JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

BRUTO? NADINHA!

Há pouco no supermercado Supercop, loja da Av. Ayrton Senna, na Zona Sul de Natal, eu estava na fila do caixa rápido logo atrás de um senhor aparentando seus sessenta e cinco anos de idade.

Alto, agalegado e sardento, bermuda com bolsos cargo, camiseta sem mangas e sandálias de borracha. Trazia um boné desbotado na cabeça e um relógio de metal no braço.

Por a fila não se movimentar muito, talvez como ele quisesse, começou a se mostrar impaciente.

Coçava a cabeça, empurrava a cestinha das suas compras com a ponta de um pé e se virava para cá, para lá, quase num ritual de extrema inquietação.

Na fila ao lado, um pouco menor, havia algumas pessoas com carrinhos de pequenas feiras, mas em volumes superiores aos vinte itens da placa sinalizando o destino dos clientes aos caixas.

Foi justamente nessa fila que encostou uma jovem.

Branca, altura mediana, trazia os cabelos de um lado certamente cortados na lâmina dois de uma máquina, piercing no nariz, camiseta t-shirt preta rasgada e trazendo uma caveira na silk frontal. O short jeans terminava onde começava a sua virilha, rasgado e desfiado. Calçava uma rasteirinha de couro e trazia na mão uma latinha de cerveja, provavelmente aberta ali mesmo no supermercado.

Tanto quanto seu cabelo azulado tirado apenas de um lado e caindo no ombro pelo outro, chamava também a atenção por tatuagens cobrindo os dois braços e, até onde os olhos podiam bater direto em sua pele, descendo pelas coxas e canelas. Se as tinha nas costas eu não pude vê-las. O ângulo não me era favorável.

O senhor à minha frente logo se admirou quando a viu. E eu notei pela cara de admiração e os olhos arregalados sob as sobrancelhas levantadas, como se houvessem reagido a um susto.

E esse senhor não demonstrou o menor constrangimento em ficar a princípio totalmente virado para a jovem tatuada. Depois se virava, empurrava a cestinha no chão com um pé, e se voltava exclusivamente para observar a jovem.

Eu pensei de cá “isso vai dar em merda” porque, pelo canto do meu olho, acabei percebendo a moça impaciente e incomodada com o olhar do homem. Constrangida na verdade.

Não sei precisar o tempo, mas eu acho que uns três minutos depois, após várias viradas para trás do senhor, a jovem resolveu reclamar.

– O senhor perdeu algo em mim? – perguntou diretamente ao homem.

– Eu?! – respondeu com uma pergunta admirada o senhor.

– O senhor sim! Não tira os olhos de mim – respondeu a jovem, chamando a atenção das outras pessoas por um tom de voz acima do normal e bem irritado. Em seguida complementou elevando ainda mais esse tom: – O senhor está me assediando!

– Eu?! Ora mais ‘tá! Agora eu vi o cancro mesmo – respondeu o homem. E antes que a moça pudesse fazer nova reclamação, ele disparou sem pestanejar: – ‘Tou só olhando suas tatuagens. Se não queria mostrá-las tivesse tatuado só seu cu; então mostraria apenas para quem você se arreganhasse.

– O próximo! – gritou a senhora do caixa.

Quase ninguém ouviu seu grito. Uma gargalhada tomava conta das filas.

Sérios de verdade apenas o senhor nenhum pouco bruto e a jovem tatuada.

(Jesus de Ritinha de Miúdo, num domingo que começou alegre e embaraçoso para alguns).

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

SONIA REGINA – SANTOS-SP

O BRASIL NÃO É PARA AMADORES

Faz alguns dias, ouvi de um devoto da seita dos despejados, que os brasileiros tiveram um salto no valor do salário mínimo depois de 2003. Correto. O problema é que dinheiro não nasce em arvore. O salário mínimo anunciado pelos governos seja ele qual for, é uma referência para os empresários que, por lei, não podem pagar um valor menor aos seus empregados.

Ora, o empregador tem que repassar esse aumento nos seus custos. Aposentei em empresa privada e tão logo era anunciado o percentual de aumento do salário mínimo, também era confeccionada uma nova lista de preços para venda dos produtos. Ou seja, produtos mais caros nas prateleiras.

Em alguns produtos não é sentida alteração nos preços de imediato pois, sempre existe algum estoque que pode ser utilizado pelo comerciante para não ter um impacto negativo nos seus negócios e até opta por aumentos homeopáticos que, dependendo do produto, passam até desapercebidos.

Vacas gordas e magras

Vamos nos referir aos aposentados que recebem um salário mínimo. Nesse caso, o pagamento é feito pelo INSS. Até onde eu sei, o INSS, paga aposentados com o dinheiro arrecadado daqueles que estão em atividade e contribuem com um desconto mensal em seus rendimentos.

No caso do INSS, só posso entender que havia dinheiro em caixa, portanto, os aumentos foram mais ousados e hoje a coisa mudou de tal forma, que já falam dia e noite sobre reforma da previdência. Alguém consegue explicar essa aritmética? Talvez uma atitude prudente, fosse apenas ler a história de antigo Faraó do Egito, que ficou preocupado quando 7 vacas gordas foram engolidas por 7 vacas magras num sonho profético.

Faltou falar do “Calcanhar de Aquiles”, os funcionários públicos.

Não me atrevo, o bolo cresceu muito e só espero que tenham sabedoria para entender que, todos somos iguais perante a “Lei” e isso se aplica também aos sacrifícios que, são impostos por governos quando resolvem fazer qualquer alteração em sua Constituição.

Termino com a celebre frase:

O Brasil não é para Amadores.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURINO JÚNIOR – PAULO AFONSO-BA

Papa Berto!!!

Receba as minhas mais sinceras saudações, o meu abraço e tudo o mais de bom!!!

Meu amigo, o desmantelo está tão grande e com essa putaria de se auto-proclamar presidente, abre-se um preceito para a auto-proclamação das primeiras-damas!!!

E, inaugurando essa tendência, eis aí o Jeânus Cwyllys!!!

Um abraço e saudações à família!!!

R. Meu caro, este Zé Babaca de Abreu chegou tarde e atrasado.

Ele apenas usurpou a minha ideia.

Há mais de cinco anos que eu já havia me lançado como presidente da República Federativa de Banânia.

A diferença é que minha primeira-dama é mulher fêmea mesmo.

Esse negócio de macho com macho é coisa de frango.

Até na ICAS, a Igreja Católica Apostólica Sertaneja, da qual você é Cardeal, a Papisa é mulher.

Confira na foto abaixo, que foi tirada no bairro do Recife Antigo, no carnaval de 2014:

 

MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

QUAL O PAPEL DA IMPRENSA?

A Constituição Federal permite a livre manifestação, vedando o anonimato, e concede a liberdade de expressão às atividades artística, científica, intelectual e de comunicação, independente de censura ou licença. Parece absolutamente justo num país de Direito Democrático. Desde a redemocratização do país, a imprensa vem tendo um papel destacado na cena política brasileira. As denuncias de corrupção, por exemplo, são mais comuns a ponto de a gente acreditar que se trata de algo novo, mas na verdade, corrupção sempre existiu, a diferença é que agora ela se torna pública com mais rapidez.

Um repórter sensato, antes de noticiar deve checar as fontes, apurar fatos com total independência porque se assim não for contamina-se a democracia. É sabido que Ary Barroso, flamenguista doente, narrava jogos do Flamengo e quando o time fazia um gol ele se passa uns dois minutos gritando “gol”. Também quando o time adversário partia para o ataque ele dizia “lá vem eles para cima de nós”. Ano passado o repórter Lucas Strabko, conhecido como Cartalouco, foi afastado de suas funções porque após um jogo que livrou o Ceará do rebaixamento chamou o time do Fortaleza de “pequeninho”.

O jornalista Diego Bargas foi demitido da Folha de São Paulo porque “fez perguntas inconvenientes a Danilo Gentilli” e o sindicato de jornalistas de SP emitiu uma nota dizendo que “a Folha demonstrou não ter o mínimo compromisso com princípios como a liberdade de imprensa e com a pluralidade, dos quais a empresa se reclama em suas campanhas de marketing“. Bóris Casoy foi afastado da Rede Record, em 2005/2006, por pressões do PT, segundo ele próprio declarou mais tarde. Verdade ou não, fica a pecha do quanto o interesse político-partidário pode influenciar no conteúdo, e na forma, do noticiado. O destaque vai, sempre, na direção dos fatos negativos. Lembro um caso de uma revista que escreveu na sua capa MIGUEL FALABELLA: não TENHO AIDS. O “não” era imperceptível e se alguém lesse de longe entenderia que Falabella estava declarando ter AIDS.

Entre 2000 e 2014, o governo federal gastou R$ 23 bilhões dos quais 73% foram gastos com televisão (a Rede Globo recebeu R$ 7,4 bilhões), os jornais receberam R$ 2,8 bilhões (a Folha de São Paulo recebeu R$ 275,2 milhões, o Estadão recebeu R$ 263 milhões) e a Carta Capital recebeu R$ 64 milhões. Tadinha!!!!! Cabe ressaltar que delatores da Lava Jato disseram que Lula e Mantega pediram dinheiro para a Editora Confiança que publica a Carta Capital. Acabado o dinheiro do PT circulou na internet, em 21/01/2019, a notícia de que a Carta Capital não seria mais vendida nas bancas. O que se tira disso: a revista é lixo. Não tem atrativo e como tinha dinheiro do PT para falar bem do governo, não importava se era vendida ou não.

Não importa o partido. Não pode haver cordão umbilical entre imprensa e governo. Quando há transferência de recursos de um lado para outro, acaba-se a lisura. Foi assim com a UNE – União Nacional dos Estudantes. Altamente combativa no passado, mas quando recebeu R$ 25 milhões para construir sua sede (alguém sabe como está esta obra?), simplesmente passou a acatar e, pior ainda, justificar erros dos governantes.

O presidente atual já havia declarado durante a campanha que cortaria gastos com propaganda. Sua relação com a imprensa é distante. Ele prefere as redes sociais e pouco atende repórteres. Obviamente, que seu comportamento causa apreensão nas grandes redes porque estas precisam de dinheiro e num momento de crise, investimento de empresa privada em propaganda passa a ser item supérfluo, mas o governo precisa divulgar suas ações para dar satisfação aos eleitores. É aí que a surge a promiscuidade. Falar contra o governo não é uma ação saudável. Durante a campanha de reeleição de Dilma, a analista do Santander chamada Sinara Polycarpo enviou carta para os investidores do bando informando que havia risco de crise com a eleição de Dilma. Ela foi demitida por pressão de Lula. Ganhou uma indenização e mostrou ao mundo que estava certa, mas a pressão do governo foi imoral.

Ontem li uma notícia que me deixou bastante preocupado. Trata-se de uma suposta entrevista feita por um jornalista francês com uma jornalista de O Estadão. Essa jornalista é responsável pelas denúncias contra Flávio Bolsonaro e se tais fatos são verdadeiros, pode-se deduzir que parte da imprensa pode levar esse país a uma situação de caos inigualável. É preciso apurar a veracidade do que foi anunciado e punir os responsáveis. Não se pode destruir um governo por interesses particulares. As pessoas dizem que não há democracia sem imprensa livre, mas liberdade envolve direitos e deveres (“meu direito termina onde começa o do vizinho”). Houve um tempo, recente, políticos falavam sobre a criação de regras para a imprensa, para o judiciário (aquela coisa do abuso do poder), mas a melhor regra é ser decente. Ser coerente com a verdade e deixar interesses particulares em detrimento dos interesses coletivos.

PENINHA - DICA MUSICAL