PENINHA - DICA MUSICAL

HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA

O programa em homenagem a Luiz Gonzaga foi produzido pela TV Record com direção de Fernando Faro.

Dividido em 4 partes, conta com a presença de convidados ilustres como, Dominguinhos, Gonzaguinha, Zimbo Trio, Nando Cordel e Guadalupe, além do próprio Luiz Gonzaga.

Este vídeo, é parte do acervo pessoal da cantora Guadalupe e, infelizmente não consegui precisar a época em que foi exibido.

Nos próximos dias apresentaremos as demais partes.

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CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

GETÚLIO CORTÊS – O NEGRO GATO DA JOVEM GUARDA!

Getúlio Cortês visitando os amigos

Getúlio Francisco Côrtes, cujo nome artístico é Getúlio Cortês, nasceu no Rio de Janeiro no dia 22 de março de 1938. Além de excelente compositor de sacadas geniais nas histórias que conta nas letras das músicas, jogando com as palavras, é também cantor e exímio instrumentista.

É irmão do cantor e compositor Gérson Rodrigues Cortês, conhecido como Gerson King Combo, o James Brown Brasileiro, também cantor e compositor de soul e funk, exímio dançarino e coreógrafo, tendo feito muito sucesso nos anos sessenta, fazendo dublagem no programa Hoje é Dia de Rock, apresentado por Jair de Taumaturgo, um dos principais radialistas da Rádio Mayrink Veiga da época.

O início da carreira de Getúlio Cortês no meio artístico da época se deu por meio de interpretações de músicas dos grandes astros das canções norte-americanas, como Frank Sinatra, Louis Armstrong, dentre vários outros cantores de gêneros indefinidos.

Integrou nos anos 60 o grupo The Wonderful Boys, como compositor, depois se foi projetando e sendo cultuado graças ao talento para fazer composições de temas diversos, jogando com as palavras com a habilidade de um repentista, cordelista, glosador, com canções de versos curtos e precisos, resumindo sentimentos ambíguos e paixões numa só frase.

No início da carreira, teve suas composições gravadas por Renato e seus Blues Caps. E depois por Roberto Carlos. Mas foi na voz de Roberto Carlos que suas composições ganharam projeção e publicidade. Negro Gato (1968) (Uma versão da música “Three Cool Cats”, da dupla Leiber/Stoler, hit americano dos Coasters.); Atitude (1973); O Sósia (1967); (música de enorme sucesso na época, que Roberto Carlos de início se recusou a gravar ); O Gênio (1966); Noite de Terror (1965); O Feio (1965); Pega Ladrão (1966); Quase fui lhe procurar (1968); Por Motivo de Força Maior (1976), dentre outras de enorme sucesso na época na voz do Rei da Jovem Guarda. Getúlio Cortês foi um dos raros compositores que Roberto Carlos gravou duas canções em um único álbum.

Em 2002, Getúlio Cortês foi homenageado com um CD tributo “O Pulo do Negro Gato” no qual Erasmo Carlos, Léo Jaime, Renato e seus Blue Caps, Fagner, Leno, Almir, Golden Boys e Jerry Adriani relembraram seus sucessos, entre as quais, “Negro Gato”, “Pega Ladrão,” “O Tempo Vai Apagar” e “O Feio”. O CD é encerrado com sua interpretação para o tango-rock “Coração Embalsamado”, de sua autoria.

Roberto Carlos não participou. Justificou a Erasmo Carlos por telefone estar muito ocupado com os projetos dos edifícios de sua Construtora “Emoções”!

– Meu negócio é bufunfa e não homenagem, ainda mais de graça – concluiu.

Em 2008, apresentou, na quadra do G.R.E.S. Império Serrano, em Madureira, (RJ) o show “A Noite do Negro Gato”, em que recebeu amigos e o irmão Gerson King Combo, Lilian Knapp e Michel Sullivan, entre outros. Só não entrou o “rei” na homenagem porque quando o colega de surubas, Erasmo Carlos, o procurou para homenagear quem lhe projetou na Jovem Guarda, ele se encontrava “doidão”, “piradão”, no apartamento do Leblon fumando aquele cachimbo de marijuana como na capa do LP: Roberto Carlos: Pra Sempre, abraçado com a planta do edifício “Lady Laura”.

No próximo dia 22 de março de 2019, Getúlio Cortês chega aos 81 anos, e comemora também o relançamento do álbum solo, “Negro Gato” (com produção de André Paixão, direção artística do competente pesquisador musical Marcelo Fróes), com muitas histórias para contar.

Viva Getúlio Cortês!

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

ENCANTOU-SE UMA LENDA DO REPENTE

O poeta repentista João Batista Bernado, mais conhecido por João Furiba, que faria 101 anos em julho, morreu de causas naturais, no dia 31 de janeiro do corrente ano, em Cajazeiras/PB, onde estava internado em hospital da cidade.

João Furiba

João Furiba nasceu em Taquaritinga do Norte/PE e viveu boa parte de sua existência em Sumé, no Cariri Paraibano. Recentemente residia com a terceira esposa na cidade de Triunfo/PB.

Foi discípulo de Pinto do Monteiro, com quem viajou por mais de 15 anos e pertence à galeria dos maiores repentistas do Brasil, brilhando na mesma constelação de Geraldo Amâncio, Ivanildo Vila Nova, Os Batistas, Os Bandeiras, Moacir Laurentino, Valdir Teles, Oliveira de Panelas, João Paraibano e Sebastião Dias.

Vamos homenagear João Furiba descrevendo episódio de sua longa, profícua e exitosa vida profissional no admirável mundo do repente. Em Campina Grande, no 149° aniversário da Independência do Brasil , ele cantava com os repentistas Antônio Barbosa e João Marinho, no auditório da Borborema. O animador pediu um mote alusivo à data. Orlando Tejo escreveu num papel de cigarro:

Já faz cento e quarenta e nove anos
Que o Brasil se tornou independente

Furiba glosou com seu talento de mestre do improviso:

O Brasil já viveu no cativeiro
Suportando o regime imperial
Mas, depois, se tornou colonial
Não quis mais sujeitar-se ao estrangeiro
Veio um rei que se tornou brasileiro
Dedicou seu amor à nossa gente
Depois veio a trindade consciente
Deodoro Fonseca com seu manos
Já faz cento e quarenta e nove anos
Que o Brasil se tornou independente.

XICO COM X, BIZERRA COM I

FANTASIA DE PRINCESA

A ladeira estava lá. Subiam e desciam, todos. A noite escura e os tantos pés espalhados na rua me impediam de ver serpentinas e confetes fartamente distribuidos pelo chão, cobrindo cada milímetro do paralelepípedo conivente e alcoviteiro. Ao lado dela, Princesa, este eu Plebeu, pouco me importaando com tanta gente ao redor. Era tempo de disseminar intimamente em meu coração fragmentos de amor que se juntariam para formar um painel imenso de felicidade, tudo com uma trilha musical de sopros tocando um frevo bonito de Nelson Ferreira. Ou um frevo canção de Capiba. E o carnaval não terminaria na quarta-feira. Ia prosseguir daí em diante até que o povo começasse a dizer que estava chegando o carnaval novo. No outro ano. Mas como? Ele nunca terminou. Apenas, a fantasia de Princesa deixara de ser apenas uma fantasia aos olhos de tão insignificante Plebeu.

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