na Ilha com suas embarcações nativas pelas baías de São Marcos e São José.

Os negros, logo depois da assinatura da Lei Áurea, se embrenharam para as cidades mais próximas da capital e ali formaram comunidades, hoje rotuladas de quilombos.

Sem muros, com poucas barreiras impedindo a entrada de quem desejar se estabelecer definitivamente, o Brasil é hoje o país onde, provavelmente, reside a maior quantidade de sírios, libaneses, árabes e, acreditem, espanhóis. E essa gente gosta muito das cidades do interior, onde provavelmente existe mais espaço para todos e são grandes as possibilidades econômicas de crescimento.

A “região do Munim”, no passado, recebeu famílias provenientes da Espanha, destaque para a “Muñoz”, que acabou sendo transformada na atual “Muniz”, que também leva a acreditar numa estreiteza com o nome do rio, “Munim”.

Emancipado a 28 de abril de 1898, Morros tem hoje uma população superior a 25 mil habitantes fixos, número que quase duplica nos fins de semanas prolongados, quando muitos se utilizam do maravilhoso banho do rio Una.

Sua geografia é caracterizada por uma grande quantidade de morros, com lindas paisagens de mata nativa, recoberta por formações vegetais distintas. O município faz parte da bacia do Munim e é banhado pelos rios Munim e seus afluentes: Una, Mocambo, Axuí e outros. Dada a influência das marés que penetra pela foz, o rio é propício para a pesca tanto de água doce como de água salgada e apresenta uma navegabilidade em toda sua extensão no mu nicípio, tornando um atrativo de grande beleza.

O Rio Una possui uma beleza considerável por ter águas límpidas. Seu leito é formado de areia fina, alguns trechos de rochas e pedras; e as suas margens, compostas de uma vegetação exuberante. Podendo ser apreciado tanto em passeios de barcos pequenos ou canoas que levará o visitante também a conhecer outros balneários como: Una do Mato Grosso, Balneário Una dos Paulinos, Balneário do Bom Gosto, Una Grande, trilha ecológica, Una das pedras, Una das mulheres, Una dos escoteiros, Una dos Moraes, Una da Fazenda, Una dos Bois e a cachoeira do Arruda, o mais bonito de todos balneários. Afastada da cidade e de acesso difícil, reservado apenas a carro traciona do, através de trilhas, a cachoeira do Arruda é um lugar paradisíaco, formado por uma pequena queda d’água e piscinas naturais, que proporcionam momentos mágicos a todos que ali chegam.

* * *

Doraleia a sereia que vive na Cachoeira do Arruda

Morros está localizado a poucos quilômetros de Barreirinhas e Paulino Neves, dois municípios maranhenses que abrigam a “Região dos Lençóis”, hoje um dos principais equipamentos de apelo turístico do Maranhão.

Os antigos moradores garantem que, há mais de 150 anos a quantidade de rios que serpenteiam os municípios da região era bem maior, que foi separada pela necessidade da construção de estradas estaduais objetivando acabar com o isolamento das comunidades.

Esses antigos moradores contam, ainda que, descendente de espanhóis, Doralena Muñoz, moça de belos seios, ancas volumosas, cabelos negros e uma pele branca como o luar, conheceu a logo se apaixonou por um jovem negro que se assemelhava com uma pintura de beleza abstrata.

Infelizmente, a família “Muñoz”, hoje abrasileirada para Muniz, não aceitou o relacionamento dos dois. Resoluta, Doralena fugiu para Morros e, para não ser descoberta pelos familiares, passou a se encontrar com o jovem negro no lado formado pela Cachoeira do Arruda, onde banhavam nus.

Descoberta meses depois, Doralena decidiu que não largaria aquela vida e aquele paraíso. Resolveu cometer suicídio, mergulhando na parte mais profunda do lago. Meses e anos depois soube-se que Doralena não morrera. As águas límpidas do Una e da Cachoeira do Arruda a transformaram numa sereia.
Doralena acabou se encantando e transformando em Doraleia, a sereia da cachoeira.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

A FRASE DO MÊS

“O Brasil, amigas e amigos, precisa de mais Moros e menos Lulas”.

João Doria, governador de São Paulo

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E o bem vestido e bem penteado Doria disse mais:

“Se não fosse este homem, liderando um grupo de patriotas, como juízes, desembargadores e promotores nós não teríamos Lava Jato no Brasil. E não teríamos trancafiados em prisões aqueles que usurparam, roubaram e enganaram os brasileiros, inclusive em São Paulo. Se estiverem em dúvida, o triplex é em São Paulo, o sítio também é em São Paulo, o início de um esquema criminoso começou em São Paulo”.

É por isso que São Paulo é a potência que todos conhecemos: tem desde sítio até triplex, passando por sede de instituto!

E o governador nada mais disse e nem lhe foi perguntado.

Não precisava: disse tudo.

DEU NO JORNAL

DEU NO X

PENINHA - DICA MUSICAL